Trabalhando para que seu Natal seja feliz
Nas festas de final de ano, Natal e Ano Novo, a maioria das pessoas dá um tempo para viver um período de descontração, descanso e alegria. É festejado o nascimento de Cristo e também a entrada de um novo ano que chega carregado de esperanças e chances de grandes realizações.
Mas há muitas pessoas que trabalham – e muito – para que as suas festas transcorram sem maiores problemas. O Periscópio falou com dois profissionais que irão passar o Natal longe de suas famílias, para garantir a festa de outras tantas.
Com 40 anos, André Luiz dos Santos é enfermeiro da Unimed e estará de plantão neste 24 de dezembro. “Estou no plantão noturno há nove anos e, sendo assim, já trabalhei algumas noites de Natal”, frisa. Para ele, passar a data longe da família “no início foi difícil, pois estava acostumado a me reunir com os familiares. No entanto, após nove anos de trabalho noturno, ficou mais fácil entender que para estar próximo da família não precisa ser uma data específica, pois outras famílias esperam que seus entes queridos sejam cuidados”.
Ele, entretanto, garante que estar junto aos colegas de trabalho não substitui a falta de uma possível ceia familiar. “Não. No entanto, o momento não deixa de ser especial já que convivemos o ano todo, o que nos torna também uma família”.
Se André está em um hospital, o que poderia fazer de diferente, fora da rotina, para celebrar o Natal, junto aos colegas e junto a pacientes?
“O ambiente de UTI é bem restrito, seja para decoração de Natal, seja para entrada de alimentos que não sejam o que é ofertado pelo hospital. O que podemos fazer para celebrar é abraçar quem puder e oferecer uma palavra de carinho, conforto e esperança.
O enfermeiro deixa uma mensagem para as pessoas neste Natal. São poucas palavras, mas que resumem simplesmente tudo: “aproveitem cada momento com seus familiares e amigos”.
Já André Sena Pereira, 37 anos, recepcionista no Hotel Colonial Plaza, está no ramo de hotelaria há 12 anos, sendo cinco no Colonial. É casado e já está acostumado com a “rotina” de trabalhar em dias festivos como Natal e Ano Novo.
“Pra mim não é novidade trabalhar nestes dias, é até mais tranquilo, não sinto tanto assim. Mas não vou mentir: na verdade a gente sente um pouco, mas como escolhemos essa profissão, acaba que ficamos aptos a esta a postos naquele dia, naquele horário. Mas passando esse período, a gente vai aproveitar com a família e tentar fazer duas vezes mais para compensar o espaço que ficou vazio naquele momento”.
Quando André vê as famílias hospedadas se confraternizando, fica – e nem poderia ser diferente – um sentimento. “A gente queria estar também presente com a família. Mas se a gente tiver a oportunidade e tiver alguém por perto, nós vamos cumprimentar e desejar tudo de bom, mesmo não conhecendo as pessoas”.
Ele terá ao redor, outros colegas de trabalho, o que significa – não deixa de ser – também uma família. “Sim, claro, aí tem beijo, tem abraço, e a gente até acaba esquecendo aquele momento, aqueles minutos de virada e acaba que passa a ser um dia comum”, ressalta.
Quanto aos hóspedes, André diz que “tem aqueles que gostam de ficar mais reservados e tem aqueles que percebem que a gente também está lá, meio sozinho e chegam para te abraçar, desejar boas festas e isso é muito legal”, destaca.
André sempre passou as festas em família. Depois casou e formou a sua própria, mas por força da profissão está longe nestas datas. “Quando eu casei, minha esposa já sabia da minha profissão, mas ela sente também a minha falta. Mas depois a gente tenta compensar aquela falta, aquele vazio. Mas no dia seguinte a gente sai, vai passear, comer fora e acaba preenchendo aquele espaço”.
Finalizando, André que vê as coisas melhorando após um período muito triste de pandemia, deixa uma mensagem: “nós nunca devemos perder a esperança e que cada ser humano tem seu tempo de aceitação, mas nós estamos aqui para uma evolução, e o real motivo da data é a gente emanar uma energia positiva para as pessoas”, conclui.