Serviço de Atenção Psicológica oferece atendimento em grupo gratuito em Itu

Por Nayara Palmieri

O SAPsi (Serviço de Atenção Psicológica) do Centro Universitário N. Sra. do Patrocínio está no seu sexto ano de funcionamento e tem como objetivo oferecer atendimento psicológico para os munícipes. Os atendimentos são feitos por alunos, geralmente do último semestre do curso de Psicologia, com a supervisão de um psicólogo já graduado.

A novidade do SAPsi para esse ano foi a elaboração de dois grupos de atendimento. Um grupo é para atendimento a mulheres e o outro para homens. A iniciativa desses grupos partiu da professora-coordenadora Bruna Fenocchi Guedes Campos e os atendimentos são feitos por alunos estagiando.

Segundo o aluno do 10º semestre de psicologia, Luiz do Carmo, esse projeto é uma construção da professora e coordenadora, mas são os alunos que lapidaram e deram continuidade com a iniciativa. Luiz, que é um dos alunos que atendem o grupo para homens, conta que o atendimento é totalmente gratuito e aberto ao público, sem a obrigatoriedade de presença em todos os encontros, o que torna o grupo mais dinâmico e vivo.

O estudante explica que os alunos se dividem em dois grupos de três pessoas, sendo três alunos designados como “responsáveis” na quarta e três na quinta-feira. A iniciativa conta ainda com espécies de “reuniões”, onde todo o grupo de alunos e professores se reúnem para discutir o que será abordado no próximo encontro, o que tem acontecido nos grupos, como será trabalhado o próximo encontro. “É como se fosse uma supervisão mesmo”, conta Luiz.

O grupo “Conversa de homem para homem”, que aborda assuntos em volta da masculinidade tóxica, saúde mental do homem e a desconstrução de que “homem não chora”; “não fala de sentimentos; isso é coisa de mocinha”; “seja durão, não demonstre fraqueza”; “você é homem, tem que gerir sua casa”.

Por essas questões e o aumento do numero de suicídios de homens o grupo foi criado e acontece de quarta-feira, das 20h às 21h30, e de quinta-feira, das 19h30 às 21h. Para participar não é necessário fazer agendamento e nenhum valor é cobrado. Os interessados em participar devem comparecer no Serviço de Psicologia do CEUNSP, localizado na Rua Joaquim Bernardes Borges, 114, Centro, no horário dos grupos.

Grupo feminino
Em conversa ao JP, a estudante Manoela Faustino Dias conta que a ideia do grupo para mulheres veio de uma iniciativa em fazer atendimentos individuais para o público feminino, porém, o número de mulheres que procuraram o serviço era superior ao número de estagiárias, o que comprometia esses atendimentos. Então a ideia de atendimento em grupo foi implantada. “Algumas mulheres têm resistência em atendimento em grupo, mas outras aceitaram e acabaram levando mais pessoas para participarem e os grupos estão crescendo”, comenta Manoela.

O grupo “Acolhimento do Feminino” acontece de terça-feira, das 7h45 às 9h15, de quarta-feira, das 17h30 às 19h, e de sexta-feira, das 19h15 às 20h45, e, assim como no grupo para homens, também é gratuito e não precisa de agendamento. Os atendimentos acontecem no mesmo local e são feito por duplas de estagiárias.

“Esse grupo foi desenvolvido com a intenção de oferecer um espaço de acolhimento, reflexão e ressignificação das angústias presentes no universo feminino. Com objetivo de ser uma rede de apoio, em que há reflexões sobre a realidade e cotidiano da mulher, que na maior parte do tempo é oprimida e responsabilizada. Se tornou um local de troca e acolhimento, em que as participantes podem compartilhar suas histórias, se identificarem, se empoderarem e se fortalecerem juntas, o que tem tornado o grupo cada vez mais potente”, enfatiza Manoela.

“O grupo mudou a minha vida. Se tornou um espaço em que eu me sinto acolhida e posso falar sobre tudo sem medo de ser julgada. Adoro ver ele crescendo, as carinhas novas aparecendo, as mulheres voltando e toda a troca que ele proporciona. Faltei uma única vez por conta do trabalho, e senti muita falta. Faço de tudo para sempre estar presente, pois faz total diferença nos meus dias. Com ele, consegui falar e olhar para questões da minha vida que jamais havia conseguido olhar antes”, declara Débora Silveira Madrado, de 34 anos, participante do grupo desde o início do ano.

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