Saúde em Foco: Caminhada ou corrida?
Por Dr. Eneas Rocco*
Uma das perguntas mais frequentes que os pacientes fazem ao cardiologista: “Doutor, eu gostaria de começar fazer exercícios, será preciso fazer algum teste?”
Depende!! Sempre dependemos de muitas respostas quando se trata de saúde e não quisermos resolver nada de forma simplista.
Antes de iniciar um programa de exercícios, deve haver uma avaliação médica; dados como idade, presença de antecedentes familiares, existência de sintomas, alterações no exame físico, presença de fatores de risco ou doença estabelecida, são essenciais para liberação médica para exercícios físicos.
O eletrocardiograma também tem importância pois pode revelar alterações insuspeitas, em especial nos indivíduos assintomáticos.
Quando o histórico apontar anormalidades, a investigação poderá prosseguir através da realização de exames funcionais e de imagem, que permitirão ao médico decidir se há contraindicação, ou mesmo se há necessidade de supervisão especializada para realizar exercícios.
A prática regular de exercícios físicos, consiste numa atividade em que os movimentos se repetem ciclicamente. São exemplos dessas atividades o a natação, a corrida e o ciclismo. As alternativas existentes numa academia por exemplo, são as esteiras e as bicicletas estacionárias. A esse tipo de exercício chamamos de aeróbicos e devem ser praticados na maior parte dos dias da semana, tendo duração e intensidade variável conforme as condições físicas individuais.
Os exercícios de musculação ou exercícios resistidos são também de suma importância e devem estar associados ao exercício aeróbico numa prescrição de treinamento. Sabe-se que a partir da quarta década da vida se inicia um processo de perda de massa e força muscular que podem ser compensadas pela prática de exercícios resistidos.
Perguntas usuais que os pacientes nos fazem dizem respeito à intensidade dos exercícios. Costumamos orientá-los a realizar seus exercícios conforme seus objetivos e sua condição de saúde. De um modo geral as atividades moderadas, ou seja, aquelas que induzem um cansaço moderado, sudorese, dificuldade para conversar durante a atividade, são as que indicamos para a maioria, em especial àqueles que já possuem doenças estabelecidas.
Em condições ideais o praticante deve saber o número de batimentos cardíacos por minuto durante os exercícios. Esse dado pode ser obtido mediante cálculos baseados na idade e na frequência cardíaca em repouso ou através do comportamento da frequência cardíaca no teste ergométrico.
E a caminhada afinal, também promove a saúde? Não temos uma resposta definitiva, mas se for praticada com assiduidade e uma certa duração sem dúvida trará pelo menos um bem-estar psicológico para seus praticantes.
E aqui vai nossa principal mensagem da coluna de hoje: – O exercício deve fazer parte de nossas vidas e deve ser praticado com segurança.
*Dr. Eneas Rocco (CREMESP 25643) é formado pela Faculdade de Medicina da PUC-SP – Campus Sorocaba, com especialização pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e Hospital Matarazzo de São Paulo.