Presentes em toda a cidade, buracos geram transtornos e prejuízos em Itu

Má qualidade do asfalto é realidade antiga na rotina dos ituanos. Prefeitura reconhece que sistema tapa-buracos é pouco funcional

 

LUCAS GANDIA

 

Os moradores de Itu já os conhecem há muitos anos – e nem é necessário ser motorista para se incomodar com os transtornos gerados por eles. Os vilões em questão são os buracos, problemas que parecem longe de ser solucionados na cidade. As deformidades no asfalto são realidade em praticamente todos os bairros ituanos, inclusive em condomínios fechados.

De tão frequentes na rotina de quem vive e trabalha em Itu, os condutores já têm até adotado estratégias para passar pelos buracos. “Os carros têm que andar bem devagar para não ter prejuízo”, conta a dona de casa Magali Bortholetto. Moradora da Vila Padre Bento, ela afirma que o problema é antigo nas proximidades do Centro de Lazer “André Franco Montoro”, entre as ruas Alfredo Barbi e Maestro José M. dos Passos. “Para variar, está sempre cheio de buracos”.

No caso de Paulo André Caetano, a má qualidade do asfalto gerou uma dor de cabeça ainda maior. Residente da Rua Edson Campos, no Potiguara, o analista de sistemas registrou diversas reclamações junto ao Executivo para cobrir um buraco no endereço. Entretanto, o problema só foi resolvido depois que o para-choque do carro quebrou enquanto ele tentava sair da garagem de casa. “Paguei o conserto, mas estou até hoje esperando o reembolso solicitado na Prefeitura. Já vai completar um ano de aguardo”, enfatiza.

Nem mesmo a região central está isenta do problema com o asfalto. No cruzamento das ruas Barão do Rio Branco e Santa Rita, por exemplo, um buraco atrapalha, já há algumas semanas, o fluxo do trânsito. “Quase deixei a roda do carro lá. O mesmo acontece na Rua dos Andradas, onde a cada hora aparece um buraco diferente e um remendo mal feito”, reclama a assistente administrativo Cristiane Aparecida Toledo.

 

Sistema ineficiente

Questionado pelo “Periscópio”, o secretário municipal de Serviços Urbanos, Alessandro Mazaro, afirma que, apesar de não atender mais as necessidades da cidade, o tradicional sistema de tapa-buraco ainda é importante para manter a trafegabilidade em Itu. “Em diversas regiões, o pavimento asfáltico existente tem sua vida útil comprometida, necessitando a troca da pavimentação, reforço ou recapeamento superficial”, observa. “Em vários bairros ou ruas, realiza-se o reparo, sendo que, muitas vezes, num curto período, surgem os mesmos problemas em pontos próximos, certificando-se com isto que o tapa-buracos não é a melhor solução”.

Segundo o secretário, os locais atendidos são selecionados a partir de vistorias periódicas. “Analisamos as prioridades, como trajetos mais solicitados, centro da cidade, periculosidade etc”, afirma Mazaro. “Este é um trabalho constante devido ao estado comprometido da malha viária em determinadas regiões”.

Ao JP, o responsável pela pasta ainda afirma que a Secretaria de Serviços Urbanos está programando de maneira mais efetiva uma equipe para preparar o pavimento que receberá a camada asfáltica. “Consiste em retirar o material degradado abaixo da superfície e trocar por um outro, formando uma base de sustentação, para após receber a massa asfáltica”, explica. “Todavia, devido às chuvas intermitentes de janeiro e à reestruturação dos equipamentos envolvidos para tais tarefas, alguns locais ainda não foram executados”.

 

Crateras

Nos últimos meses, diversos buracos de grande profundidade apareceram nas ruas da região central. A situação assustou até mesmo os ituanos mais acostumados com os problemas no asfalto. Para Mazaro, o problema é motivado por uma série de fatores. “O Centro possui, em alguns trechos, galerias de águas pluviais antigas, feitas de alvenaria, apresentando mais fragilidade numa época de chuvas. Somam-se a isto problemas em tubulações subterrâneas profundas, que muitas vezes só descobrimos depois da formação de um buraco”, finaliza.