Votação de parcelamento de débitos do Ituprev termina em confusão
A votação do projeto de Lei de autoria do Executivo, que dispõe sobre o parcelamento de débitos do município com o Ituprev em 60 vezes, terminou em confusão na última sessão. Última matéria em pauta, a propositura foi marcada pelo atrito entre o presidente Marquinhos da Funerária (PSD) e o vereador Josimar Ribeiro (PTN) com Givanildo Soares (PROS).
O projeto foi duramente criticado pela oposição. “Eu não posso concordar com isso. 60 meses de parcelamento? Um dinheiro que é do servidor público, que já foi descontado. Sabe o que é isso, na minha opinião? Falta de responsabilidade com o dinheiro público”, declarou o vereador Josimar.
Em sua fala, Professor Feital (PDT) disse que faltou prioridade para a Prefeitura. “Eles estão passando de uma situação imoral, que é deixar de recolher para o Ituprev, para poder pagar em dia alguém que lhe interessava”, comentou o vereador, falando do comitê de gastos. “Essa comissão de secretários decidiu que era muito mais tranquilo deixar de pagar o Ituprev do que pagar fornecedores”.
Feital também disse que a Prefeitura deveria renegociar seus contratos, não os débitos com o Ituprev. “Tinha que sentar com todos os fornecedores e falar: ‘vamos renegociar nosso contrato’. Porque o Ituprev não pode atrasar”, disse. O vereador ainda comentou que, por lei, o pagamento dos débitos deve ser feito até o fim do mandato de Tuíze, no fim do ano.
Já o vereador Eduardo Ortiz (DEM) defendeu a propositura e criticou o governo PT. “O ideal era pagar em 12 parcelas como era previsto inicialmente? Era. Quem de nós gosta de parcelas? Agora, diante do cenário que nós estamos passando no nosso país, nós vemos que a origem desse ‘empréstimo’ é herança do governo federal. É isso que acontece com esse desgoverno do PT”, comentou o edil.
As colocações de Ortiz foram elogiadas pela líder de Tuíze na Câmara, Balbina de Paula Santos (PV), que também defendeu o projeto. “Esse parcelamento, no momento, é necessário, tem que ser feito porque não pode ficar sem repassar essa verba, mas ele (prefeito) encontrou uma forma de fazer o parcelamento sem ter que mexer no dinheiro do orçamento. Isso é muito importante para a nossa cidade e também para os funcionários”, declarou.
Confusão
O projeto acabou rejeitado por 7 a 5. Durante justificativa de voto, Balbina disse que os vereadores contrários não entenderam o projeto (porque, segundo ela, “poucos sabem ler”) e também falou que o ex-prefeito Herculano Passos acabou com a cidade. A vereadora também falou que quem votou contra tem que achar uma solução para efetuar o pagamento dos débitos, sugerindo tirar o dinheiro da construção do novo prédio da Câmara e até dos salários dos próprios vereadores.
Após justificativas de Jabá, Dr. Bastos (PSD), Zelito do Quiosque (PDT), Josimar e Ortiz, o presidente Marquinhos da Funerária chegou a encerrar a sessão. Porém, Givanildo Soares aguardava para pedir justificativa também. Nisso começou um pequeno bate-boca entre os vereadores. O presidente chegou a falar que Giva “sabe de tudo”, mas que iria ficar para ouvi-lo.
“O direito só é igual para quem lhe interessa. O senhor não está sendo um democrata, um presidente de todos”, disse Giva. Marquinhos então atentou que o vereador deveria fazer a sua justificativa. Giva retrucou. “Aqui pode justificar o voto falando que a cerveja é gelada. Isso pode? Está bom, vou justificar, nobre presidente”, disse o edil em tom de ironia.
Giva então subiu o tom e falou de obras paradas do governo Herculano que agora “explodiram” no governo Tuíze. “Por que vocês não cassam o Tuíze? Sabe por quê? Todos devem. Todos. Só que a sociedade não pode pagar por eles”, declarou o vereador. Ele ainda chegou a falar que os fornecedores citados durante a discussão do projeto são os mesmos de quando “gente era vice-prefeito”, em referência ao vereador Josimar Ribeiro.
Josimar então pediu “Questão de Ordem” por ter sido citado. “Fui vice-prefeito de um governo sério, diferente de outros que se acovardaram e se acovardam até hoje”, afirmou o vereador. Nisso Giva já havia se retirado do plenário. “Fala besteira e não fica para escutar”, emendou Josimar, que defendeu Herculano.