Parque do Inferno

Por André Roedel

Parque do Inferno (Hell Fest, 2018, Terror) é daqueles filmes que seguem à risca a fórmula padrão do gênero de slasher (aquele que o assassino mascarado persegue suas presas). Não tem um roteiro inventivo, mas compensa a falta de originalidade cumprindo os requisitos de maneira competente. O resultado final é muito honesto e de certa forma até surpreendente, mesmo o filme admitindo que não veio para inovar.

Bebendo da fonte de filmes como Halloween e Pânico, Parque do Inferno mostra seis jovens casais que vão aproveitar a noite de Dia das Bruxas numa festa temática em um parque. Com pulseiras VIP, o sexteto passa na frente dos outros visitantes nas filas das atrações assustadoras. Nisso, se deparam com um assassino mascarado real, mas acreditam que tudo faz parte do “show de horrores”.

Combinando o slasher com os jump scares (como já explicado neste espaço anteriormente, aqueles sustos colocados de propósito na trama para fazer o espectador pular da cadeira), o filme pode fazer os mais sensíveis ficarem realmente assustados. Quem tem nervos mais fortes, pode gostar do capricho empenhado no design de produção, no figurino e na trilha sonora – esta última confere uma boa aura de medo ao filme.

Mesmo com todos os clichês estando presentes (a mocinha em perigo, apesar de reinventado, é um expediente usado), o filme consegue agradar os fãs do gênero e entretém. Por conta da duração de 1h30, não se torna maçante ou mesmo aterrorizante demais. Sabe dosar bem os sustos com o avanço do roteiro, entregando um final interessante – e que deixa tudo em aberto para prováveis continuações.

A recepção da crítica especializada tem sido mista para Parque do Inferno. Teve quem tenha gostado e até colocado a produção como um “respiro” em meio ao gênero, como também teve quem creditou o longa como um desserviço ante tantos bons e inovadores filmes de terror, como It – A Coisa, Invocação do Mal, Corra! e A Bruxa. Porém, acredito que ainda há espaço para produções mais “conservadoras”, por assim dizer, que não precisem ser uma reinvenção da roda.

Assim, Parque do Inferno – que é dirigido corretamente por Gregory Plotkin, experiente na produção e edição de filmes do tipo, mas com pouco estofo na direção – é um longa-metragem ok, que revela uma promissora e interessante Amy Forsyth (na pele da protagonista Natalie) e tem bons momentos. Momentos esses que mostram um slasher competente. Então, pra quem gosta, é um prato cheio e que vale o ingresso.

 

Nota:

 

 

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