Prefeito fala sobre Previdência e emprego

Prosseguindo a entrevista com o prefeito Guilherme Gazzola, esta segunda parte traz comentários sobre Previdência e emprego. A última parte da entrevista será publicada na semana que vem, destacando os principais pontos dos demais tópicos abordados. Confira:

JP: No encontro com a deputada Janaina Paschoal, foi comentado que a Reforma da Previdência pode até impactar negativamente os municípios que “fizeram a lição de casa”. O senhor mantém essa posição?

Gazzola: Mantenho. Achei uma forma errada de se fazer a (reforma da) Previdência, até porque não precisávamos fazer um aumento de alíquota. Nós fizemos a lição de casa. Alíquota de 11% pra gente, que era o que estava para o nosso servidor público, era o suficiente para a gente ter o equilíbrio até 2035, como nós sempre fizemos. Não é o governo que fez a Reforma da Previdência, são os deputados que aprovaram a Reforma da Previdência. Esses deputados criaram uma situação que Itu não precisava, que é o aumento da alíquota de 11% para 14%. Nós vamos informar a toda sociedade quem foi que quis tirar esse ganho que nós conseguimos na Previdência. Nós pegamos uma Previdência quase quebrada, com um governo que devia mais de R$ 250 milhões para o INSS e mais de 17 meses de atraso da Previdência. Recuperamos essa Previdência, estamos em dia e repactuamos todo o atrasado. E é esse atrasado, que nós pagamos quase R$ 700 mil por mês, que impede de avançar na questão salarial dos funcionários. Mas nós estamos em dia. Nós não aceitamos ser “punidos” por isso. O servidor vai ser punido por esses deputados que aprovaram.

JP: O Governo Federal tem apontado para melhorias na economia. Municipalmente, é possível sentir isso?

Gazzola: Isso fica muito claro, até porque Itu é uma das poucas cidades que conseguiu se manter por dois anos consecutivos, ainda que pequeno, com um aumento do número de empregos. Ou seja, se diferenciou da região no geral. Existe uma questão econômica nacional, que impedia as indústrias de virem para Itu, mas existe um fato local fundamental: a imagem de Itu foi destruída por governos, principalmente na questão da água. Itu ficou conhecida nacionalmente como a cidade que não tinha água. E isso se deve a uma concessão, para dizer o mínimo, porque foi uma doação, que acabou culminando numa tragédia hídrica na cidade de Itu, que toda indústria que vem nos procurar faz como primeira pergunta a questão da água. Os governos que construíram essa tragédia não permitiram que as indústrias viessem numa velocidade maior. Fora a questão econômica nacional, nós também estamos recuperando a imagem. Itu tinha uma imagem negativa na questão da água e também uma imagem muito negativa no aspecto ético e moral, pelas acusações de corrupção. Então tudo isso a gente conseguiu sanar.

JP: Como o senhor vê a questão do empreendedorismo e pequenas empresas para o avanço econômico da cidade?

Gazzola: É o caminho do futuro. As indústrias precisam vir, sim, só que elas não são mais as grandes empregadoras. Os empregos estão nos serviços, nas pequenas empresas, nas empresas ligadas à áreas como TI (tecnologia da informação), turismo. É nisso que nós estamos investindo. Atraindo indústrias, sim, porque elas são importantes na arrecadação, mas o emprego está nos serviços. Existia na cidade de Itu, e isso vem de muito tempo, uma ideia de que era uma cidade dos condomínios e que por ser uma estância turística não se podia trazer indústrias. São duas inverdades. Itu é uma cidade grande que comporta turismo e indústria. Isso é positivo. E Itu é uma cidade dos condomínios, fazia um certo sentido. Tanto que no meu governo eu não aprovei nenhum condomínio fechado. Nenhum. Agora o que precisa: a sociedade entender que as melhorias que nós estamos fazendo em fachadas no Centro, abrindo futuramente a Praça dos Exageros, tudo isso traz as pessoas para Itu. E essas pessoas de Itu também precisam ter uma recepção profissional. Eu acho que o que precisa é devolver o orgulho para a cidade de Itu. Itu é uma cidade que tem muito para mostrar. E isso envolve a iniciativa privada.