Prefeito eleito alerta: “Vamos assumir com rombo de R$ 40 mi”
Gazzola falou ao JP sobre as dificuldades financeiras da cidade, pagamento do 13º dos servidores públicos e volta do Pronto Socorro
André Roedel
Logo após o anúncio dos novos secretários municipais, realizado dia 31 de outubro, em seu gabinete político, o prefeito eleito Guilherme Gazzola (PTB) falou com exclusividade à reportagem do “Periscópio” sobre alguns temas polêmicos. Um deles é o déficit que será deixado pela atual administração. “Provavelmente feche com um déficit de R$ 40 milhões. Nós vamos assumir com um rombo de R$ 40 milhões a Prefeitura de Itu”, declarou.
A situação financeira do Executivo ituano é o que mais preocupou Gazzola após a reunião de transição de governo que teve com o prefeito Antonio Tuíze (PV). “A situação financeira da Prefeitura é muito pior do que nós imaginávamos. Ela chega a índices de, se fosse uma empresa privada, ter dificuldades de solvência”, disse o prefeito eleito.
Mesmo com essa dificuldade financeira, Gazzola não se desanima e aponta caminhos a serem trilhados. “Nós vamos trabalhar reduzindo contratos, com gestão administrativa. E nós fomos eleitos para isso. Eu não estou aqui para reclamar, mas nós vamos apresentar à sociedade um diagnóstico muito claro”, apontou.
A reportagem do “Periscópio” questionou a Secretaria Municipal de Economia e Finanças sobre esses valores e os motivos que teriam originado o rombo. Porém, o secretário responssável pela pasta, Valfrido Miguel Carotti, se limitou a dizer que “a Secretaria de Economia e Finanças não vai se manifestar sobre as questões formuladas”.
13º dos servidores
Outro assunto abordado pelo prefeito eleito foi quanto ao pagamento do 13º salário dos servidores públicos municipais. Nas últimas semanas tem sido ventilada a informação de que a Prefeitura não teria condições de arcar com o valor. Gazzola explica: “Existe uma situação muito difícil, com um déficit muito forte da Prefeitura. Já houve um atraso do pagamento do dia 30 para o dia 4. O secretário que vai continuar (Valfrido Carotti, das Finanças), que é um homem responsável, tem disponível hoje provisão para metade do 13º, mas o que a gente está tentando evitar são as sabotagens internas”.
De acordo com Gazzola, essas ‘sabotagens’ seriam empenhos emitidos pela Secretaria de Administração no fim da gestão. O pagamento do 13º também depende da arrecadação de tributos do município. “Vai depender muito da arrecadação; depende muito do que vai entrando. E tem um grande problema que são as demandas judiciais. De repente entra uma, você está contando com esse dinheiro e ele é sequestrado”, informou o novo prefeito.
Gazzola também declarou que deverá arcar com o pagamento do direito dos trabalhadores caso a atual administração não o faça. “Se o prefeito atual não pagar, ainda que responsável legal pelo pagamento, nós não vamos nos furtar a cumprir a obrigação, pois o funcionário público não tem nada a ver com isso”.
Volta do Pronto Socorro também foi debatida
O prefeito eleito também reafirmou o compromisso do retorno do Pronto Socorro do Hospital São Camilo. “A emergência vai voltar a funcionar de qualquer maneira”, declarou. “Hoje, o que temos uma dificuldade – e já estamos fazendo intervenções nesse sentido – é a respeito do prédio do Pronto Socorro. É um prédio com tombamento integral”, disse Gazzola, que prefere não dar um percentual de chance do retorno do serviço.
“Eu acho que grande, mas eu não colocaria em percentual porque você gera uma expectativa negativa. Mas é o nosso trabalho incessante desde o dia seguinte a minha eleição”, apontou o prefeito eleito, que segue negociando com a direção do São Camilo. “Estamos fazendo reuniões constantes com o pessoal do São Camilo. Estive também na Diretoria Regional de Saúde para falar sobre isso. Sobre teto, sobre despesa, sobre custos. Essas reuniões têm tomado nosso tempo de forma bastante grande”.