Apaixonado por Itu, Mané da Saúde quer apoiar prefeito no desenvolvimento
Finalizando a série de entrevistas com os 13 vereadores eleitos para a legislatura 2021-2024, o JP traz em destaque Manoel Monteiro Gomes, o Mané da Saúde (PDT), de 54 anos. Reeleito para seu segundo mandato, ele conta como foi a sua campanha e como pretende atuar em seu novo mandato.
Nascido em Sorocaba, Mané veio para Itu logo na infância, com a mudança dos pais. “Eu agradeço a Deus, porque eu amo essa cidade”. Manoel casou, teve filhos, ficou viúvo e casou novamente. Sempre em Itu. “Tem muita gente que torce para Itu ir bem tanto quanto eu. Mais do que eu, não”, afirma.
Ele conta um pouco de sua trajetória política, iniciada na década de 1990. “Eu entrei na Prefeitura em 1989, como assistente administrativo”, relembra Mané, que em 1992 trabalhou para a campanha de Leonel Salvador (do então PMDB), que acabou derrotado para Lázaro Piunti (então no PSDB). Em 1996, porém, Leonel vence o pleito e convida Mané para ser diretor de saúde – começa aí, então, sua relação próxima com uma das principais pastas do Executivo.
“Dentro da saúde fiz um caminho lá dentro”, conta Mané, que se candidatou a vereador pela primeira vez naquele ano, mas não foi eleito. “Eu sempre gostei de política, porque a política é uma ferramenta do bem. Se você souber usar para o bem, você vai ajudar as pessoas”, conta o vereador.
Após ser secretário na gestão Tuíze, Mané foi eleito para seu primeiro mandato em 2016, ainda pelo PRB (que viria a se tornar Republicanos). “Acho que fiz um trabalho interessante nesses últimos quatro anos. Fizemos projetos que, pra muita gente não tem peso, mas em relação à saúde pública tem”, explica ele. Entre os projetos que destaca, está a obrigatoriedade da caderneta de vacinação em dia para matrícula escolar.
Mané, que estava na chapa do então candidato a prefeito Neto Beluci em 2016, afirma que desde o início apostou no prefeito Guilherme Gazzola (PL). “Conheço o Guilherme há 20 anos e sabia do que ele pensava para a cidade”, diz o edil, que acredita que “a cidade cresceu muito com ele e vai crescer muito mais”.
Sobre suas propostas para os próximos quatro anos, Mané acredita que as demandas virão no dia a dia. “Você sabe melhor do que ninguém que vereador não pode mexer com custos”, aponta ele, que destaca também o projeto de sua autoria para que permite à Prefeitura a contratação de serviço de hospedagem para pacientes oncológicos em outras cidades, como Jaú/SP.
Mané relembrou a campanha e todas as dificuldades impostas pela pandemia. Reeleito com 873 votos, na última cadeira, ele afirma: “Sempre tive muito confiança na minha reeleição. Não existe eleição garantida, mas eu trabalhei muito nesses quatro anos”. De acordo com ele, a crise da Covid-19 tornou a campanha diferente de tudo que ele já viu. “Por conta da pandemia, para falar com 80 pessoas você precisa fazer 40 visitas”, destacando que carregar a alcunha “da Saúde” no nome de urna trouxe um peso a mais.
Ele conta que tinha como meta realizar pelo menos 10 visitas ao dia durante os 45 dias de campanha. “Às vezes eu conversava com cinco pessoas, às vezes com uma pessoa. Dependia do espaço que tinha para conversar”, afirma ele, que tomou os cuidados para a prevenção ao contágio. “Foi uma eleição muito difícil. Cem candidatos a vereador a mais, 7 mil eleitores a menos. Mas no fim prevaleceu o bom senso”, afirma.
Emotivo, Mané da Saúde diz ter sentido a não reeleição de amigos que fez nessa legislatura, como o vereador Henrique de Paula (PDT). “É difícil você chegar lá e não encontrar fulano, sicrano. Porque não são só os vereadores: são os assessores que vão embora. Gente que você conviveu quatro anos. Não são quatro dias. Eu acho que é virtude, não defeito: eu me apego às pessoas”.
Sobre a nova configuração da Casa de Leis, Mané diz que conhecia seis dos sete novos vereadores – só não conhecia ainda Donizetti André (Republicanos). “Eu conversei com alguns já e nós temos que fazer o que eu fiz em 2016: agora, acabou a eleição, vamos pensar na cidade. É bom para a cidade? Tem que votar a favor. Ajudar o prefeito. Quando eu fui eleito, muita gente achava que eu seria oposição ao Guilherme. Oposição a quê, se não começou o governo?”, recorda. E ele reforça o caráter dos novos colegas. “São pessoas do bem que com certeza pensarão no bem da cidade, deixarão de lado a questão político-partidária”, declara Mané.
Ele, que foi presidente da Câmara em 2018, não pensa em um novo cargo agora. “No momento eu penso em fazer um bom mandato de vereador, ajudar o prefeito e o futuro a Deus pertence”, aponta o vereador, que também não tem interesse nem em fazer parte da mesa diretora nos próximos anos. “Ser presidente da Câmara é gerir uma empresa de médio porte. Eu não teria tempo para isso”, explica.
Apesar de afirmar que os projetos virão com o tempo, o vereador reeleito acredita que a bandeira da Câmara deve ser a mesma do prefeito: desenvolvimento. Segundo ele, o imbróglio do sonhado distrito industrial está para se resolver e isso trará novas indústrias para Itu, que está na “esquina do estado”. “Se ele conseguir fazer com que a cidade se desenvolva, aí ninguém segura Itu. Chega de falar que somos uma cidade grande com cabeça de cidade pequena”.
Temos que olhar pra frente.Moro a quarenta anos em ITU,fiquei espantada quando aqui cheguei. Não tinha indústrias, só cerâmicas uma fábrica de bebidas e algumas pequenas.