Espaço Acadil: Água – Vida e Morte
Guilherme Del Campo
Cadeira nº 11 I Patrono Mario de Andrade
Sabemos que cerca de 70% do nosso corpo é composto por água. Ela hidrata e leva os nutrientes como oxigênio e sais minerais até as células e expulsa substâncias tóxicas do corpo através da transpiração e da urina. Diante disso, a água foi, é e sempre será a principal fonte de vida dos humanos, dos animais e do planeta Terra.
No ano passado e em meio ao rodízio e racionamento do precioso líquido, tive o desprazer de ouvir um paulistano presunçoso, que havia transferido sua residência para a nossa cidade, pronunciar a seguinte frase:
– Vocês não podem reclamar, construíram uma cidade onde não há água!
Essa afirmativa me fez corar, uma sensação de raiva e indignação subiu ao meu rosto, o que me fez responder na mesma moeda.
– O rio Tietê sempre foi nosso manancial de água potável, mas faz anos que vocês da Capital, lançam m – – – – nas águas, impossibilitando o seu uso. Não é só Itu que sofre com isso, acrescente-se Santana do Parnaíba, Pirapora do Bom Jesus, Cabreúva, Salto, Porto Feliz, Tietê entre outras cidades que poderiam utilizar-se dessa importante fonte de abastecimento.
O dito-cujo calou-se, virou as costas e saiu de fininho.
Lembrei-me, de quando garoto, pescávamos no rio Tietê, inclusive na época havia sociedades de pescadores pelo interior, que tiravam o seu sustento do rio abençoado.
As mudanças climáticas como o aquecimento global, provocam a elevação do nível dos oceanos, tempestades violentas, enchentes, furacões, ciclones, tornados, deslizamentos de encostas, ondas de calor, secas extremas, além das queimadas irresponsáveis e a devastação da floresta amazônica e da mata atlântica. São perdas incalculáveis, o agronegócio está prejudicado, as mortes de famílias inteiras e o desespero de populações pobres, que praticam ocupação urbana desordenada em locais inseguros.
Recursos são disponibilizados pelo Governo para atenuar essas calamidades, mas o dinheiro não é gasto com isso. Vejam Petrópolis (RJ) que já registra mais de 200 mortos.
Pouco se faz e a população empobrecida está sufocada por tantos impostos escorchantes, enfrenta a inflação, a remarcação dos preços dos gêneros alimentícios, materiais de limpeza, combustíveis e energia elétrica, entre outros.
Nossos governantes precisam planejar e pensar no povo que os elegeu, mas só defendem o seu quinhão e só se preocupam com os amigos e familiares.
Verbas milionárias são subtraídas do erário público, beneficiando redutos políticos,de olho nas reeleições para se eternizar no poder. Urge o mapeamento das áreas perigosas e retirar a população dessas ocupações. Aumentar as áreas verdes, evitar a impermeabilização do solo e ampliar os canais para escoamento das águas. Investir em ciência (radares) que previnam as ocorrências das tempestades a tempo de alertar as populações.
Precisamos cuidar do planeta Terra, pois não há planeta “B”.