Reitor do CEUNSP fala sobre ações e retomada das aulas presenciais
Nesta semana, o JP traz uma entrevista exclusiva com o Prof. Me. Marcel Fernando Cardozo, reitor do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio – CEUNSP. Ele fala sobre as ações desenvolvidas pela faculdades, parcerias que beneficiam a sociedade e a volta das aulas presenciais. O profissional também destaca uma parceria do Curso de Jornalismo do CEUNSP com o Periscópio, que terá início nas próximas semanas.
Cardozo tem Mestrado em Educação: Psicologia da Educação pela PUC-SP e atualmente é Doutorando pela Faculdade de Medicina de Jundiaí, com pesquisa na área de estilos de aprendizagens e metodologias ativas no ensino da Medicina. Desde janeiro de 2020, no cargo de Reitor do CEUNSP, instituição pertencente ao Grupo Cruzeiro do Sul Educacional.
Possui experiência de mais de 20 anos na educação básica e superior como docente, coordenador e gestor de programas de formação continuada, gestão educacional e avaliação institucional. É membro do banco de avaliadores (BASIS) do Sistema Nacional de Avaliação SINAES, certificado INEP/MEC.
Ingressou no CEUNSP em abril de 2005 e em sua trajetória acadêmica passou pela docência, coordenação de curso, direção da Faculdade de Saúde e Educação, Assessoria da Reitoria e. em janeiro de 2020, assumiu o cargo de Reitor. Confira, abaixo, a entrevista completa.
JP: Como foi para o CEUNSP se adaptar ao ensino remoto durante a pandemia e como tem sido o retorno às atividades presenciais?
A pandemia afetou todos os setores e proporcionou diversos impactos na vida da sociedade como um todo. Diante da pandemia, fizemos uma rápida adaptação, que em poucos dias, mudamos todo o modelo acadêmico de ensino presencial de forma a proporcionar aulas síncronas. Essa rápida adaptação foi possível, pois já possuíamos expertise e tecnologia para aulas remotas, por meio da marca de ensino a distância da Cruzeiro do Sul Educacional, a Cruzeiro do Sul Virtual. Vale destacar que a modalidade EAD não pode ser confundida com o Ensino Remoto Síncrono Emergencial (ERSE), adotada no momento de pandemia. O ERSE se deu por meio de aulas ao vivo em ambiente virtual, ministradas pelos docentes de cada instituição, no mesmo dia e horário da aula presencial, com o mesmo conteúdo e interação, mas que usam da tecnologia para conectar alunos e professores, e também de forma assíncrona, na qual o conteúdo fica disponível na plataforma. A adaptação ao modelo (ERSE) favoreceu o desenvolvimento de uma série de oportunidades de aprendizagens a alunos e professores, que conseguiram desenvolver e ampliar as discussões de uma sala de aula para um espaço muito mais amplo. Foram desenvolvidos nestes dois anos dezenas de eventos entre todas as instituições do Grupo, com a participação de nomes de reconhecimento notório em cada área de formação, além disso, toda comunidade acadêmica teve a possibilidade de utilizar diferentes recursos tecnológicos derealidade virtual, proporcionando a problematização e o desenvolvimento de habilidades tão essenciais ao mercado de trabalho. Os dois anos de pandemia foram desafiadores, porém de muita aprendizagem. Os alunos e docentes se adaptaram e encontram diferentes recursos e estratégias para não paralisar as atividades de formação profissional, porém sempre esteve entre toda a comunidade o anseio de retornar a presencialidade. O momento do anúncio da retomadadas aulas presenciais repercutiu como um alívio, após tanto tempo de isolamento social. Toda comunidade acadêmica recebeu a notícia com otimismo e alegria, pois reencontrar nossos alunos e docentes depois de dois anos de muitos desafios representava uma vitória. Para que o retorno a presencialidade ocorresse de forma segura, todos os protocolos sanitários exigidos pelas recomendações dos órgãos públicos foram atendidos e alunos e professores se sentiram seguros em retornar às suas atividades. O início da presencialidade ocorreu com uma semana de boas-vindas aos acadêmicos, com o objetivo de promover a socialização e integração nos espaços e nas rotinas formativas previstas e cada curso. A alegria e a animação estavam estampadas nos rostos dos alunos. A presencialidade promove uma oportunidade de aprendizagem ímpar e que é muito valorizada por nossos acadêmicos, tornando a formação profissional mais sólida e prazerosa.
