Professores da FATEC aderem à greve
Os professores, auxiliares docentes e funcionários administrativos das ETECs (Escolas Técnicas) e FATECs (Faculdades de Tecnologia) do Centro Paula Souza entraram em greve por tempo indeterminado na última terça-feira (08). Em Itu, professores da FATEC “Dom Amaury Castanho” adeririam à greve encabeçada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps).
Em São Paulo, um ato público de lançamento aconteceu no campus da FATEC/SP, seguido de uma passeata até a administração central do Centro Paula Souza. São quatro reivindicações centrais da greve. A primeira é o fim do arrocho salarial. A segunda é o imediato pagamento do Bônus Resultado. Os servidores também cobram a revisão da carreira e atendimento dos anseios da categoria. Por fim, a greve é em defesa das escolas do Centro Paula Souza.
“Por meio da Secretaria de Educação (Seduc), o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) está propondo a implementação de ensino técnico diretamente na rede estadual, à margem do Centro Paula Souza, que é o órgão estadual paulista responsável por essa modalidade de ensino há mais de 50 anos, com notória qualidade e respeito da sociedade. A possibilidade de uma ‘rede paralela’ de ensino técnico – sem investimentos, sem estrutura laboratorial e sem contratação de professores habilitados – será um golpe de morte nas nossas ETECs”, afirma o sindicato.
A reportagem do JP esteve em contato com professores da FATEC de Itu para saber os impactos da greve na cidade. Segundo a professora Juliana Ribeiro de Lima, não havia um número exato de professores em greve, uma vez que a assembleia foi feita de forma remota e eles foram assinando a ata durante a semana. “Nós temos 72 professores e pelo menos 20 já estão em greve”, disse Juliana na tarde da última quarta-feira (09).
Segundo ela, o número de unidades que aderiram à greve em todo o Estado vai aumentando, sendo que na quarta eram cerca de 120. “Graças a Deus em Itu estamos seguindo na luta sem retaliações”, afirmou a professora. Apenas os professores da FATEC entraram em greve, mas os profissionais da ETEC “Martinho Di Ciero”, apesar de não aderirem, estão mobilizados. “Eles estão organizando a assembleia deles”, informa Juliana. A partir do momento que uma pessoa na unidade está em greve, já se considera que a unidade aderiu à greve. “A adesão à greve é individual. Então, aos poucos mais professores vão se unindo com a gente”.
Juliana contou à reportagem que novas reuniões estavam marcadas entre os grevistas da região, além de representantes do Sinteps. O vereador Dr. José Galvão (União) foi procurado pelos servidores em greve e colocou seu mandato à disposição, além de ter acionado o deputado estadual Rodrigo Moraes (PL) para intermediar as demandas pleiteadas. Uma reunião estava prevista para ontem (11).
Na semana que vem, os grevistas farão um ato na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) para reivindicar os direitos. Já na terça-feira (15), durante sessão da Câmara de Vereadores de Itu, os professores usarão a Tribuna Livre. Um ato em frente à FATEC também está sendo planejado.
Centro Paula Souza
Em nota, o Centro Paula Souza diz que trabalha para valorizar seus servidores. Segundo o CPS, a bonificação por resultados, referente ao ano de 2022, por exemplo, já foi publicada no Diário Oficial do Estado e será o paga até outubro, podendo ser antecipada para setembro. A nota acrescenta que o governo Tarcísio de Freitas, já em seu primeiro ano, concedeu reajuste acima da inflação para os servidores públicos.
“O estudo para o novo plano de carreiras dos servidores do CPS está em andamento e contava, até o dia 23 de junho, com a participação de representantes do sindicato, que optaram por se desligar do grupo de trabalho. A proposta do novo plano de carreira será encaminhada às instâncias responsáveis pela sua análise até setembro, e as contribuições do Centro Paula Souza serão avaliadas. O investimento nas ETECs e FATECs para ampliar as oportunidades de acesso à formação profissional gratuita em São Paulo é compromisso da atual gestão”, diz o texto.
O CPS acrescenta que adotará todas as medidas necessárias para garantir que os estudantes não sejam prejudicados.