Professores da rede municipal protestam neste domingo contra diminuição salarial
Manifestação está marcada para o período da manhã, na Galileu Bicudo. Prefeitura diz que não houve cortes, apenas adequações
Amanhã (12), a partir das 9h30, um grupo de professores municipais fará uma passeata na Avenida Galileu Bicudo, rotatória com Morro do Teatro. A manifestação ocorrerá por conta das alterações no pagamento de benefícios sobre a “dobra” da carga horária, que resultou em revolta do magistério, já que cerca de 30% dos 1175 professores serão afetados.
Mercedes Genebra, professora da rede municipal há 30 anos e que participa de uma comissão de profissionais à frente do ato, explica a situação. “O Ituprev disse que a Prefeitura estava pagando a mais para os professores. Tiveram como base o Estatuto do Servidor, em seus artigos 90 e 91, esquecendo que nós temos um estatuto próprio”.
“Essas vantagens que eles falam que nós estamos recebendo a mais estão previstas no Estatuto do Magistério. E nós recebemos esses adicionais há mais de 30 anos. Quando houve a mudança do regime celetista para estatutário, uma das cláusulas do regime era que a gente não ia perder nenhum adicional e nenhum direito. E não é o que está acontecendo nessa gestão”, prossegue a professora.
Quanto mais antigo for o professor, maior será a perda salarial, segundo ela. “Nós temos professores novos que terão uma perda de R$ 300 e professores antigos, que terão uma perda de mais de R$ 1 mil”, declara a professora, informando que até greve chegou a ser pensada pela categoria.
“A princípio nós iríamos entrar em greve, porém, em deliberações junto ao sindicato, ficou decidido que nós entraríamos em estado de greve, que tem a conscientização da população sobre o que está acontecendo na Prefeitura de Itu em relação aos professores e tem também algumas ações, como essa passeata”, explica.
“A situação está desesperadora. Nós não merecemos um pontapé da forma que estamos levando”, aponta Mercedes, que acredita no crescimento do movimento. “Se o movimento continuar crescendo desse jeito, outras secretarias também irão parar”. A professora ainda informa que, caso os problemas não sejam sanados, ela e outros profissionais entrarão com uma ação no Ministério Público.
A manifestação foi convocada pelo Facebook, que foi “palco” de diversas manifestação de apoio aos professores. Um evento foi criado na rede social pelo coletivo “Itu Vai Parar”, que, em 2013 e 2014, ficou conhecido pelos protestos contra o aumento da tarifa de ônibus e sobre a falta d’água. A ex-secretária de Educação de Itu, Marilda Cortijo, também está envolvida no ato.
Sem cortes
O “Periscópio” entrou em contato com a Prefeitura, que informou não ter promovido cortes no valor da hora aula (hoje em R$ 13,66, no mínimo) da jornada básica e nos benefícios. “Por uma ação corretiva baseada em legislação foi, sim, promovido pelo Ituprev correção no que se refere ao pagamento de benefícios incidentes sobre a Carga Suplementar de Trabalho (a “dobra”), tal ação em hipótese alguma tem a intenção de prejudicar os professores da Rede Municipal de Ensino e, sim, corrigir equívocos de gestões anteriores”, apontou.
A Prefeitura também informou que “prima por diálogo e democracia, pautados nos reais interesses da população, para superação do déficit de serviços essenciais apresentados no município de Itu e vê qualquer manifesto como um direito dos professores”.