JP: Quais foram as principais novidades, principalmente tecnológicas, implantadas durante a pandemia que facilitaram a vida do aluno?
Como mencionei, antes mesmo da pandemia, já possuíamos tecnologia e pleno conhecimento do ensino remoto, com uma plataforma digital de primeira linha, conhecido como ambiente virtual de aprendizagem. Com a adoção do modelo remoto síncrono, uma série de ferramentas digitais foram incorporadas ao Blackboarde ao AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem). Foram dezenas de recursos e aplicativos que contribuíram para o sucesso do aluno, entre os quais posso destacar, Zoom para as conferências ou webaulas, Powtoon, plataforma de comunicação visual que lhe dá a liberdade de criar vídeos, o Jamboard – um quadro interativo desenvolvido pelo Google, Bookcreator – ferramenta para criar livros, apostilas, manuais virtuais, Padlet – ferramenta online que permite a criação de um mural ou quadro virtual dinâmico e interativo para registrar, guardar e partilhar conteúdos multimídia, Kahoot – plataformas para criar conteúdos dinâmicos (jogos educativos), Quizziz – questionários gameficados, Socrative – atividades interativas, inclusive avaliações, Homem Virtual – para as disciplinas da saúde. Além dessas, uma série de outras plataformas, ou aplicativos específicos para a complementação da formação profissional foram utilizados nesse período. Cabe destacar que além de uma série de ferramentas de ensino inovadoras, o sucesso do modelo (ERSE) esteve alicerçado na atuação dos professores que não pouparam esforços, revendo suas práticas e conceitos e explorando os recursos tecnológicos, para cumprir o seu compromisso com o sucesso dos alunos. E finalizando uma novidade que merece destaque, as lives e webaulas desenvolvidas em regime colaborativo entre as diferentes unidades do grupo, favoreceram a integração de alunos de diferentes regiões com profissionais de renome nas diferentes áreas de atuação.
JP: O CEUNSP e a sociedade sempre andaram de mãos dadas, com a realização de diversas parcerias em várias áreas. Para o senhor, como é a sensação de poder colaborar além dos muros da faculdade e quais os projetos de parceria estão sendo realizados atualmente?
Todas as Instituições da Cruzeiro do Sul Educacional estão fortemente comprometidas com a agenda 2030 da ONU e com a abordagem ESG (Environmental, social and corporate governance), e no CEUNSP isso não poderia ser diferente. O plano de desenvolvimento institucional – PDI revela um compromisso constante com a nossa comunidade, a fim de construirmos um futuro melhor para as próximas gerações. Os mais de sessenta anos de tradição, possibilitaram uma larga e profícua relação de parceria com as comunidades em que estamos localizados. O CEUNSP estimula a realização de projetos de pesquisa, de extensão, atividades culturais inclusivas, e de responsabilidade social que enriquecem o processo de aprendizagem, e consolidam a formação plena do futuro profissional. Fatos que produzem diferenciais na vida dos alunos e na comunidade em que a instituição está inserida.Portanto, há muitos anos, sua oferta de serviços é referência na região de Salto e Itu. Serviços esses que são voltados para a aplicação prática das atividades acadêmicas, como nossos atendimentos nas Clínicas-Escola e parcerias, destaco algumas delas:Temos uma parceria com as UBS da região com o nosso curso se enfermagem, por meio de estágios supervisionados. Projeto de alfabetização em Escolas Municipais de Salto e Itu. A iniciativa, em parceira com as Secretarias de Educação de Salto e Itu, tem como objetivo trabalhar com crianças de seis a 10 anos, a melhor compreensão de textos na língua portuguesa, o aprendizado da matemática em forma de histórias, e libras, que prevê a inclusão social das crianças surdas-mudas da região. A programação, que teve início efetivo em outubro de 2020, se estende