Apesar de pandemia e racionamento, ACII vê com otimismo as vendas para o Natal

Falar isso é “chover no molhado”, mas estamos vivendo um final de ano completamente atípico em 2020, devido à pandemia de Covid-19. Em dezembro, um período marcado por aglomerações em shoppings e ruas centrais das cidades para compra de presentes de Natal ou roupas e demais itens tanto para os dias 24 e 25 quanto para o Réveillon, em que comércio vive grandes momentos quanto ao faturamento, deve sofrer um impacto neste ano.

Além disso, Itu, que se encontra na Fase Amarela no Plano São Paulo, com restrições nos horários de funcionamento de lojas, bares e restaurantes, também enfrenta o racionamento de água. Ao Periscópio, a Associação Comercial e Industrial de Itu (ACII), comenta que não houve nenhuma reclamação por parte dos comerciantes em relação ao racionamento de água, com a entidade não acreditando que isso impacte as vendas de fim de ano. Em nota, a ACII diz ainda saber “das dificuldades enfrentadas, mas continuamos otimistas com os resultados das vendas de Natal, afinal essa é a melhor data comemorativa do ano”.

      Ainda de acordo com a entidade, dois fatores devem auxiliar as vendas de Natal: a injeção do 13º salário e a economia das pessoas que não foram diretamente afetadas com a perda de seus empregos durante a pandemia, não tendo gasto dinheiro com entretenimento e viagens devido ao isolamento social e “agora vão poder aproveitar as oportunidades do Natal”.

Diante do cenário, o JP conversou com comerciantes de diferentes pontos e segmentos da cidade. Porém, a maioria não compartilha do mesmo otimismo. “Infelizmente a volta para a fase amarela acaba prejudicando o comércio devido a algumas restrições”, explica a comerciante proprietária de uma lanchonete e restaurante, situada na Rua Floriano Peixoto, Maria Regina Tome Kumano. “Desse modo, acredito que o faturamento diminuirá em relação aos anos anteriores, mas ainda assim, ficará acima da média dos meses em que estávamos com carga horária reduzida”, acrescenta Regina.

Já a respeito do racionamento, a comerciante acredita que se “ocorrer como realmente foi planejado pela CIS (Companhia Ituana de Saneamento)”, conseguirá se organizar. “Acredito que conseguiremos nos organizar e enfrentar essa adversidade da melhor maneira possível”.

 Proprietário de uma pizzaria situada na Rua Sorocaba, nas imediações do bairro Vila Gatti, Eduardo Etienne Forcin explica que desde o início da pandemia tem priorizado o disk-entrega, porém está com uma perda de receita de 30%, “mesmo agora com a ativação do salão, pois são poucas as pessoas e famílias que se arriscam a sair”. Porém, Forcin mantém o otimismo. “Mas vamos levando, com muitas promoções e divulgação digital. Quanto ao fantasma da falta da água, estamos racionando e estocando em caixas d’águas antigas que estavam desativadas”.

 Gerente de uma loja de calçados e acessórias na Rua Floriano Peixoto, região central da cidade, Juliana Lima explica que, embora as vendas estejam mais tímidas em relação ano passado, está existindo procura. “É o novo normal. Não vemos mais famílias inteiras vindo às compras, mas vemos pessoas sozinhas adquirindo produtos com preços mais acessíveis”. Juliana diz ainda que a pandemia e o racionamento não têm afetado negativamente, porém ainda não possui um comparativo com 2019 em números em relação as vendas.

 Na contramão dos demais, o gerente de uma loja de calçados situada no Plaza Shopping, que também possui unidade no Centro de Itu, Weuller Leonardo Vieira Lopes, comemora. “Em relação às vendas, nossa loja vem de um crescimento. Com relação ao ano passado, ainda estamos em crescimento”.

Horários

O Periscópio também questionou a Associação Comercial e Industrial de Itu  a respeito dos horários de atendimento do comércio, com a instituição sugerindo o horário de funcionamento das 10h às 22h, de acordo com suas necessidades, porém dentro das restrições da fase amarela, com 12 horas diárias consecutivas ou fracionadas.