Confira entrevista com Ocimar Scopel, candidato a prefeito de Itu

Periscópio realizou entrevistas com todos os candidatos a prefeito de Itu nas eleições 2020. As sabatinas serão publicadas semanalmente até o dia 7 de novembro. Confira abaixo a entrevista feita com o candidato Ocimar Scopel (PTC), que tem como vice Cláudio Souza (PTC).

Foto: Daniel Nápoli

Por que quer ser prefeito?
Eu já venho fazendo política interna partidária desde 1994. Eu tentei algumas vezes ser candidato, fiz parte de alguns grupos fortes, tipo do Michel Temer, porque estive no PMDB por 12 anos. Fui secretário do conselho regional do PMDB em Sorocaba. Nós cuidávamos de Mairinque até Itapeva, então eu tenho bastante conhecimento dentro da área da política interna. E eu quero ser o prefeito de Itu em função de eu ser um cidadão ituano, nascido, sou filho de italiano. Meu avô veio da Itália para cá, se estabeleceu aqui. Eu nasci aqui. Eu tenho formação na área do Direito, sou formado em Ciências e Matemática, sou perito judicial. Eu acho que estou qualificado para fazer uma administração correta e transparente para que a população de Itu tenha uma diferenciação em relação ao que existe de política hoje.

Quais são suas propostas para a Educação?
Como eu te disse, sou formado em Ciências e Matemática. Seria professor se o professor não ganhasse tão mal. O professor ganhando mal a gente não consegue se manter. E eu não tenho condições, porque eu tenho filhos que eu pago a faculdade, um monte de coisas, e precisava ganhar um pouco mais. Eu acho que o professor é muito mal remunerado. Eu tenho projetos na área da educação de melhorar o nível de qualidade do professor em relação a sua carreira profissional, tentar melhorar o salário e fazer a educação voltada para o melhor ensinamento. Trazer mais creches para o município, porque eu acho que o município, dependendo de alguns bairros, precisa de mais creches. E eu quero fazer uma educação um pouco melhor do que já existe. Sempre procurar o melhor possível para a classe da educação.

O que pretende fazer para melhorar o atendimento na área da saúde?
Na área da saúde, eu posso falar. Eu não sou médico, mas eu posso falar que eu entendo da saúde porque eu sou um frequentador. Quando eu não estou bem eu vou lá e agendo uma consulta, eu frequento o posto de saúde, o UPA. Porque a pessoa de 60 anos, hoje, para pagar um convênio, no meu caso, seria tipo R$ 1.500. E hoje para você pagar R$ 1.500 você teria que ter um salário razoável, senão você não aguenta pagar. Você paga um mês, depois não paga mais. E a carência. Eu uso por necessidade. Agora eu fico visualizando esse pessoal que hoje, em função da pandemia, situação difícil do desemprego, aqui em Itu nós temos uma grande quantidade de pessoas desempregadas, esperando do Governo os R$ 600, é uma situação muito complexa, pior do que a minha. Então que quero fazer um trabalho voltado para melhoraria, entendeu? Eu quero diminuir, porque hoje você tem um agendamento de três a quatro meses. E eu quero reduzir isso. E a administração da saúde, o pessoal que cuidada da administração, é um pessoal bastante atencioso, mas quando chega na hora da medicina, do médico, nós temos poucos médicos. Então eu quero informatizar a saúde, para diminuir o administrativo e melhorar a quantidade de médicos. Eu quero fazer um trabalho também na área da situação grave, porque se eu tiver um infarto ou qualquer outra coisa grave, eu tenho que esperar a vaga no CROSS [Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde]. Às vezes quando chega a hora, você já teve o óbito.

Na questão da água, o que precisa ser feito para que a cidade tenha pleno abastecimento?
Aqui em Itu é bastante complexo, nós vemos desde lá atrás, sempre jogo político de que ‘eu fiz isso, eu fiz aquilo’, mas na verdade não fizeram nada. A única vez que teve um trabalho feito foi quando o prefeito Sérgio Prévide esteve no mandato lá atrás e foi feito o Itaim. Nós tínhamos 80 mil habitantes, hoje nós estamos com quase três vezes mais. Aumentou o esgoto, diminuiu a água. Foram feitas algumas coisas, mas eu acho que foi feito com muita má vontade, mau planejamento. Ficaram interessados em vender o SAAE, fizeram o CIS, mas a parte administrativa está muito ruim. Agora está tendo investigação do Ministério Público do Pirajibu, que estão jogando esgoto no sistema de manancial, poluindo a água. Nós temos pouca água, muito esgoto. Aonde tem a carência de esgoto a céu aberto, pretendo fazer igual existe na praia, aquele sistema de caixas que você recebe o esgoto e depois você coleta ele. Porque o esgoto é um líquido barrento, pesado, e ele não consegue ‘caminhar’ se não tiver bastante água, e nós não temos água. Nós temos que trabalhar para fazer a coleta da água. E nos bairros eu pretendo colocar as caixas onde eu não conseguir levar a água ou furar poços artesianos. E quero também fazer um trabalho em cima da água de chuva. Aqui nós tivemos em janeiro, fevereiro e março, normalmente todo ano é assim. Nós perdemos muita água de chuva. Essa água de chuva alaga estrada e a parte baixa, dez minutos depois está tudo no Tietê. Eu quero segurar essa água rapidinho, colocar em caixas para tratamento. Eu preciso aumentar, como ele investiu no Itaim, mais reservatórios.

O que fará para gerar novos empregos, principalmente aqueles perdidos em decorrência da pandemia do novo coronavírus?
Nós temos que fazer um trabalho com o comércio, porque eu vi aí que dois anos o comércio passou pela situação de inventar de fazer imposições no asfalto em horário errado, dia errado, meses errados. O povo do comércio tinha intenção de ter um faturamento maior e acabaram se prejudicando. Dois anos em seguida foi isso. Eles fizeram na época de pagar 13º e o abono. Quando você visualiza que o comércio quer ganhar dinheiro, ele acaba não ganhando, está tomando prejuízo. Eu quero mudar essa estratégia. Eu quero abrir o comércio. Eu penso assim: quando todo mundo está trabalhando, ganhando dinheiro, você não faz questão de pagar imposto. Você paga com o maior prazer. Eu quero aquecer o mercado aqui em Itu. Nós temos aí a área da cultura, que eu quero fazer um trabalho voltado com eventos, bastante coisas, para atrair o povo de São Paulo. Não deixar o povo ficar disperso, ir lá para Avaré. Eu quero trazer eles pra cá. Em relação à indústria, nós temos algumas leis da área do turismo que nós podemos fazer uma modificação e dá para conciliar o turismo com a indústria. A indústria nós temos aquela região da Cidade Nova. Deixar as indústrias mais próximas de lá, porque o nosso espaço físico territorial é maior do que Sorocaba. Sorocaba tem muito mais indústria, faturamento de lá é pra mais de bilhão anual. Nós estamos aí com faturamento de R$ 700 milhões. Isso de lá pra trás, de quatro anos atrás. Não cresceu nada. Eu acho que quanto mais indústrias trouxer, mais empregos eu vou construir. Mais empregos e mais faturamento para a cidade.

Na área da segurança pública, quais são seus projetos?
Eu gosto muito da Guarda Municipal. Eu tenho uma vista bacana da Guarda. Inclusive tenho vários amigos que são da Guarda Municipal. Eu quero fazer o pessoal da Guarda se envolver um pouco na área do esporte e do lazer, porque o narcotráfico está só se alastrando e aumentando. Eu quero ver se eu diminuo isso daí. Eu coloco eles para se envolver com os jovens na área do esporte, através de eventos. E na área de equipamentos eletrônicos, aperfeiçoar o que nós já temos. Nós temos um ‘paredão’ lá que deve estar até obsoleto, porque não foi desse governo, foi do governo anterior. Nós temos, acho, que 50 câmeras de monitoramento. Eu quero ampliar isso aí, aperfeiçoar, porque a tecnologia é o que manda hoje. Os condomínios são todos monitorados. Não monitorar o povo nem sondar, eu quero protegê-lo. Assim você pode usar o 190, 193. Para a saúde, para a segurança, para incêndios. Você está lá olhando um ato, você está observando, se acontecer alguma coisa. Talvez até investir na área do drone para gerar mais segurança. São coisas, assim, que são viáveis, de baixo custo. Pode ser feito. Até porque eu quero fazer uma administração econômica, porque Itu está muito endividada. Teve alguns empréstimos absurdos, com carência de dois, quatro anos para ser pagos, e eu vou ter que ‘me virar nos 30’ e fazer o planejamento para pagar e para administrar.

O transporte público é uma área sensível aos moradores. Quais são suas propostas para o setor?
Nós temos aí uma empresa que parece que não tem ônibus suficiente. Ela tem que ser melhorada, a qualidade. Visualizar o horário do hush, porque parece que chega a hora da correria tem pouco ônibus e muita gente. Ver se aumenta a qualidade, a quantidade. E me parece que está vencendo o contrato com a empresa ano que vem. Eu sou uma pessoa que gosta de conversar, política foi feita para conversar. A gente senta, resolve, vê o seu problema e vê as ideias de cada um. Se ela estiver apta para continuar na licitação, tiver condições de melhorar. Até porque eles têm funcionários da empresa que são ituanos. A gente não pode simplesmente ‘ah, vou trazer outra empresa e descartar ele’. A gente tem que conversar. Eu acho que inclusive pela quantidade de pessoas que aumentou o município, para 170 mil, eu acho que caberia até duas empresas aqui em Itu. E também podemos fazer um trabalho para aqueles perueiros que levam os alunos. Abrir espaço para eles trabalharem também. Fazer uma alternativa, tudo dentro da lei, e botar para funcionar para viabilizar a vida do ituano, do trabalhador que vem lá da Cidade Nova ou que está aqui dentro da cidade ter um melhor acesso a locais.

Candidato, as suas considerações finais.
Eu sou uma pessoa que poderia ter participado de coligações. Tem três grupos aí que estão coligados, tudo bem amarradinho. São todas pessoas que você não sabe se são bons administradores ou não, mas o que eles querem é partilhar a cidade. Fui convidado até para participar de coligação. Eu não quis participar, porque eu acho que quando você partilha muito, você não sabe com quem você vai estar. Eu quero estar administrando, e não partilhando. Eu quero fazer uma administração correta, transparente, com baixo custo e trabalhar como um político popular, um político do povo. Fazer um trabalho onde faça gerar emprego. Porque é um círculo: quando você está trabalhando, você tem mais alegria, você tem mais saúde, você tem mais tudo. E todo mundo faz questão de consumir. Eu quero muito fazer com que o comércio volte a aquecer. Para isso nós temos que ter mudanças nas ideias. Porque que mora em condomínio, eu moro em condomínio, ele não gasta aqui em Itu. Ele vai gastar fora. Em Sorocaba, Campinas. Então o comércio está sempre ali, emperradinho. Eu quero fazer com que as pessoas mudem esse conceito e voltem gastar aqui em Itu. Então é isso, eu quero fazer um trabalho decente, uma política diferenciada do que já existe. Sem estar amarrado com empresários, sem estar amarrado com políticos. E eu tenho essas condições, porque eu também tenho bom relacionamento com o Governo Federal e Governo Estadual.