Prefeitura faz fiscalização em protesto

Na manhã desta sexta-feira (11), a Prefeitura de Itu, por meio da Secretaria Municipal de Segurança, deflagrou uma operação de fiscalização no ponto de manifestação na Praça Duque de Caxias, em frente ao Regimento Deodoro (Quartel de Itu), que acontece desde o último dia 31 de outubro.

Segundo a administração, a ação ocorre após várias denúncias de irregularidades apontadas por moradores da cidade. Os manifestantes, descontentes com o resultado da eleição presidencial, se aglomeram no local há 13 dias, causando uma série de transtornos, de acordo com queixas dos munícipes.

Em nota, a Prefeitura informou que a fiscalização busca, a princípio, verificar barracas instaladas sem alvará, veículos estacionados em locais proibidos e outras irregularidades como ligações clandestinas de luz e água em espaço público.

“Em todos os momentos vamos preservar a liberdade de expressão, mas jamais tolerar atos ilegais que atentem contra o processo democrático, bem como ações irregulares, uma vez que, desde 2017, sempre foram fiscalizadas de maneira igual para todos, de acordo com a lei”, se posiciona o prefeito Guilherme Gazzola (PL).

Ainda conforme a Prefeitura, a operação segue determinações de autoridades superiores no sentido de identificar os participantes dos manifestos, assim como deverá favorecer no reconhecimento dos financiadores das ações em apoio aos grupos de protesto.

De acordo com a Secretaria Municipal de Segurança, foram encontradas três ligações clandestinas de energia elétrica e manipulação de alimentos sem condições de higiene. Os responsáveis foram alertados sobre as irregularidades e orientados pela GCM.

Os veículos estacionados de maneira imprópria no local foram retirados por seus proprietários, sob pena de autuação caso houvesse a permanência. Os agentes também requisitaram aos manifestantes que as barracas montadas na praça fossem removidas.

Repercussão

A reportagem do Periscópio esteve na última quinta-feira (10) na Praça Duque de Caxias e, em contato com os manifestantes, os mesmos, que não quiserem se identificar, disseram que ficarão acampados no local por tempo indeterminado. “Não vamos desistir do nosso Brasil”, disse uma idosa. “Mesmo com o parecer do Ministério da Defesa, seguiremos aqui nos manifestando. Alguém precisa nos ouvir”, disse um outro manifestante.

O referido relatório das eleições realizado pelo Ministério da Defesa foi apresentado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na última quarta-feira (09) e, assim como todas as demais entidades fiscalizadoras, não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022, conforme afirmou o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, em nota oficial.

Já o ministério esclareceu que o “acurado trabalho da equipe de técnicos militares na fiscalização do sistema eletrônico de votação, embora não tenha apontado, também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”. O relatório ainda indicou aspectos que precisam de esclarecimentos e apresentou sugestões para aperfeiçoamento do sistema que, segundo Moraes, serão oportunamente analisadas.

Na sexta-feira (11), o JP também esteve em frente ao Quartel de Itu, pela manhã, no momento em que era realizada a operação da GCM. Indignados, manifestantes que ali estavam com barracas e cartazes disseram que não iriam sair do local.

Enfurecido, um homem que não quis se identificar disse “ter a liberdade de ali permanecer, que não irá compactuar com a ditadura”. Já um outro indivíduo disse que não irá se submete a “ditadura comunista”. Uma manifestante ainda seguiu exibindo um cartaz com os dizeres: “SOS Forças Armadas”. Segundo o apurado pela reportagem, o ato deve prosseguir, porém não se sabe se seguirá com o mesmo aparato de barracas e motorhomes como atualmente.