Periscópio Entrevista – Vinicius Salton
O entrevistado desta semana pelo “Periscópio” é Vinicius Salton, atual secretário de Turismo, Lazer e Eventos. Graduado em Publicidade e Propaganda pela Faculdade Prudente de Moraes, formado pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis e Formado no curso Master Chef pelo Instituto Avançado de Gastronomia – Brasil Chef, ele fala sobre os desafios encontrados na pasta e comenta sobre a nova gestão dos eventos de Itu. Confira!
JP – Nestes 11 meses de mandato, qual foi o principal desafio enfrentado na pasta?
Sem dúvidas os eventos são desafios, e que a gente conseguiu fazer de uma maneira interessante, mas eu destaco mais efetivamente o turismo. Na verdade é mostrar para a população a importância do turismo na geração de emprego e renda e tentar resgatar esse orgulho do ituano pela cidade, que ficou um pouco de lado. E a gente está fazendo. O seminário foi a prova disso. O PDT (Plano Diretor do Turismo) está sendo um grande desafio, mas é muito gratificante estar atualizando o plano diretor. Eu acho que esses são os maiores desafios.
JP – Como está sendo feito o trabalho, até com outras secretarias, para a realização dos diversos eventos na cidade?
A participação das outras secretarias é fundamental, a gente só tem o que agradecer. É um apoio irrestrito. E realmente é um grande desafio, principalmente os primeiros e maiores, que foi a Festa Italiana, aniversário da cidade e Carnaval. Depois a gente foi pegando a “mão”. Trocamos efetivamente o perfil dos eventos na cidade com a festa junina no Cidade Nova e o Cidade dos Chefs. Vem Itu Black Friday, Festa dos Exageros. Eventos que nós estamos gastando muito menos e conseguindo fazer mais até pelo novo formato, de parcerias. Está interessante o formato dos eventos da cidade, com a família e acabando até as 22h.
JP – Então o setor privado está sendo uma “mão na roda” na questão dos eventos?
Com certeza. Uma das nossas funções aqui é dar lazer para a população com eventos de qualidade. O que a gente não pode é acabar com o dinheiro dos cofres públicos para fazer isso. Então a gente tem, sim, os organizadores sérios que vêm até nós. Nós recebemos todo mundo. E quem traz um projeto que é eficiente e que não requer gasto da secretária, a gente está apoiando e participando, envolvendo as outras secretarias e dando todo o respaldo, mas a parte financeira fica por conta desses próprios organizadores. A Festa dos Exageros é um perfil claro disso.
JP – Você percebe uma participação maior da população nesses eventos?
Não tenho dúvida. O que eu escuto muito são as pessoas falando ‘nossa, eu nunca mais tinha vindo no Centro da cidade’, ‘nunca mais tinha ido num evento da Prefeitura’. E aprovando. Mas acho que é o perfil que a gente quer. É a segurança, a gente tem sempre um grande apoio da GCM e da Polícia; acabando no horário correto, trazendo a criança, o idoso; dando atrações diferentes. Com criatividade e muito trabalho, dá pra fazer eventos bons sem gastar dinheiro e que vá a população.
JP – Voltando ao turismo, como está sendo atualizado o Plano Diretor?
O Plano Diretor de Turismo a gente está atendendo a Lei 1.261, que diz que o plano precisa ser revisado de três em três anos, e o nosso vai estar atualizado até abril. A previsão é fazer a entrega dele até o dia 2 de fevereiro para o prefeito. Nós fizemos a contratação do Senac, estamos fazendo três reuniões semanais de quatro horas. São 100 horas de curso. Estamos atualizando todo o inventário turístico de hotéis, restaurantes, bares, campings, fazendas. Tudo que tem na cidade. Está todo mundo engajado e é isso que deixa a gente muito feliz. Não quero que apenas cumpra uma lei; quero que seja um plano que vai nortear o turismo dos próximos três anos.
JP – Como está sendo o trabalho para fazer um Carnaval cada vez maior?
