Saiba mais da evolução no tratamento contra o câncer em Itu
Na última quinta-feira (08) foi celebrado o Dia Mundial de Combate Câncer e, para marcar a data, o Periscópio esteve em contato com Camila Oliva Zanotto Alfieri, diretora técnica da OncoItu, clínica especializada no tratamento de câncer, referência em humanização da medicina e saúde na região de Itu.
À reportagem, ela comenta sobre a evolução do tratamento contra o câncer, nos últimos anos. “Receber o diagnóstico de um câncer é sempre um momento de tristeza e sofrimento para aquele que está doente, assim como para a família e amigos queridos. E é bem nessa hora que os pacientes mais necessitam não só dos cuidados técnicos, mas também do cuidar humanizado”, explica.
“Hoje já não deveríamos mais preconizar a humanização como um diferencial nos tratamentos existentes, ela tem que ser obrigatória, principalmente na Oncologia”, reforça Camila, que acrescenta ser necessária a revisão de práticas clínica, “com ênfase na criação de melhores equipes de trabalho, valorizando a dignidade de sua profissão e do paciente, em todas as etapas do processo”.
A diretora explica que isso se dá fornecendo um tratamento individualizado frente as necessidades biológicas, psicológicas e sociais. “Com essa abordagem no tratamento do câncer, conseguimos mostrar para os pacientes e seus familiares que para todos os efeitos colaterais, sejam eles em que dimensão ou tratamentos possam acontecer, serão ouvidos pela equipe e acima de tudo tratados da maneira correta com toda a tecnologia existente, garantido assim uma excelente qualidade de vida”.
Sobre a tecnologia disponível atualmente para o tratamento do câncer, comenta que muita coisa melhorou desde a chegada da quimioterapia na década de 1940. “Uma delas é a imunoterapia, medicamentos que ao invés de buscarem as células doentes (câncer), focam no paciente e no sistema de defesa do organismo para que ele detecte as células tumorais e as combata”. A enfermeira destaca que de acordo com pesquisadores, até 2025, mais de 70% dos casos de câncer em algum momento serão tratados com algum tipo de imunoterapia, seja ela isolada, junção de duas imunoterapias ou associada à quimioterapia.
“O grande problema dessa tecnologia ainda é o seu acesso restrito por causa do alto custo dessa terapia, sendo que ainda são raras as opções de imunoterapia no SUS e na maioria das vezes conseguidas através de centros de pesquisas clínicas espalhados nas grandes instituições existentes pelo Brasil, sendo que na maioria das vezes esse acesso ficará mais restrito aos pacientes da saúde suplementar e dos serviços privados”, frisa Camila.
“Atualmente, o uso da imunoterapia em muitos pacientes com metástases (quando a doença saiu do seu local de origem e foi para outro órgão) conseguem proporcionar não só um aumento na sobrevida desses pacientes, mas sim melhorar a qualidade de vida, que esse deveria ser sempre o foco quando pensamos em aliar o que há de mais avançado na tecnologia com a humanização, fazer aquela vida valer a pena em todos os seus dias”, acrescenta Camila.
Rede pública
O JP também questionou a Prefeitura de Itu a respeito da evolução do tratamento do câncer na cidade e a administração informa que a Secretaria Municipal de Saúde oferece atendimento em diversas especialidades médicas, o que possibilita o diagnóstico de vários tipos de câncer.
Além disso, a Prefeitura destaca que realiza biópsias tanto de mama quanto próstata; e diversos procedimentos que viabilizam o diagnóstico e o encaminhamento para os centros de especialidade em oncologia de referência do Estado para continuidade do tratamento. A esses pacientes, a Secretaria oferece transporte até as cidades onde estão instalados esses centros de referência.
A administração municipal destaca que na primeira gestão do prefeito Guilherme Gazzola (2017-2020), biópsias de mama e próstata começaram a ser feitas com a inauguração do Hospital Municipal. Esse tipo de procedimento representou um grande avanço para o diagnóstico desses dois tipos de câncer, os com maiores índices na cidade, acompanhando a incidência do Instituto Nacional do Câncer.
“Outra importante conquista para a investigação de tumores foi a implantação do Centro de Diagnósticos do Hospital Municipal, que conta com Tomógrafo, Raio X Digital e Ultrassom, todos equipamentos novos e com tecnologia de ponta”, acrescenta a Prefeitura.
“Além de agilizar a realização de exames por meio desses equipamentos, o Centro de Diagnósticos também dispõe de estrutura para endoscopia e colonoscopia que, respectivamente, detectam a existência de tumores gástricos e de pólipos que podem originar um tumor”, conclui.