Terço “contra o comunismo e o socialismo” é realizado em Itu

No final da tarde da última segunda-feira (25), na Praça da Matriz, em Itu, o Instituto Plínio Corrêa de Oliveira (IPCO), sediado na cidade de São Paulo, realizou um terço público “contra o comunismo e o socialismo”. 

O ato fez parte da Caravana Terra de Santa Cruz, que conta com 40 jovens voluntários, que realizam terços públicos em diversas cidades do Brasil. Na oportunidade, foi exibida uma faixa com os dizeres: “Nossa Senhora de Fátima, protegei nossas famílias, livrai o Brasil do comunismo e do socialismo”. 

Ao Periscópio, Paulo Américo, encarregado de campanhas do IPCO, comentou sobre o intuito do ato. “Estamos passando pela cidade de Itu divulgando o livro ‘Brasil Autêntico se Levanta’. Trata de toda ação conservadora que houve no Brasil desde 2013 com as grandes manifestações, clamando a volta de um Brasil autêntico que a esquerda tinha vilipendiado durante anos”, disse.

Paulo prossegue. “Nosso objetivo é lembrar que Nossa Senhora, em Fátima, pediu para que rezasse o terço para trazer a paz para o mundo, então atendemos o pedido. Apesar de a esquerda não estar no poder no momento, estarmos em um governo dito de direita e tem tomado certas posições nesse sentido, na defesa da civilização cristã, defesa de propriedade e da família, a esquerda ainda atua e tenta de todas as maneiras minar essa reação que houve no Brasil”, relata.

Questionado sobre o que seria a atuação da esquerda, Américo comenta. “A ideologia de gênero continua aí sendo propagada, a destruição da família, o aborto que está sendo propagado também. O ecologismo radical também está tentando atrapalhar o agronegócio, que é o que mantém a nossa economia, então a esquerda continua minar essa reação conservadora que houve no Brasil”.

O evento também contou com a presença de moradores de Itu, como o líder de produção Antônio Schanoski Júnior. Em sua opinião, “o comunismo prega exatamente o oposto dos 10 Mandamentos da Lei de Deus, espalhando a guerra, a fome e a desordem por onde passa”.

“Não desejamos que o Brasil, a exemplo de outros países vizinhos, caia nas garras do socialismo/comunismo ateu, e por isso rezar o terço pedindo essa proteção à Santíssima Virgem Maria nos é fundamental.Sem Deus, sem um retorno à Santa Igreja e sem as bênçãos de Nossa Senhora, o mundo não terá paz”, destaca.

Professor de história, João Paulo Camargo também falou sobre o ato. “Essas caravanas, criadas pelo professor Plínio Corrêa de Oliveira, ocorrem há décadas e o IPCO continua com esse apostolado de contato com o povo brasileiro. Tendo contato com o ‘Brasil profundo’, divulgando material católico, rezando e incentivando as pessoas a rezarem e se voltarem a Deus.”

Para o educador, a ação é de extrema importância, pois “as pessoas precisam desse incentivo e testemunho, num mundo muito voltado ao materialismo e hedonismo, esses jovens mostram que o mais importante é Deus. Esses jovens não estão pensando neles, nas férias escolares, em diversão, mas em defender a civilização cristã, as Leis de Deus. É muito lindo”.

Repercussão

O ato, como não poderia ser diferente, repercutiu. Ao JP, Guilherme Henrique Sales, militante do PCB (Partido Comunista Brasileiro) em Itu, declarou que o evento promovido pelo IPCO é “lamentável”. “É um sintoma do que nós estamos vivendo no Brasil hoje, mas que vem desde os primeiros passos do movimento comunista no país, tomando maiores proporções com o Golpe de 1964 e a Ditadura Militar-Empresarial que se seguiu, onde comunistas foram perseguidos, torturados e mortos”.

Guilherme prossegue. “Determinados setores da Igreja Católica e uma parte das igrejas evangélicas tomaram esse caminho anticomunista e reacionário. É importante destacar que para esses setores conservadores, que são da extrema-direita, o anticomunismo significa combater às lutas das mulheres, dos negros e negras, da população LGBTQIA+ e demais lutas populares”.

Depois das fortes críticas, o militante pondera. “Felizmente, temos exemplos positivos do que a Igreja pode construir junto a sociedade em defesa da população periférica, como foram os trabalhos de Dom Paulo Evaristo Arns e Dom Helder Câmara durante e pós-ditadura e o trabalho do padre Júlio Lancellotti em São Paulo, hoje”.

“Sem falar que na América Latina temos exemplos como o de Camilo Torres, padre católico colombiano que se colocava como marxista e socialista. Nesse sentido, o IPCO não representa a Igreja Católica e nem mesmo a população católica em sua totalidade”, conclui Guilherme.