PERISCÓPIO ENTREVISTA – Douglas Boschetti
O secretário de Esportes de Itu, Douglas Willian Boschetti, de 37 anos, é o entrevistado do “Periscópio” na semana. Ele fala sobre a recente participação de Itu nos Jogos Regionais e de seu trabalho à frente da pasta nos primeiros meses.
Ex-jogador de futebol, Boschetti fala em um bate-papo descontraído – como é sua marca registrada – sobre os planos da SEME (Secretaria Municipal de Esportes) nos próximos anos.
JP – Itu ficou em segundo lugar nos Jogos Regionais de Sorocaba. Como foi a participação?
Achei que foi boa demais a nossa participação. Superou as expectativas; eu fique feliz pelo segundo lugar no geral. Chegamos a sete finais no esporte coletivo e conseguimos êxito também em disputas individuais. Uma coisa que me emocionou, para citar apenas um exemplo, foi o atletismo. O Fabinho disputou os Jogos uns sete ou oito anos atrás, quando nosso atletismo ganhava tudo. Esse ano ele voltou a disputar e, com ele, seus dois filhos. Foi legal ver o revezamento 4x100m em que um de seus filhos abriu a prova e ele fechou. Pai e filho correndo juntos.
JP – Mas a organização, de um modo geral, deixou a desejar…
É verdade. Mas isso foi um problema não de Sorocaba, mas sim da Secretaria de Esportes em nível estadual. O xadrez, por exemplo, estava marcado para começar às 11h, mas começou às 16h30 porque não havia tabuleiro, não havia nada. Teve modalidade que estava programada para começar na segunda-feira e foi antecipada para o domingo. Os atletas se programavam e as coisas mudavam em cima da hora. A própria data dos Jogos teve alteração. Muitos atletas pediram férias no trabalho para estar em Sorocaba na época das disputas, mas com a mudança das datas teve gente que não conseguiu se reprogramar. E teve também a questão das medalhas. Um problema na licitação do Governo do Estado e não havia medalhas para os atletas. O que mais me doeu foi a garotada da dama. Nossa equipe foi formada por garotos humildes, de nove a 14 anos que disputaram pela primeira vez. Teve uma garota que, por ser a única menina da modalidade, autorizamos a mãe dela ficar junto no alojamento, e com muito esforço na dama, ficamos em terceiro lugar e chegou na hora, não tinha medalhas para premiar ninguém. Isso doeu em mim. Mas agora as medalhas vão chegar e nós deveremos fazer alguma solenidade para a entrega a todos. Mas foi uma grande falha da organização do evento.
JP – O descontentamento foi geral?
Sim, da própria sede. Sorocaba ficou muito chateada, porque muita gente não quer saber de quem é a culpa. Fica marcado que nos Jogos Regionais de Sorocaba não houve entrega de medalhas. Mas Sorocaba não teve culpa, foi falha do Estado. Sorocaba também foi vítima, mas para muitos ficou a impressão que a cidade é que não tinha medalhas para entregar. Fiquei com dó do Simei Lamarca [secretário de Esportes de Sorocaba] pelo desespero dele.
JP – Então Jundiaí estava certa em não ter disputado?
Eu não dei razão a eles no começo. Na hora, o clima dos Jogos, o entusiasmo da delegação, a gente fica eufórico e quer participar, competir, ganhar. Das delegações de fora, a nossa foi a mais volumosa. Levamos dois terapeutas, enfermeiros, guardas municipais, tínhamos uma grande estrutura, comida de primeira qualidade, quatro refeições diárias, três misturas, levamos chefe de cozinha. Então na hora é gratificante. Mas se for colocar na ponta do lápis, tudo o que se gasta com os Regionais e o que se poderia fazer aqui, a gente acaba entrando em conflito. A gente pensa ‘meu Deus do céu, será que vale mesmo a pena? E se eu fizesse mais campeonatos na cidade, e se eu investisse mais ainda na base’. Nossa verba é escassa. Qualquer cinco mil, dez mil, acaba fazendo uma falta tremenda. E nós classificamos várias modalidades para os Jogos Abertos, não dá para chegar para o pessoal agora e falar ‘não vamos’. É pra se pensar… A gente tem que sentar com o Estado e ver realmente o que o Estado pode nos dar, porque o gasto é muito.
JP – Mudando de assunto: seis meses de administração, já deu para dar a marca Douglas Boschetti, a marca Guilherme Gazzola ao esporte de Itu?
Algumas coisas, sim. Não criticando a administração passada, cada um tem uma maneira de trabalhar, mas agora há uma questão de harmonia, de alegria, o pessoal trabalha mais feliz; nós valorizamos muito nossos professores. O foco nosso é a garotada e o pessoal da terceira idade. O pessoal da terceira idade, porque já contribuiu muito e precisa ter um retorno e a garotada pela iniciação, formação de caráter de educação… Vamos dando continuidade aos nossos campeonatos no futebol; no futsal vamos voltar a ter competições no Primo Schincariol, Titi, além do Curiózão. Mas o mais importante é que hoje temos mais eventos. Acabamos de ter um festival de vôlei 4×4, fizemos no Sesi um evento que reuniu várias modalidades, tivemos o Brasileiro de Kickboxing… E vem mais por aí: Paulista de tênis de mesa, Brasileiro de supino e outros eventos de alto nível. Já fizemos 27 eventos e vamos promover outros 27 até o final do ano. Hoje nós vamos até as escolas mostrar como se pratica esportes e atrair o gosto pelos jovens e temos dado atenção especial para os deficientes também. Então a nossa marca é trabalhar. Eu não tenho esse ego de falar que mudamos isso ou aquilo. Nós trabalhamos. Falta muita coisa, não estou totalmente contente, mas acho que estamos no caminho. Falta ainda muita coisa, mas não se pode fazer tudo de uma vez. Sinto falta, por exemplo, de iluminação no “Souza Lima”, os centros de lazer estarem totalmente reformados, falta os campos estarem melhores, mas o importante é destacar que vamos chegar lá, pois o prefeito Guilherme Gazzola me dá muito apoio, ele e o Rodrigo Tomba (Governo).
JP – Finalizando, quais os planos para o futuro próximo?
Vamos focar os Jogos Abertos, os JORI (Jogos Regionais da Melhor Idade) e, aqui na cidade, queremos trazer mais pessoas para os Centros de Lazer. Pretendemos até o final de agosto, início de setembro reformar o Ginásio “Prudente de Moraes”, depois passaremos para o “Dirceu Cordeiro” [no Cidade Nova], sempre contando com parcerias. No início do próximo ano pretendemos melhorar o Lazer do São Judas, mas temos de ir por etapas. Não há como fazer tudo de uma vez, mas começamos com o “Primo Schincariol” e vamos chegar lá. Veja a Praça Periscópio, ficou show de bola. Quantas pessoas estão frequentando, andando de skate, patinete, jogar… é uma festa.