Pároco de Itu fala sobre o tema da Campanha da Fraternidade 2020
Por Daniel Nápoli
Realizada anualmente pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no período da Quaresma, a Campanha da Fraternidade tem como objetivo despertar a solidariedade dos seus fiéis e da sociedade em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos de solução.
A cada cinco anos, a campanha é promovida não só pela Igreja Católica, mas em conjunto com outras denominações cristãs. Em 2020, o tema da campanha é “Fraternidade e vida: dom e compromisso”, enquanto que o lema é “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”.
Ao Jornal Periscópio, o padre Gabriel Vital, pároco da Paróquia do Senhor do Horto e São Lázaro, situada no bairro Padre Bento, comentou a respeito da importância da ação. “A Campanha da Fraternidade para nós católicos é importante, porque ela é celebrada junto a quaresma que teve seu início na quarta-feira de cinzas. Juntamente com a quaresma, a Campanha da Fraternidade se encerra no Domingo de Ramos, quando nós vamos fazer uma grande coleta destinada para a Diocese de Jundiaí e também para a CNBB . A coleta é destinada para as obras de caridade da igreja, que são tantas. Na Diocese temos a Cáritas, que cuida dos bairros mais carentes das cidades e também de Itu”, explica.
Sobre o tema e o lema deste ano, o sacerdote acrescenta. “A Igreja tem que ser samaritana. Uma igreja que vai ao encontro dos mais pobres, tem compaixão, vê as necessidades do povo e cuida do povo. Aqui em Itu nós temos as nossas obras de caridade. Aqui na Paróquia Senhor do Horto e São Lázaro nós temos os vicentinos, os Alcoólicos Anônimos, Clube de Mães, Pão de Santo Antônio e nós procuramos sempre ir ao encontro dos que mais precisam, não só com alimento material, mas com a palavra de Deus, com os sacramentos da igreja, com a pregação da palavra, então essa é a importância da campanha da fraternidade”.
Padre Gabriel prossegue. “O cartaz da campanha deste ano traz aquela santa recentemente canonizada pela igreja, Irmã Dulce dos Pobres, que teve toda uma atuação com os mais pobres em Salvador, na Bahia. A gente vê a vida dos santos e também procuramos nos espelhar. Não foram apenas homens e mulheres que rezavam bastante, mas eles viviam a caridade para com todos. A Irmã Dulce é um exemplo para nós também de caridade”.
Cenário atual
Ao analisar o atual cenário da Igreja Católica em Itu, paralelo ao crescimento de outras religiões, como a evangélica, o sacerdote diz. “A gente vê o crescimento dos evangélicos e não é de hoje, segundo o IBGE, no Censo 2010, nós católicos somos 63% isso a nível Brasil e em Itu a porcentagem é um pouco maior, acho que 70%, mas é aquilo que falava o Papa Bento XVI: a igreja não cresce por competição, cresce pelo testemunho. Então a igreja tem que ser testemunho de Cristo, das pessoas, procurar chamar os mais jovens”.
Padre Gabriel fala ainda da importância da união. “Nós também procuramos sempre fazer um trabalho conjunto quando é possível; nós chamamos ecumênico. A Igreja Católica e demais comunidades cristãs tendo um único objetivo, a palavra de Deus, dos valores que acreditamos, da família, da vida, então a gente procura dar testemunho e fazer de tudo para que as pessoas olhem e falam ‘eu quero ser católico’ ou ‘queira ir para outra igreja vendo o exemplo deles também’, mas a gente sempre tem que buscar a unidade e isso temos procurado fazer e mais uma vez nunca é competição, é o chamado, o testemunho. O testemunho convence mais do que as palavras”.
Especificamente sobre a sua paróquia, padre Gabriel comenta sobre a presença dos jovens. “Aqui na paróquia os jovens têm procurado, nós temos o nosso grupo de jovens (Jovens Unidos do Padre Bento), então o pessoal que já estava na igreja, na catequese, chamou outros jovens adolescentes para fazerem parte, inclusive os que estavam afastados da igreja. O pessoal tem procurado. Uma vez por mês na paróquia temos encontros de formação com aquele movimento Renovação Carismática Católica, com muita gente, envolve todas as paróquias. O pessoal tem procurado, graças a Deus”, conclui.