Kong: A Ilha da Caveira

Por André Roedel

Eu não posso descrever Kong: A Ilha da Caveira de outra forma: que filme divertido! Contando uma nova história para um dos monstros mais conhecidos do cinema, o longa-metragem dirigido de forma competentíssima por Jordan Vogt-Roberts sabe dosar a comédia, a tensão e a aventura, o que resulta numa obra agradável para diversos públicos.

Apesar de várias subtramas que se encontram e podem confundir um pouco a cabeça do espectador mais distraído, o filme tem um roteiro consistente e dinâmico, que, aliado a uma ótima edição, dá um ritmo especial ao longo das quase duas horas de projeção – que passam voando.

Na trama, uma equipe de cientistas, exploradores e militares vai até uma ilha no Oceano Pacífico com a missão de mapeá-la. Porém, eles de cara se deparam com o grande gorila King Kong (criado digitalmente de forma magnífica. Aliás, todos os efeitos especiais para dar vida às criaturas da mítica ilha são muito bem feitos). O monstro é rei em uma terra quase desolada, em que monstros ainda piores vivem no subterrâneo.

Mas não só de efeitos incríveis e um roteiro bacana o filme sobrevive: também tem um grande elenco que ajuda a dar mais força e qualidade a ele. Tom Hiddleston, Brie Larson, Samuel L. Jackson, John Goodman e John C. Reilly são alguns dos nomes do elenco estelar de Kong, que transmitem um carisma fora de série. Pra melhorar, as atuações estão no ponto certo e ajudam a transmitir a mensagem de que, muitas vezes, o ser humano é mais perigoso que o monstro.

Aliás, essa é a grande lição tirada do filme. A trama consegue humanizar o gorila gigante, dar um lado sentimental para o monstro. E isso de uma forma mais interessante do que o insosso King Kong de 2005, dirigido por Peter Jackson. Essa “humanização” de Kong faz com que o espectador se identifique com ele e torça por um bom final para o monstrão.

Outro ponto positivo do longa é a ambientação do final da década de 1970 pós-Guerra do Vietnã. Do rock clássico ao clima meio Apocalypse Now, tudo foi pensando para transportar quem assiste para aquela época. Até a paleta de cores do filme remete ao clássico de Francis Ford Coppola: tudo alaranjado como o napalm.

Vale lembrar que Kong: A Ilha da Caveira é mais uma empreitada da Warner/Legendary para expandir o “MonsterVerse” (universo dos monstros), que conta com outro bichão também: o Godzilla. Por isso já se prepare para um mais que provável duelo entre o lagartão japonês e o gorila gigante. Enquanto a luta não começa, assista Kong, porque vale o ingresso.

 

Nota:

 

 

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