Praça da Matriz reabre à população e mantém suas características históricas
Os tapumes que isolavam a Praça Padre Miguel (Matriz) foram retirados no último dia 31, reabrindo o espaço turístico à população. As obras, que cumpriram os oito meses previstos contratualmente, resultaram em melhorias na infraestrutura e na manutenção do logradouro, tais como instalação de wi-fi público, tomadas de energia elétrica e paisagismo renovado.
A parte mais dispendiosa e importante do restauro está abaixo do piso de pedras portuguesas. A base foi completamente reconstruída com uma rígida e duradoura camada de 15 cm de concreto e malha de ferro. Embora não seja algo visível, essa intervenção foi necessária para que o pavimento ganhasse mais resistência e esteja apto a receber eventos sem sofrer danos, como ocorria costumeiramente.
O pavimento da praça, da maneira em que se encontrava antes das obras, apresentava diversas irregularidades, afundamentos, falhas e rachaduras, dificultando a acessibilidade e oferecendo riscos aos transeuntes. O piso antes da readequação comprometia o uso desse espaço público para a promoção de atividades comunitárias como as festas da Paróquia Nossa Senhora da Candelária e datas tradicionais do calendário, a exemplo do Carnaval e Estouro do Judas, dentre outros eventos, que mobilizam a população local e atraem grande demanda de visitantes.
Além do contrapiso, foi feita uma rampa de acesso, atendendo à legislação federal de acessibilidade, junto à plataforma do Orelhão, que ressurgiu com suas características originais da época em que foi instalado, retomando sua cor laranja e a logomarca da extinta Telesp. O coreto foi restaurado e os desenhos originais do piso foram refeitos em pedra portuguesa, uma vez que os filetes metálicos que compunham as formas originais foram arrancados.
Por estar num Centro Histórico, tombado a nível estadual enquanto paisagem urbana, e fazer parte de um traçado remanescente do século XVII (único exemplar intacto da ocupação espanhola no Brasil), a Praça da Matriz permaneceu inalterada em sua aparência. Isso não podia ser diferente, uma vez que, devido ao que ela representa para a história da ocupação urbana no Brasil, não pode ser modificada.
Todas as melhorias seguiram as determinações de órgãos competentes como Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) e Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e receberam as devidas aprovações. O restauro foi custeado com verbas estaduais com finalidade exclusiva para obras turísticas, não havendo possibilidade de uso em outras áreas.
O montante, no valor aproximado de R$ 1 milhão, veio do Dadetur (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos).