Ricardo Giordani não deve tentar reeleição este ano
Eleito em dezembro presidente da Câmara de Vereadores de Itu para o ano de 2024, Dr. Ricardo Giordani (PL) recebeu a reportagem do JP na tarde de quarta-feira (10) e concedeu uma entrevista exclusiva. Na conversa, Baba, como é conhecido, falou sobre como será sua atuação à frente do Legislativo ituano em mais um ano eleitoral (ele também presidiu a Casa de Leis em 2020) e afirmou que não deve se candidatar à reeleição no pleito de outubro.
Sobre seu retorno à presidência, Giordani disse que foi algo natural, mas que todos os vereadores do grupo teriam condições. “Lancei a candidatura e tive apoio de todos logo no primeiro momento”, disse ele, que afirma ter um bom relacionamento com a oposição. O vereador informa que encontrou tudo muito bem conduzido pelo ex-presidente Normino da Rádio (Cidadania) e seus antecessores. “Administrativamente falando a Câmara é muito bem gerida. Quadro de funcionários de extrema qualidade”, disse ele, comentando que às vezes um “errinho pode trazer um problema muito sério”, mas que tem confiança nos funcionários. “Mas a palavra final é minha”, frisa.
Giordani acredita que o orçamento da Câmara não seja diminuto, até porque sempre se devolve dinheiro para a Prefeitura – somente em 2023, foram mais de R$ 3 milhões. Mas, para pensar em projetos grandiosos como a construção de um novo prédio, não é suficiente.
Aliás, o presidente destaca que a demanda da construção de uma nova Câmara é algo que poucos falam abertamente, mas muitos querem. “O prédio, hoje, não tem mais comportado o número de vereadores, assessores e funcionários de carreira de um poder tão importante quanto o Legislativo”. Mas o presidente acredita que politicamente seja inviável um novo prédio.
Apesar de achar que o orçamento não seja diminuto, Giordani aponta que o último ano carrega algumas particularidades, como limitações impostas pela Lei Eleitoral, por isso pretende fazer o que é necessário – e, se possível, até ou pouco mais -, mas com os pés no chão e com cuidado com o dinheiro público.
Uma das ações imediatas é o conserto do elevador que dá acesso ao Plenário Luiz Guido, que não vai sair barato. “Se você não der o exemplo de acessibilidade em um prédio público, como você vai cobrar de um prédio privado?”, reflete o presidente da Câmara.
Sobre a TV Câmara, Giordani frisa que está tudo “mais ou menos engatilhado”. “Eu vou conversar com meus pares, inclusive com a oposição, para saber como que a gente vai levar essa situação da TV Câmara. Eu acho que é muito importante para os vereadores que tenha esse canal de comunicação, porque até hoje as pessoas não sabem qual é a função real de um vereador”, comenta o presidente.
Neste ano, o presidente da Câmara terá um trabalho a mais: conter os ânimos dos vereadores no período eleitoral, já que o plenário certamente será usado de palanque tanto para situação quanto oposição. Mas Giordani destaca que não teve problema em 2020, que também foi ano eleitoral, e não deve ter neste ano. Porém, ele espera a colaboração de seus pares.
“Os vereadores são de um nível bom. Eles têm que ter consciência de ter um limite. Esse limite tem que ser respeitado. Você pode fazer críticas ao governo, a outros vereadores. Para isso não há problema nenhum. Mas com limite, respeito à pessoa humana, respeito aos funcionários. Isso sendo respeitado, vai dar para tirar de letra”.
“Meu planejamento para este ano é fechar com chave de ouro esse longo período na política. Não tenho a pretensão no momento [de se candidatar à reeleição]. Claro que pode mudar por necessidade de grupo, ou mesmo uma questão pessoal, mas neste momento eu não tenho interesse na reeleição. É o meu segundo mandato de vereador, acho que a minha parte eu já fiz, e fiz com muita lealdade, com muita combatividade. Já dediquei muito do meu tempo à política e nesse tempo pude fazer um mandato para todos lembrarem”.
Sobre a escolha do grupo para a sucessão, Giordani diz que o secretário de Planejamento Gilmar Pereira é um bom nome. “Tenho amizade de muitos e muitos anos. É uma pessoa muito honesta, muito leal”, disse o presidente, afirmando que o atual governo tem uma “ampla aprovação popular”, o que facilita fazer o sucessor. “A chance do Gilmar é muito grande e vamos batalhar para isso, em sendo ele o candidato. Ele é o nome do momento, mas pode ser que mude alguma coisa. Mas espero que não, que continue sendo ele que tem meu amplo apoio e tem grandes chances de ganhar, sim”.