Sede do Grupo Gandini na cidade de Itu é atingida por bombas

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Atentado ocorreu na madrugada de ontem. Presidente da empresa acredita que ato esteja ligado a protestos de caminhoneiros

 

A sede da Kia Motors, localizada na Avenida Tiradentes, no bairro Rancho Grande, foi alvo de bombas na madrugada de ontem (26). Além dos vidros do prédio, um carro da marca, que estava exposto na vitrine, foi atingido e avariado. Para o presidente da empresa, José Luiz Gandini, tudo leva a crer que o atentado tenha ligação com o protesto realizado por caminhoneiros há mais de dois meses em frente à sede.

O ato ocorreu por volta das 2h. Segundo informações apresentadas em boletim de ocorrência pelo vigilante que fazia a segurança do prédio no momento, o mesmo ouviu dois barulhos altos, provenientes de explosões. Ele se dirigiu ao local em que as chamas atingiam os veículos expostos e conteve o fogo com um extintor de incêndio. A perícia foi acionada e a Polícia investiga o caso.

O “Periscópio” conversou com o empresário José Luiz Gandini, que relatou o episódio. “Se o vigilante não estivesse aqui com extintor de incêndio, teriam queimado todos os carros do showroom. E, logicamente, a empresa também”, comentou, relatando ainda que os prejuízos financeiros não foram tão altos. “Quebraram quatro vidros grandes da loja e um carro que foi avariado em 10% do valor”.

Gandini também disse que câmeras de vigilância registraram o ato. “As imagens mostram um carro passando em frente ao prédio. Ele vai até o semáforo da Protelt, volta, passa novamente aqui e estaciona na rua atrás da Kia. Descem três indivíduos desse carro e vêm correndo com alguma coisa na mão que não dá pra ver na imagem. Saem dois, depois sai o terceiro e explode. Você vê a explosão e o fogo na empresa”, relatou.

As câmeras não conseguiram registrar a placa do veículo nem os rostos dos indivíduos. “Eu vou modificar tudo isso agora para que dê para pegar. Nós nunca tivemos problemas, nunca passa na cabeça da gente que isso vá acontecer”, disse Gandini, que irá modificar o sistema de vigilância imediatamente. O empresário tem fé que as câmeras de vigilância da Guarda Civil Municipal consigam identificar as pessoas que cometeram o ataque.

 

Ligação com protesto

      Para o empresário, tudo indicar que as explosões estão ligadas com a manifestação de cegonheiros que ocorre em frente à sede Kia há mais de dois meses. Os manifestantes reivindicam a volta de seus empregos, já que se dizem prejudicados após Gandini contratar uma empresa de logística (a Transilva) para efetuar o frete do porto localizado no estado do Espírito Santo até as concessionárias da marca.

“Eu não posso afirmar que foi esse movimento que colocou as bombas, mas se tivesse que apostar, apostaria que foram eles”, declarou Gandini ao JP. O empresário agora quer ajuda das autoridades ituanas para que uma atitude definitiva seja tomada contra isso.

“Nós fomos muito bem recebidos pela Polícia Militar, pela Polícia Civil e pela Guarda Municipal, mas eles vêm aqui quando a gente chama, quando o negócio está impossível de se manter, botam ordem na casa e vão embora. Viram as costas e eles começam toda aquela bagunça de novo”, relatando diversos problemas causados pelos manifestantes, principalmente com relação ao barulho excessivo.

“Está ficando uma situação insuportável, e eu tenho medo, sinceramente, que isso possa aumentar ainda mais. Tenho medo de um homicídio, de um funcionário meu ser atacado por eles. Eu não sei o que pode acontecer”, teme o empresário.

André Roedel