Prefeito de Itu faz balanço de 2022 e projeta 2023
No final de dezembro, o prefeito Guilherme Gazzola (PL) recebeu a reportagem do JP e, em entrevista, fez um balanço de sua gestão no ano de 2022 e projetou o que esperar para 2023. O chefe do Executivo ituano falou sobre água, saúde, educação, turismo, emprego e diversos outros temas importantes para a sociedade ituana. Os principais pontos abordados por Gazzola você confere a partir de agora.
ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Um dos temas que causa mais preocupação entre os ituanos é a água. E Gazzola falou sobre o que tem sido feito para mitigar esse problema, como as obras da linha 02 do Sistema Mombaça e da Barragem do Piraí. “É o primeiro dezembro que a gente chega nesses seis anos sem ter absolutamente nenhuma inconstância de água. Isso é resultado do trabalho que foi feito”, afirmou o prefeito, informando que em 2022 choveu menos que 2021, que foi um ano de estiagem.
Ele voltou a frisar que, em 2019, Itu atingiu o “equilíbrio hídrico” – que é quando a cidade tem água suficiente para o consumo “normal”. “Quando se foge da normalidade, que foi nesses dois anos de estiagem imensa, sobrecarrega o sistema”, disse o prefeito, apontando que, no Cidade Nova, o ano de 2022 foi enfrentado sem nenhum problema por conta da captação do Pirajibu. Já na região central, ele afirmou que 60% não enfrentou problemas de abastecimento, apenas as chamadas “pontas de rede”, por questões de pressão – que, segundo Gazzola, vem sendo enfrentadas.
O prefeito também negou a existência de um “racionamento velado” às vésperas da eleição para não atrapalhar o desempenho de seu grupo. “Hoje, como Itu tem água perene, o racionamento perdeu o sentido. O forte nosso não são mais as barragens. São as águas que têm fluxo”. Gazzola disse que, com a troca de tubulação, já reduziu a perda de água de 52% para 38%. Também antecipou que a nova linha do Mombaça irá se chamar “Utu-Guaçu”, para reforçar que se trata de uma captação independente da atual.
“Esse sistema por si só já daria conta de fazer todo o abastecimento de água bruta da região central, e deixaríamos as nossas barragens como suporte. Esse é o caminho ideal”, disse. Boa parte dos equipamentos já foram comprados e a licitação para a obra ocorreu no fim de dezembro. A previsão é que a obra seja concluída entre janeiro e fevereiro de 2024. Sobre a Barragem do Piraí, a licitação da obra sai no próximo dia 12 de janeiro e todas as desapropriações já foram feitas e pagas, segundo Gazzola.
CULTURA, TURISMO E EVENTOS
Sobre o setor cultural e de turismo, o prefeito disse que o setor de setor turístico e de serviços é o “grande empregador desse século”. Gazzola citou que vem incrementando os atrativos já existentes na cidade, com o início das operações do Trem Republicano, por exemplo. Nesse período praticamente pós-pandêmico, ele espera que o retorno seja ainda maior para a economia e geração de empregos da cidade.
Ele aponta que a volta do Tomorrowland Brasil para Itu será uma “revolução”, informando que são esperadas cerca de 60 mil pessoas em cada um dos três dias do evento. “Ou seja, são 180 mil pessoas que vão transitar pela cidade de Itu. Isso vai mudar o paradigma da cidade”, disse Gazzola, destacando as alterações tributárias recentes para o setor que possibilita que o Tomorrowland recolha o ISS no município.
Sobre o aniversário da cidade, além do anúncio e entregas de obras, haverá a volta de show musical, após dois anos de impossibilidade por conta da pandemia. A novidade fica por conta do local: a Praça do Carmo, que também deverá ser o palco das festividades do Carnaval, que ocorre de 18 a 21 de fevereiro e seguirá o mesmo padrão dos anos anteriores.
OFERTA NA SAÚDE
Segundo Gazzola, a área da saúde de Itu já vem sendo reconhecida, com uma “drástica melhora” na relação da população com o setor. Porém, sempre será uma “dificuldade”. “As pessoas, com razão, não enxergam a saúde de forma coletiva. Elas querem saber se foram atendidas ou não. Mas se avaliar de forma coletiva, as mudanças são imensas”, disse.
O prefeito disse que em todos os anos de sua gestão investiu ao menos 24% do orçamento na área da saúde. “Você não vê mais filas imensas em exames de especialidades, você não vê mais reclamações na questão cirúrgica”, frisou, destacando a oferta hospitalar: Santa Casa, Hospital Municipal e Hospital da Criança, todos atendendo exclusivamente o SUS.
