Veículos Históricos: Bonde
Na metade do Século 19, os primeiros bondes apareceram no Rio de Janeiro/RJ, impulsionados por tração animal, geralmente burros de carga utilizados à frente do pesado veículo. Eram bondes que, em média, tinham capacidade de transporte de 16 pessoas.
Os primeiros começaram a circular em 1859 e a inauguração oficial do veículo contou com a ilustre presença de D. Pedro II e sua esposa. A linha inaugural ligava o largo do Rocio (atual Praça Tiradentes) a um local próximo da atual Usina, na Tijuca, num trajeto de aproximadamente sete quilômetros.
A primeira grande mudança aconteceu em 1862, com a substituição da tração animal pelo vapor. Essa iniciativa, entretanto, não vingou, pois três anos após a companhia de bondes foi a falência e a tração animal voltou. Com a inauguração da The Botanical Gardem Railroad Company os bondes ganharam novo impulso, com os bondes passando a ser movidos a eletricidade.
Os bondes ganharam popularidade e se alastraram por outras grandes cidades, principalmente São Paulo, onde reinou por muitos anos. Porém, após a Segunda Grande Guerra, a Light, que fabricada os bondes, deixou de produzi-los e isso provocou uma freada na evolução desse meio de transporte.
Assim os veículos foram envelhecendo, a manutenção foi ficando cada vez mais cara e a importação impraticável. No Rio de Janeiro, a partir de 1963 os bondes deixaram de circular por ordem do governador Carlos Lacerda, ficando apenas uma linha o de Santa Teresa, para contar a história.
Em São Paulo, a última viagem do veículo aconteceu em 27 de março de 1968, quando o motorneiro Francisco Lourenço Ferreira ouviu do prefeito Faria Lima a ordem “toca o bonde!” Assim começou a viagem saindo do Ibirapuera com destino ao Largo 13, em Santo Amaro.
A última viagem contou com dois bondes. No primeiro o prefeito Faria Lima ao lado do governador Abreu Sodré e outras autoridades que acotovelavam-se. No bonde logo atrás, uma banda tocava marchas e valsas. A cidade de São Paulo chegou a ter 700 quilômetros de linhas de bondes que foram sendo desativadas paulatinamente e hoje, o que resta, são apenas lembranças.