Que o Ano Novo seja realmente um ano novo

Por Moura Nápoli

Estamos fechando 2018, um ano que vai ficar marcado por uma série de fatos – alguns, sui generis – que não apenas ficarão na lembrança, mas sim na história deste país. Daqui a algumas décadas, os alunos de história poderão abrir seus livros e estudar fatos ocorridos em 2018.

Por exemplo: tivemos um ex-presidente da República preso. Não, Lula não foi o primeiro homem a vestir a faixa presidencial e depois de exercer o mandato ser preso. Na verdade foi o quinto (antes dele, Hermes da Fonseca, Washington Luiz, Artur Bernardes e Juscelino Kubitschek), mas o primeiro a ser preso por crime comum. Os demais foram presos ou detidos e exilados por problemas políticos.

Luis Inácio Lula da Silva, condenado há 12 anos e um mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, é o primeiro – e até agora único – preso por crime comum, muito embora os petistas mais radicais jurem sua inocência. Isso não é uma crítica. É fato! Vai estar nos livros…

Outros políticos que até então se julgavam acima do bem e do mal, também não tiveram vida fácil. Vide Sérgio Cabral e Luis Fernando Pezão, só para citar dois casos. Dois mil e dezoito ficará marcado por prisões exemplares que poderiam ter acontecido já em anos anteriores, pois se sabia das irregularidades, mas a vassoura varria tudo para debaixo do tapete. “Uma vergonha!”, diria Boris Casoy.

Quer coisa mais vergonhosa que a frase “rouba, mas faz”, tristemente cunhada por Paulo Maluf? Pois quantos e quantos não roubaram e ainda não prestaram contas à Justiça? A lição deixada em 2018 é que mais tempo, menos tempo, chegará a hora da prestação de contas. Pelo menos é isso que nós, simples mortais, simples honestos, esperamos.

A eleição presidencial de 2018 também foi sui generis. No segundo turno, o petista votou no PT e ponto. Os bolsonaristas votaram no Bolsonaro. E quantos votaram no Bolsonaro simplesmente por não querer ver o PT novamente no poder? Foram alguns milhões, podem acreditar. E isso também é fato!

Bolsonaro já disse que vai “governar para os brasileiros”. Se fizer isso, não será mais que sua obrigação. Afinal, ele será presidente do Brasil e não presidente dos bolsonaristas. Tomara que ele possa fazer um governo de paz, retidão, serenidade e seriedade. Um governo realmente democrático, como há muito não se vê neste país.

É o que eu espero, é o que você espera, é o que nós esperamos. Nós pagamos impostos – e quantos – e temos o direito de sermos governados com responsabilidade, honestidade e direção correta. Lula está preso, Sérgio Cabral está preso, Pezão está preso. Tomara isso seja um recado para tantos outros…

O Brasil da impunidade parece que está com seus dias – ou melhor –, tempos contados. Não é em dias que se vai arrumar a casa, mas em algum tempo isso acontecerá. A limpeza, porém, já está começando e não adianta continuar varrendo a sujeira para baixo do tapete, porque não há mais tapete que possa cobrir. Feliz Ano Novo! E que seja realmente um ano novo!