Pilotos de Itu completam o Rally dos Sertões
No último sábado (10), a cidade de Salinópolis/PA foi o destino final dos competidores da edição histórica de 30 anos do Rally dos Sertões. Entre eles, Thiago Ostorero e Murilo Cruz, pilotos de Itu. A dupla, que competiu em motos, completou o percurso de mais de 7,2 mil quilômetros que atravessou o Brasil e durou 15 dias.
Thiago, que é empresário e tem 42 anos, estreou nos Sertões este ano e relata a apreensão que viveu antes da prova iniciar. “Com certeza foi o maior desafio da minha vida. A gente estava bem apreensivo no começo, tem toda uma adrenalina, uma ansiedade”. O piloto ficou na 10ª colocação na competição, na categoria Moto 3.
Para o médico Murilo, de 33 anos, o receio com o cansaço gerou medo. “Estava morrendo de medo, muito medo por conta do cansaço, dos quilômetros rodados, da técnica. Aí você vai andando e vendo que dá”, disse. Murilo concluiu o rally em 8º lugar, também na categoria Moto 3.
Em um rally de longa duração há muitos problemas, como a quebra dos veículos, problemas físicos e acidentes. Logo na largada, Murilo teve problemas mecânicos e durante a sequência da prova, sofreu uma queda. O médico e piloto conta como foi superar as dores na costela quebrada. “Era todo dia analgésico para poder rodar, mas desistir jamais, a intenção era terminar”.
Thiago também sofreu uma queda durante uma das etapas que o levou a tomar uma difícil decisão. “Eu andei metade da prova sem freio traseiro e isso gerou muito desgaste. Foi um dia bem complicado, eu cheguei bem estafado. À noite eu tive muitas dores no quadril do lado esquerdo, justamente do lado da queda. À noite eu não consegui dormir de dor, não conseguia mexer e virar para o lado. No dia seguinte estava sem condições nenhuma de levantar. Nessa hora a gente tem que manter a calma e eu tomei a decisão de não participar nesse dia (da etapa), para ter uma recuperação. Não adiantava eu forçar, tomar remédio eme machucar mais ainda, poderia comprometer todo o resto da prova. Então eu tomei a decisão de não participar aquele dia (da etapa)”.
Cruzar a rampa de chegada, depois dos 15 dias de superação, foi emocionante para os dois pilotos. “Foi uma sensação indescritível, foi algo que eu nunca tinha passado relacionado a esse tipo de superação. É muito gratificante, você tá ali, olha pra trás e fala ‘cheguei’, tô aqui”, conta Thiago. Para Murilo é uma sensação difícil de explicar, segundo ele. “Primeiro é um peso que sai. Na hora que subi na rampa, foi uma mistura de alegria, de euforia”, explica. Os pilotos já pensam na edição de 2023, mas no momento, só querem descansar.
Texto e reportagem: Sandro Rodrigues