É preciso mudar

Por André Roedel

 

Na sessão ordinária desta semana da Câmara Municipal, o vereador Dito Roque sugeriu algumas mudanças no tráfego de veículos na Rua dos Andradas, uma das mais movimentadas do Centro de Itu. Ao Executivo municipal, ele indicou que o trecho entre as ruas Vinte Um de Abril e Dr. José Elias não passe mais carros e motos, deixando passagem livre apenas para os ônibus.

A sugestão do nobre edil, feita para beneficiar a população que precisa do transporte público, demanda estudos do departamento responsável. Porém, levanta a bola para outras alterações necessárias no trânsito da cidade. Além do sempre comentado problema dos buracos no asfalto, a cidade também sofre com as estreitas ruas de seu Centro Histórico e gargalos viários deixados por anos de uma má gerência do tráfego por parte de administrações passadas, que parecem que não levaram em conta o crescimento exponencial do número de veículos na cidade.

Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Itu tem uma frota de mais de 68 mil automóveis e 21 mil motocicletas. Ou seja, uma grande demanda que utiliza diariamente as vias públicas locais. Há momentos do dia que o trânsito em Itu pode ser comparado ao de cidades muito maiores. Trânsito esse que reflete, também, para os pedestres e passageiros do transporte coletivo – e até ciclistas, visto que há poucas opções de ciclovia na cidade, o que os obriga a pedalar no meio da rua.

Nos dois últimos anos, a Prefeitura realizou consultas públicas e audiências com o propósito de se desenvolver um Plano de Mobilidade Urbana. A gestão passada contratou até uma empresa para isso, porém não se ouviu mais falar sobre o assunto. Quem sabe a nova administração não retome a iniciativa e comece a melhorar a situação do trânsito local.

Não sou nenhum especialista na área, mas Itu possui alguns trechos bizarros. Rotatórias mal planejadas, vias de mão dupla que deveriam ser mão única (e vice-versa), ausência de semáforos em pontos importantes, semáforos extremamente demorados em locais que não demandam de tudo isso… Enfim, são diversos os problemas nesse quesito – e quem sofre é o cidadão ituano.

Na questão do tráfego de ônibus no Centro, por exemplo, mudar o trânsito da Rua dos Andradas (como Dito Roque quer) é apenas uma das alterações necessárias. Por conta das ruas principais serem apertadas, o ideal seria a utilização de micro-ônibus na região com mini terminais de baldeação ao redor do Centro. Assim ajudaria a diminuir o trânsito no local e também o desgaste do asfalto.

Outra alteração necessária para o trânsito ituano, que inclusive também foi indicada durante a sessão pelo presidente José Galvão, é a instalação dos semáforos inteligentes, que identificam os pontos com maior tráfego e ajudam a dar fluência aos veículos. É a chamada “onda verde”. A própria Avenida Galileu Bicudo, criada para ligar extremos da cidade e melhor o trânsito, necessita disso, já que são constantes as demoras desnecessárias que o motorista enfrenta em sinais vermelhos na via.

Agora, é preciso que a população aproveite que o assunto está sendo discutido na Casa do Povo e apresente outras mudanças necessárias em outros pontos da cidade. Quem sabe dessa forma, com os governantes ouvindo as sugestões populares, juntos unindo forças, esse problema possa ser solucionado.