Vizinhos afirmam que creche abandonada virou ponto de drogas no Novo Itu
Sem funcionamento, Centro de Convivência Infantil Jardim Theodora causa preocupação na vizinhança. Prefeitura afirma que obra será entregue ainda este ano
LUCAS GANDIA
Apesar de estar praticamente pronta, a obra do Centro de Convivência Infantil Jardim Theodora, no bairro Novo Itu, se tornou motivo de dúvida entre os moradores da vizinhança. Sem qualquer tipo de monitoramento, o local virou ponto de uso de drogas, sobretudo entre adolescentes.
Segundo reclamações recebidas pelo “Periscópio”, o Centro de Convivência, localizado no final da Avenida Alfredo Savi, traz riscos à segurança do bairro – e até mesmo às pessoas que entram no local. “Outro dia, consegui ver uma criança sentada na escada que dá acesso a uma caixa d’água. Isso é muito perigoso”, afirma uma publicitária moradora do Novo Itu, que preferiu não se identificar. “Às vezes ouvimos barulho até tarde da noite. E não são só crianças; tem adolescentes também. Não sei se é para brincar ou usar drogas, mas isso já está acontecendo há umas quatro semanas”.
Para o industrial A.G.A., morador do Portella Aberto, o que mais intriga é o fato de o local estar desativado, mesmo com as obras bem avançadas. “Está praticamente pronta, mas não vemos ninguém trabalhando ali nem nada sendo feito”, ressalta. “O problema é que tem gente entrando lá. Não sei se estão vandalizando, mas aquilo é propício para coisas mais graves”.
Outra reclamação vem do administrador de empresas A.G., que adota um tom mais crítico para falar da situação no Centro de Convivência Infantil. “Virou ponto de encontro para utilização de drogas e está correndo risco de invasão. Pode virar uma nova favela”, observa. “Enquanto muitas mães sofrem na busca de vagas em creches para seus filhos, esta está pronta e abandonada. É dinheiro público indo para o lixo, mas que poderia ajudar muitas famílias”.
Investimento
Questionada pelo “Periscópio”, a Secretaria Municipal da Educação informa que a referida creche não está funcionando porque as obras ainda não foram concluídas. “Resta realizar o fechamento do local, com muros e portões, o arruamento, construção de acessos de entrada e saída, drenagem pluvial e gramado”, comunica a pasta.
Ainda de acordo com o órgão municipal, a obra contou com um investimento de R$ 920 mil da Prefeitura e um repasse estadual de R$ 440 mil, que não foi suficiente para sua conclusão. “A Prefeitura irá complementar a verba necessária para que a obra seja entregue ainda este ano”, destaca. “Sobre a segurança, a Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Segurança, Trânsito e Transportes, mantém rondas constantes da GCM (Guarda Civil Municipal) no bairro em questão”.
O JP também indagou o Governo do Estado de São Paulo sobre o assunto, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.