Urbanista fala do trânsito em Itu e explica projeto de “destravamento” no fluxo

José Quirino de Arruda explicou projeto idealizado nos anos 1990 e constantemente atualizado por ele (Foto: Daniel Nápoli)

Um dos pontos que mais levantam discussões em Itu é o trânsito da cidade. Com o crescimento da frota, a mobilidade urbana vem se tornando cada vez mais complicada. Algumas ações são realizadas pela Prefeitura, dividindo opiniões dos motoristas e pedestres. 

O prefeito eleito Herculano Passos (Republicanos) chegou a apresentar algumas propostas, como a extensão da Avenida Marginal. Recentemente, a reportagem do JP conversou com um profissional que entende de mobilidade: o urbanista José Quirino de Arruda, que tem mais de quatro décadas de profissão.

Em sua trajetória, Quirino participou de seminários sobre urbanismo, como na Universidade de Lisboa nos anos 1980. “Fui até convidado para ficar lá, mas quis voltar pois queria cuidar da minha cidade, Itu. Em 1989, o [ex-prefeito] Sérgio Prévidi me convidou para montar a diretoria de Planejamento Urbano da cidade que não existia”, recorda.

“Fizemos o primeiro Plano Diretor da cidade depois da Constituição de 1988 e eu trabalhei não só aqui, eu coordenei todo o projeto e trabalhei no projeto urbano da cidade de Indaiatuba. Em 1997 eu fui convidado pelo Leonel [Salvador, prefeito da época] para montar a Diretoria de Trânsito e Transportes, que hoje é de Mobilidade Urbana”, prossegue o urbanista.

Foi em 1997 que o urbanista sugeriu o que, agora, Herculano pretende implantar. “A gente queria atravessar a avenida pelo Quartel, continuando o leito do rio, prolongando a marginal, só que o comandante da época, o Coronel [João Tranquilo] Beraldo, disse que não poderia, pois o paiol estava de um lado e as construções do outro, e por motivo de segurança não poderia fazer”.

A ideia era continuar a avenida por dentro do Quartel, seguir até a Avenida Agenor Correa Leite de Campos seguindo até o SESI, emendando com as avenidas Herculano de Godoy Passos e Eugen Wissmann. “Em 1997, 1998 não tinha nem o Itu Novo Centro, era muito diferente, mas o urbanista tem que pensar no futuro”. 

Há mais de 35 anos Quirino estuda a mobilidade urbana dentro de seu escritório e da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Itu. “Ao longo desse tempo nós fizemos vários projetos e estudos pontuais para a cidade, todas as vezes em que apareceram questões mais complexas e nesse meio tempo nos anos 1990 nós preparamos um projeto de um anel viário, tendo em vista que nossa cidade é histórica, com ruas estreitas, um traçado urbano tombado pelo patrimônio histórico e muito importante no ponto de vista de estudo”. O projeto, porém, não foi pra frente.

Além de ser diretor da Associação dos Engenheiros, Quirino também integra o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Estado de São Paulo e possui vários núcleos de trabalho como urbanista, fazendo parte do núcleo de mobilidade urbana, acessibilidade e inclusão. “Se o Poder Público precisar, estou à disposição”.

Sugestões

Quirino também aproveitou para dar sugestões para o fluxo na Avenida Prefeito Galileu Bicudo, que chegou a ser projetada no passado. “No projeto nosso não tinha semáforo, tinham várias rotatórias, pois se tem rotatória, você permite que o trânsito circule pela direita e à esquerda. Se tem semáforo só sai pra direita, pois pra esquerda é sempre proibido. Hoje em dia, ela tem uma utilização de 40% do potencial e dá pra dobrar isso aí com pequenas intervenções e sinalizações corretas”.

Sobre o anel viário, o urbanista acrescenta. “Tudo isso daqui está planejado e tem trecho a trecho. Não houve interesse político ainda para executar. Mas eu acho muito bacana que a gente possa buscar esse desenvolvimento. Os planos para concluir todo o sistema viário da cidade estão planejados, é questão de conversar”, conclui.

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