Mas Gazzola também destaca a construção do Hospital da Unimed Salto/Itu e o Hospital Santa Ignês, que deve começar a operar nos próximos meses. “Mais de 30% da cidade tem convênio médico”, informa o prefeito, apontando que a oferta particular ajuda a desafogar a rede pública. Gazzola também enaltece o trabalho feito nas unidades básicas de saúde e nas campanhas de vacinação, principalmente da Covid-19.
Sobre novas obras, a intenção da Prefeitura é construir mais uma UPA na região do Pirapitingui, ao lado da UBS 11, e transformar o atual PAM da Vila Martins em um ambulatório de especialidades. Com o dinheiro resultante da venda da área de um terreno às margens da Rodovia da Convenção (aprovada no fim de 2022 na Câmara de Vereadores), também será reformada a UBS 4 (Jardim das Rosas) e inaugurada uma central de esterilização, cujo os equipamentos já foram comprados.
Outra novidade é a Casa do Autista, que será inaugurada na Rua do Patrocínio, no Centro. O espaço, segundo o prefeito, contará com apoio psicológico e médico para crianças com transtorno do espectro autista (TEA). Ainda conforme o prefeito, a Casa do Autista oferecerá um apoio mais completo e mais integrado com a rede de saúde do que a AMAI (Associação Amigos dos Autistas de Itu).
ÁREA EDUCACIONAL
Na área da educação, Gazzola destacou avanços e alterações polêmicas, como as mudanças no magistério. “Toda mudança causa desassossego, é um fato, e às vezes demora um tempo para você corrigir erros. Ninguém está disposto a achar que é dono da verdade”, disse o prefeito, a respeito das alterações propostas em mudanças já recentes na Câmara para a carreira dos professores municipais.
Para ele, o mais importante foi aumentar o piso salarial da categoria – assim como de todos os servidores, com a Reforma Administrativa. “Não adianta você fazer nada para o funcionário se você não aumentar o piso”, alegou Gazzola, informando que a inspiração das mudanças foi no sistema proposto no Estado do Ceará, que conta com bons índices educacionais.
“O que eles valorizam? Alfabetização e corpo diretivo. São os dois pontos iniciais, depois vai caminhando para os outros. Então o que fizemos? Mudamos a forma de escolha da direção [das escolas], porque nem sempre um bom professor é um bom diretor. São coisas completamente distintas”, informa o prefeito, destacando a instituição do sistema de premiação aos diretores e supervisores, com um plus para os da Rede Saber. “É lógico que isso desagrada os não contemplados”, pontua Gazzola.
Mas, para ele, são essas mudanças que fazem a transformação e o importante é o resultado final. Ele destacou ainda os atrasos educacionais com a pandemia, informando a realização de reforço na alfabetização dos alunos com déficit. Sobre a experiência cearense, Gazzola visitou, junto com o secretário de Educação Plinio Bernardi Jr., as cidades de Fortaleza, Sobral e Eusébio para se inteirar sobre o conceito aplicado que gerou resultados.
Para 2023, as novidades são o início das aulas de educação patrimonial, um convênio para aulas de robótica na rede municipal e investimentos na formação de professores, além da inauguração da Rede Saber da Vila Martins e o início das obras para tornar a escola “Lourenço Carmignani”, no Jardim Vitória, em escola de período integral.
ORÇAMENTO E EMPREGO
Gazzola falou sobre a “guerra fiscal” entre os municípios, com algumas prefeituras cobrando menos impostos para atrair empresas. No caso dos consórcios, que a cobrança do ISS teve alterações aprovadas na Câmara, ele explica que as empresas podem recolher o imposto na cidade em que fazem a venda. Por isso, escolhem recolher onde tem a menor taxa – por isso o ISS de Itu para o setor foi reduzido, para não perder essa receita.
O prefeito disse também que a situação financeira da Prefeitura hoje é muito melhor e que a cidade tem um grau de endividamento baixíssimo, o que ajuda a conseguir boas linhas de crédito – como a que garantiu recurso para a construção da linha 2 do Mombaça. Gazzola também afirmou que a queda na arrecadação na pandemia foi pequena, sendo retomada pouco após o início.
Sobre os empregos, Gazzola destacou os bons números presentes no Caged – Itu só teve dois meses negativos desde o início da pandemia. Ele também falou sobre as qualificações de mão de obra ofertadas pelo Sebrae e programas como o Via Rápida Emprego como meio para que os ituanos conquistem empregos qualificados. “O problema do Brasil não é emprego, é renda que não é suficiente. Como vai tratar isso? Só se a economia crescer”.
Já sobre o Polo Tecnológico e Industrial anunciado juntamente com o Governo do Estado no início do ano passado, Gazzola informou que o projeto está na fase de licenciamento pela CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, que é mais morosa. “Mas já está pronto para análise. Vamos ver se, com a mudança de Governo, a gente acelera isso aí”.
