Quase 3 anos após fechar unidade em Itu, Mabe tem falência decretada

Documento de falência afirma que a empresa não cumpriu o acordo de recuperação. Trabalhadores transferidos de Itu devem procurar o sindicato para regularizar a situação

Lucas Gandia

Sem receita para realizar suas atividades e para pagar os credores, a multinacional mexicana Mabe teve a falência decretada na semana passada pela Justiça de São Paulo. A decisão ocorreu quase três anos após a empresa fechar sua unidade em Itu e entrar com um pedido de recuperação judicial. Segundo o documento de falência, a fabricante de fogões e geladeiras das marcas Dako e Continental não cumpriu as obrigações do acordo de recuperação, como manter pagamento de funcionários.

Em dezembro do ano passado, a Mabe encerrou suas atividades nas duas fábricas em Campinas e Hortolândia, ambas no interior de São Paulo, e concedeu férias coletivas aos trabalhadores. A previsão era que a operação voltasse a funcionar em janeiro, mas a empresa não conseguiu pagar salários nem o 13º de mais de 1.500 funcionários.

Ao longo da semana, trabalhadores realizaram protestos nas duas cidades, como forma de protestar pelos direitos trabalhistas e pelos salários que não foram pagos após as demissões.

Procedimentos
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Itu e Região, Dorival Jesus do Nascimento Junior, quando a Mabe encerrou as atividades na planta ituana, em maio de 2013, cerca de 50 funcionários foram transferidos para outras unidades da empresa. “Esse número incluía trabalhadores que possuíam estabilidade, como gestantes e afastados por problemas de saúde. Atualmente é difícil precisar esses dados, pois nem todos permaneceram lá nesse período”, observa.

Ainda de acordo com Dorival, as verbas rescisórias dos cerca de 1.080 funcionários demitidos em Itu no ano de 2013 já foram acertadas. Já os trabalhadores ituanos que foram afastados neste mês devem procurar o sindicato da região para regularizar a situação. “Eles entram junto no processo de falência da Mabe. Temos até o dia 25 para habilitar o pessoal e orientá-los a agir nesse caso”, explica. “Eles devem decidir se querem que o sindicato os defenda ou se preferem a assessoria de algum advogado particular”.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Itu e Região fica na Rua Euclides da Cunha, 127, Centro. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 4022-1446.