Silhueta (à Rafaela)

Em uma das paredes de meu quarto

Uma silhueta!

Sentada em uma meia lua, com sua varinha mágica

Transforma meus dias, encanta minha alma

Os raios avermelhados, refletindo nas paredes

Iluminando cada canto de meu ser

O teto, antes opaco, sem brilho

Agora é um céu infinito

Enfeitado por estrelas azuis, amarelas, vermelhas

Todas brilhantes, muito brilhantes!

Mudam de cor a cada noite

E agora em todas as noites

O quarto, geralmente fechado, se abriu!

Extensos raios de luar, e o piscar das estrelas

Escapam pela janela, avançam porta afora

Alcançam a rua…

A mágica da varinha de condão em sua mão

Transforma tristeza em alegria

Siso em riso, desespero em esperança

Fantasia em realidade.

Aceito!

Aceito sua partida, paciente, compreendo

Compreendo o inevitável

Afinal, um raio de luar não pode ser contido

O brilho de uma estrela não pode, e não deve

Ficar limitado a quatro paredes

Sua silhueta ficou!

Lembra-me, a cada dia, e em todos os dias

Que habita meu coração, que seus raios iluminados

Já fazem parte de meu ser

Sua silhueta ficou!

Quem sabe um dia… E tudo é possível

Não retornas para, descontraída,

Sentar-se em sua lua encantada

E, ao meu lado sentir, novamente, a alegria infinita

De poder balançar no espaço infinito

E ter um quarto todo iluminado.

 

Sidarta Silva Martins

Cadeira nº 20

Patrono: Luiz Gonzaga Silveira Moraes