Nós temos um projeto para o Carnaval 2018 que a gente já passou para algumas empresas, mas na verdade ele é basicamente o mesmo formato de 2017. A gente acha que Itu até largou na frente nesse quesito das outras cidades de resgatar isso, trocar o perfil. Foi um sucesso, graças a Deus, e nós vamos repetir, melhorando alguns pontos. Acho que o som pode ser melhorado, o formato, os horários, essa parte dá para fazermos uma coisa melhor, mas o formato será muito semelhante. A gente vai tentar pegar o mesmo público, dar mais conforto ainda para ele, fazer bem organizado, com a mesma segurança, com a mesma qualidade, mas, nesse momento, não dá para gente pegar um Carnaval de 16 mil pessoas aproximadamente e transformar em um Carnaval de 60 mil pessoas, seria uma loucura. Tomara que dobre o número, mas a gente quer manter uma segurança, uma qualidade para o munícipe e para o turista, então aí, depois, talvez para os próximos anos, a gente possa pensar em um pequeno início de bloquinho, uma coisa maior, mas nesse momento não dá.
JP – Para esse ano a informação que temos é que não vai ter nada para o Natal. Para os outros anos já está se pensando em alguma coisa?
Quanto ao Natal, a gente colocou um deadline do dia 21, que é a terça-feira logo após o feriado, para ter informações. Muito possivelmente não vai ter grandes atrações ou quase nada mesmo, porque o Natal é um tema muito complexo. Você gastar aproximadamente R$ 100 mil, você não faz praticamente nada e a gente não tem nem esse dinheiro para gastar. A gente pode tentar fazer com criatividade uma coisinha ou outra, mas não vai dar, esse ano possivelmente que não vamos ter festividade de Natal. Para se programar, a gente teve umas quatro reuniões esse ano com empresas que fazem Natal Luz, bastante coisa interessante, só que tudo isso parte de cima de R$ 300 mil, 400 mil. A gente acredita que esse não é o momento de gastar dinheiro nesse tipo de evento.
JP – Itu é muito conhecida por conta do turismo religioso, mas vem fomentando outros. A intenção agora é crescer nesses setores do turismo?
Itu, na minha opinião, diferente de todas as outras cidades, tem muitas vocações turísticas. A maioria das cidades tem uma ou duas, no máximo três. A gente consegue ter uma exclusiva, que é o exagero, ainda tem o religioso, cultural, patrimonial, rural, geológico, negócios, enfim, é muita opção de turismo. E a gente trabalha da seguinte maneira: uma não exclui a outra. Nós vamos, sim, debater no turismo do exagero, no turismo de negócio, no turismo histórico, sem dúvida o religioso, a gente recebe direto caravana do Sagrado Coração. Então é isso, a gente está até com o PDT (Plano Diretor de Turismo) e é muito importante diagnosticar o que cada setor precisa, como a gente pode melhorar em cada setor. É óbvio que não vamos conseguir chegar na excelência em todos eles, mas a gente não acha que a exclusão de um perfil ou de outro é o ideal.
JP – A gente tem recebido comentários de que a Feira Noturna está ficando vazia, sem tantas atrações como nos primeiros dias. O que será feito para que ela ganhe novo gás?
A Feira Noturna na verdade, só para deixar claro, ela é organização da secretaria de Obras. Mas é óbvio que tem várias secretarias envolvidas e uma delas é a de Turismo, Lazer e Eventos. A gente teve uma reunião ultimamente para ver o que pode ser feito. O que aconteceu nos últimos três finais de semana é que está chovendo, então realmente o público se afasta com a chuva por ser um local aberto. Mas, além disso, nós estamos programando novas atrações gastronômicas e também possivelmente um show mensal, porque toda semana a Prefeitura não tem condição financeira de fazer.
JP – Deixe um mensagem para a população a respeito do turismo e o que pode esperar nos próximos três anos de Governo.
Eu acredito que esses 11 meses já deu pra gente mostrar um pouco do trabalho que está sendo feito, mas tende a melhorar muito, foi o início da caminhada. Com a Plano Diretor de Turismo forte a gente vai ter um norte para o turismo de Itu. As pessoas têm que parar de enxergar o turismo como festinha, agitação. O emprego do futuro está no turismo, nos eventos. Os bancos estão diminuindo a quantidade de emprego, as indústrias estão diminuindo a quantidade de emprego e o receptivo não tem como diminuir, o receptivo a gente vai aumentar. Mais do que enxergar o turismo com qualidade, lazer para a população e para o turista também, a gente tem enxergado como fonte de emprego e renda, e esse Governo trata o turismo de forma muito séria.