Vereadores mantêm Marquinhos como patrono da Funerária de Itu
Contrariando recomendação da Promotoria, edis rejeitaram por 9×3 projeto apresentado pela presidência do Legislativo.
Por 9×3, a Câmara Municipal rejeitou um projeto de autoria do presidente José Galvão (DEM) que revogava a lei nº 1776/2015, proposta pelo ex-vereador e ex-prefeito Olavo Volpato (na época no PMDB). A referida lei nomeou o ex-presidente do Legislativo Marquinhos da Funerária (PSD) como patrono dos serviços funerários de Itu.
O projeto de Galvão foi feito após recomendação da Promotoria de Justiça local, através de um inquérito civil, para evitar a promoção de servidores públicos ou políticos ainda em vida. Segundo o inquérito assinado pela promotora Ana Helena de Almeida Prado Poltronieri de Campos, a nomeação de Marquinhos como patrono “é típico ato de improbidade”.
Maria do Carmo Piunti (PSC), que foi a favor da revogação, argumentou nesse sentido. “É importante que se esclareça para que não pareça que se trate de picuinha política. A Justiça determinou que o presidente da Câmara elaborasse essa lei e que ela fosse votada pelo plenário”, apontou.
Já Thiago Gonçales (PR) foi contra a proposta e deixou bem claro. “Vou ser contrário ao projeto, até porque é uma recomendação. Acredito que o Ministério Público tenha coisas mais importantes para julgar. E o Marquinhos, mesmo não fazendo parte do seu grupo político e não concordando com muitas ações dele como vereador, acredito que o prédio da funerária saiu graças ao trabalho intenso dele”, justificou o edil.
O presidente Galvão explanou mais sobre o projeto, reforçando o motivo da apresentação do mesmo. “Devido às solicitações que são feitas, essa presidência tem que se manifestar. Então é por isso que estou apresentando esse projeto”, alegou o vereador. “O agente político não pode usar o cargo para promoção pessoal”, prosseguiu.
Givanildo Soares (PROS) foi outro a se posicionar contra à revogação, até porque foi favorável ao projeto original na legislatura passada. “Mas eu fui um crítico desse projeto. Achei de uma imbecilidade a pessoa se auto intitular patrono”, disse o vereador, comentando que só aprovou na época em respeito ao autor.
Giva aproveitou para falar das conquistas de Marquinhos à frente do serviço funerário ituano. “Antes a funerária era um terror. Você tinha medo de morrer. E o Marquinhos deu dignidade àquele lugar”, lembrando ainda das dificuldades pessoais do ex-vereador (que perdeu seu filho Igor, com apenas três anos).
O edil ainda apontou que hoje o poder judiciário está em evidência, dizendo que hoje quase não há tripartição do poder. “Nós, legisladores, temos garantia constitucional por opiniões, palavras e votos”, declarou, pedindo que os pares votassem contra por ser apenas uma recomendação. “Se nós não pudermos votar livremente, então que volte a ditadura”.
Surpresa
Vice-presidente da Casa, Normino da Rádio (PHS) se declarou contra – surpreendendo alguns presentes no plenário. O vereador relembrou sua passagem pela Câmara na legislatura passada, dizendo ter diversos motivos pessoais para votar a favor. Porém, disse que não levaria para esse lado. “O Ministério Público poderia tomar providências independentemente dessa Casa”, declarou, pedindo que projetos como o aprovado em 2015 não sejam mais apresentados na Câmara.
A votação do projeto também foi uma grande surpresa. Antes, Normino pediu voto nominal – o que foi rejeitado e criticado, principalmente por Dito Roque (PTN). O placar terminou em 9×3 pela rejeição, com apenas Rodrigo Macruz (PTB), Wilson da Farmárcia (SD) e Maria do Carmo sendo favoráveis.