Saiba as mudanças na tabela do Imposto de Renda 2026

Muito se tem falado sobre a isenção do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) para contribuintes que recebem até R$ 5 mil mensais. O assunto é importante, mas como a maioria dos brasileiros é leiga, o Periscópio procurou especialistas. Um deles é o diretor Regional do Sescon-SP (Sindicato das Empresas de Contabilidade do Estado de São Paulo) em Itu, Gabriel Campregher, que traz o assunto, com uma linguagem mais popular.

O Projeto de Lei 1.087/2025, que altera a tabela do IRPF, foi aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal e já foi oficialmente encaminhado à sanção presidencial. A principal mudança do projeto é a ampliação da faixa de isenção do IRPF para contribuintes que recebem até R$ 5.000,00 por mês. 

“Caso seja sancionado integralmente, o novo limite representará uma atualização significativa, reduzindo a defasagem histórica da tabela e trazendo alívio tributário a milhões de brasileiros. Além da ampliação da faixa de isenção, prevê ajustes nas demais faixas de tributação, o que poderá gerar redução gradual do imposto devido para quem se encontra acima do novo teto de isenção”, disse. 

Gabriel destaca que “no momento, as novas regras ainda não estão em vigor, pois dependem da conclusão da etapa de sanção presidencial e posterior regulamentação pela Receita Federal. Até lá, permanece válida a tabela atual. A expectativa é que, com a sanção, a medida aumente a renda disponível das famílias, favoreça o consumo e gere impacto positivo na economia local”. 

Ele lembra que para o contribuinte, o efeito mais imediato será a diminuição do imposto retido na fonte ou do valor a pagar na declaração anual. “Reforço que, até a sanção e publicação oficial, empresas e contribuintes devem manter seus cálculos baseados na legislação vigente”, explica. 

Daniele Ishida, economista e diretora tributária da consultoria Apter, destaca que os rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7.350,00 terão tributação reduzida, de forma progressiva. Como compensação, será retido na fonte um valor de Imposto de Renda na alíquota de 10% sobre os lucros e dividendos distribuídos a sócios que recebem acima de R$ 50 mil ao mês, atualmente isentos.

Compensação

Também será instituído o Imposto de Renda sobre altas rendas. “Será criado um imposto específico para rendimentos anuais superiores a R$ 600 mil, incluindo dividendos. A alíquota será progressiva, começando em 0% e chegando a 10% para quem recebe mais de R$ 1,2 milhão por ano”, explica.

O objetivo, segundo Daniele, é compensar a isenção total ou parcial do público-alvo citado no tópico anterior e promover justiça tributária. “Porém, a cobrança pode impactar nos investimentos feitos por essas mesmas empresas e, consequentemente, na geração de empregos”, comenta.

Conforme explica a especialista, a confirmação da medida no Senado acelerou a movimentação entre empresários da região, especialmente os de negócios familiares e de médio porte, que têm receio de pagar ainda mais imposto. “Ajustes estruturais feitos antes da entrada em vigor da regra, como a revisão da forma de distribuição dos lucros entre os sócios, podem reduzir o impacto nas empresas. A recomendação é revisar o planejamento tributário antes de 2026”, finaliza.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *