Professores da rede municipal de reúnem em protesto pacífico na avenida Galileu Bicudo
Protesto pacífico foi realizado na manhã de domingo. Representantes da Apeoesp estiveram presentes na manifestação
Um protesto pacífico foi realizado na manhã do último domingo (12) por professores da rede municipal de ensino contra mudanças promovidas pela Prefeitura no pagamento de benefícios sobre a carga suplementar, que resultou em perda salarial de R$ 300 a mais de R$ 1 mil para cerca de 300 profissionais. Cerca de 100 servidores acompanhados de familiares participaram da manifestação.
Vestidos de preto, os professores carregavam faixas cobrando reajuste salarial e valorização da categoria. Além disso, eles pediam o fim do assédio moral que, segundo alguns deles, é presente dentro da Secretaria da Educação. O ato, realizado na Avenida Galileu Bicudo, durou uma hora.
Ao fim da manifestação, Rita Diniz, presidente da subsede Salto da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), discursou para os manifestantes. “A rede municipal pode contar conosco na luta, nas estruturas e na questão jurídica, embora já tenha um sindicado (SISMI)”, disse a educadora à reportagem do Jornal “Periscópio”.
Rita também expôs sua preocupação com o início de uma greve sem amparo legal. “Tem que ter todos os trâmites legais para se chegar numa greve. Eu tenho uma preocupação de, de repente, se precipitarem e o poder público acabar abrindo processo administrativo ou punindo os professores num momento de luta, quando eles precisam de conquistas, e não de punição”, alertou a presidente.
Conforme o esperado
Mercedes Genebra, uma das professoras à frente da manifestação, disse ao JP que tudo saiu conforme o esperado e que, a cada dia, mais pessoas se juntam à causa. Apesar disso, alguns profissionais ainda têm receio de aparecer. “Nós temos professores que foram orientados a não comparecer. Nós queríamos que isso também parasse na Prefeitura, porque não estamos mais na época dos coronéis”, declarou sobre casos de assédio moral.
Os professores realizaram também no domingo uma reunião para definir os próximos passos do movimento. “A gente não vai divulgar para vocês (imprensa) porque nós aprendemos que, na Prefeitura, quando você fala com antecedência o que vai fazer, sempre acontece alguma coisa para nos impedir”, prosseguiu Mercedes. “Na hora propícia vocês vão saber”.
Mercedes também fez questão de frisar que o movimento não tem conotação política. “Eu sou professora e todos os outros que estão participando e encabeçando também são. Não tem ninguém que está levando isso para o lado político. O que nós queremos é melhores condições”, disse. A fala foi em referência à Marilda Cortijo, ex-secretária de Educação, que também participou do ato. Ao JP, Marilda declarou que é professora há mais de 30 anos e apoia a causa dos colegas prejudicados, não levando para o lado político.
Melhores condições
Mercedes ainda disse que os professores querem melhores condições de trabalho. “O que nós queremos é a valorização do professor. Nós queremos que a nossa hora-aula não seja miserável da forma que ela é hoje. Nós queremos receber o que a gente merece, e isso não está acontecendo pelo tanto que a gente trabalha”, declarou.
Ela ainda disse que não importa que o prefeito Guilherme Gazzola (PTB) tenha entrado apenas agora. “Ele entrou sabendo da situação da Prefeitura. Ou ele aprende logo como gerenciar isso ou ele que desista e deixe para o vice”, afirmou a professora, que disse ter receios quanto a sua segurança por conta do “assédio moral que impera na Prefeitura”.