Outra novidade é o Vila Tech, que deverá ser construído onde antes funcionava a Secretaria de Serviços Urbanos (SEMSUR), ao lado da estação do Trem Republicano. O projeto, que ainda aguarda investimento (na casa de R$ 40 milhões), será um centro de inovação, empreendedorismo e conhecimento, com foco em desenvolver pessoas capacitadas em economia criativa, sustentabilidade e tecnologias digitais, além de promover networking, inclusão social e oportunidades de negócios, em um só espaço.
Ao lado, onde funcionava a Incubadora, funcionará o estúdio do artista plástico Kobra. Vai ser um estúdio com área externa para visitação, como se fosse um museu a céu aberto, segundo o prefeito, além da oferta de oficinas e outras atrações. O contrato já foi assinado.
OUTROS TEMAS
Gazzola falou de diversos outros temas, como esporte. Nesta área, o prefeito afirmou que o Ituano Futebol Clube é um grande parceiro, elevando o nome da cidade através de suas conquistas dentro de campo. Porém, ele diz que a Prefeitura estuda a melhor maneira para a cessão do Estádio Novelli Júnior, que é municipal. “O que nós teremos de contrapartida? De graça, jamais”, declarou, apontando o caminho que outros clubes vêm adotando, como a SAF (Sociedade Anônima do Futebol).
Sobre o andamento das obras de asfaltamento da Estrada do Pinheirinho, o prefeito disse que as mesmas já passaram dos 50% e que muitos duvidavam, mas ela é histórica e traz um “novo eixo de desenvolvimento” para a cidade. Sobre a concessão do transporte público, Gazzola disse que o sonho dele é que as pessoas não precisem mais delas dentro em breve e que busquem alternativas, por isso a Prefeitura tem investido em ciclovias e outros tipos de mobilidade. Ele também voltou a bater na tecla de que o transporte de Itu não tem subsídio como outras cidades.
O prefeito também informou que o CEA (Centro de Educação Ambiental) “Miguel Lorente Villa”, no Parque Residencial Presidente Médici, deverá ser aberto nos moldes do que ocorreu no Bosque Alceu Geribello, no Bairro Brasil – que provocou críticas dos moradores dos arredores. Gazzola, porém, pondera dizendo que o “desconhecido gera apreensão”, mas que, ao abrir, se cria uma sensação de “pertencimento”.
Já no fim da conversa, Gazzola disse que as obras do Parque São Camilo (que será construído através de contrapartidas de loteadores) estão bastante adiantadas. Sobre o Cartão Cidadão, o prefeito destaca que mais de 122 mil ituanos já fizeram o cadastro e enalteceu o projeto, que unifica bases de dados na saúde, educação e outras áreas. Ele também destaca o processo de digitalização de processos e alvarás. “Quando você interliga o sistema, mais difícil é de alguém fazer algo fora do que seja republicano”.
Finalizando, Gazzola falou sobre o Plano Diretor aprovado na Câmara, destacando a realização de oficinas e audiências para formatação do mesmo em conjunto com a empresa GeoBrasilis. “É um plano muito moderno, que trabalha em eixos de desenvolvimento. Itu estava sem Plano Diretor, então você dá segurança jurídica para tudo. Como tudo, nós fizemos o que é bom para a cidade – e nem tudo que é bom para a cidade é bom para alguns empreendedores”, disse o prefeito, destacando as regras propostas também pela Lei de Uso e Ocupação do Solo, como o tamanho mínimo de lote, que garante a permeabilidade do solo.
De CULTURA, propriamente dita, não falu absolutamente NADA.
Talvez, porque não exista NENHUMA política pública para o setor, haja visto a imobilidade da dita secretária e seus agregados e agregadas.
Tomorrow Land, é sazonal; bem como o aniversário da cidade (1x por ano).
Mas o que se propõe de forma perene, contínua e permanente para a CULTURA municipal?
Qual a política pública em discussão?
O que a dita secretária de cultura planeja para a LEI ALDIR BLANC? E para a LEI PAULO GUSTAVO? E para o FOMENTO dos projetos culturais? E para a formalização, capacitação e profissionalização do setor cultural? E o Conselho de Cultura, que foi aparelhado por alguns néscios e absolutamente mais nada se discute por lá?
Enfim… falta é uma compreensão dos diversos conceitos de CULTURA, seus desdobramentos e a consciência da importância da ECONOMIA CRIATIVA para os cofres públicos.
CULTURA NÃO É EVENTO!
CULTURA É CIDADANIA, EXPRESSÃO, VALOR, RIQUEZA, DIVERSIDADE, PERENIDADE, DIGNIDADE, entre tantas outras definições… que fique claro.