até março de 2022. Por conta da pandemia, as atividades são realizadas virtualmente. Hoje, mais de 90 crianças são atendidas pelo projeto, e as escolas envolvidas são: E.E Profª. Maria Tereza Guimarães de Ângelo, E.E Prof. José Benedito Gonçalves, ambas em Salto, e E.M.E.F Professor Cid Rocha, em Itu. O CEUNSP também firmou uma parceria com o Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Cultural de Salto, órgão vinculado à Secretaria da Cultura do Município, para catalogar os prédios históricos da região a partir de anotações sobre elementos arquitetônicos, medições e fotografias de fachadas. O projeto pela coordenação do curso de história, prevê acelerar os processos de tombamento das construções, haja vista que Salto é uma cidade turística e dispõe de quatro tipos de arquiteturas históricas em suas construções. A ideia ainda, é que até o final do primeiro semestre de 2022, toda a zona de interesse histórico da região esteja tombada, e com isso, seja o fomentado o turismo regional, sobretudo o setor de gastronomia na Zona Especial de Interesse Turístico e Histórico da Cidade (ZEITH). As ações, que já estão em andamento, são realizadas a partir de dez alunos do CEUNSP, sendo nove dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e um de História.
JP: O CEUNSP vem expandindo seu quadro de cursos. Como tem sido a aceitação das novas graduações e quais estão por vir no futuro próximo?
Com a seriedade e solidez que o CEUNSP possui, estamos sempre buscando o crescimento, tanto com expansão e ampliação de cursos e turnos, quanto o crescimento em qualidade, com projetos pedagógicos que envolvem metodologias inovadoras, tecnologias diferenciadas, diversidade de projetos de pesquisa e extensão que asseguram a aquisição de competências para a formação integral e de excelência dos nossos alunos. Dessa forma, contribuímos com a formação de profissionais mais éticos, capacitados e para construção de uma sociedade mais integra e cidadã.A instituição dispõe de mais de 50 cursos de graduação, e para 2022, o CEUNSP ainda apresentou os novos cursos: Psicologia, Gestão de Recursos Hídricos e Gestão de Resíduos Sólidos no campus Salto, e Fonoaudiologia, Química e Sistemas de Informação no campus Itu. Cabe destacar também que cursos como Radiologia e Odontologia devem inaugurar no próximo mês as atividades voltadas ao atendimento a comunidade.
JP: Vários cursos, como o de cinema, tem se destacado com premiações em eventos e festivais. Qual a importância desse destaque para a instituição de ensino e, principalmente, para o futuro profissional dos alunos? Como o CEUNSP incentiva a participação dos alunos nessas atividades fora das salas de aula? Comente também sobre essa parceria acadêmica dos alunos de jornalista conosco.
Os cursos no CEUNSP são ministrados por profissionais altamente gabaritados e é isso que tem dado à instituição esse papel de destaque. É claro que essas premiações são importantes e buscamos valorizá-las ao máximo, mas o principal é o nosso desejo de sempre aliar teoria e prática de forma favorável ao estudo. Esta vivência que nossos professores trazem do mercado estimula os alunos à formulação de soluções para os problemas da sociedade, fomentando seus perfis. Buscamos estimulá-los o tempo todo apresentando oportunidades reais de trabalhos acadêmicos e de formação que possam ser vistos além dos muros de nossos campi. Este projeto desenvolvido pela Faculdade de Comunicação, mais especificamente pelo jornalismo, juntamente com o Jornal Periscópio, é um exemplo disso. O projeto consiste em um espaço fixo semanal no jornal para a produção de matérias dos alunos. Olha a oportunidade que esses estudantes ganham. Queremos que esse tipo de relação, com o mercado, com a comunidade, com o poder público, com empresas da região, ocorra o tempo todo, pois é salutar para a formação dos alunos e para a comunidade de forma geral.