Manifestação em Itu completa um mês
Na semana em que se completou um mês da manifestação que ocorre em frente ao Regimento Deodoro (Quartel de Itu), em que seus participantes pedem por “intervenção federal” e “socorro às Forças Armadas” após o resultado das eleições, a Guarda Civil Municipal esteve novamente no local, na tarde da última quarta-feira (30/11).
De acordo com a Prefeitura de Itu, a ida da GCM ao local se tratou de uma determinação do Ministério Público, em cumprimento de um ofício expedido pelo 2º Promotor de Justiça de Itu, Amauri Chaves Arfelli.
Ainda segundo o Executivo, a GCM esteve no local “para a verificação da ocorrência de abuso no uso de aparelhos sonoros, com produção de ruídos que possam caracterizar perturbação do sossego alheio (poluição sonora), identificando os responsáveis e tomando eventuais medidas legais (prisão em flagrante, se for o caso) e autuação”.
No dia 11 de novembro, por meio da Secretaria Municipal de Segurança, a Prefeitura já havia deflagrado uma operação de fiscalização no ponto de manifestação na Praça Duque de Caxias, em frente ao Regimento Deodoro. Segundo a administração na época, a ação ocorreu após várias denúncias de irregularidades apontadas por moradores da cidade. Na oportunidade, foram encontradas três ligações clandestinas de energia elétrica, entre outras irregularidades.
Ao JP, a Promotoria de Justiça informou que há procedimento instaurado por representação de moradores do local, que estão sendo importunados com a concentração das pessoas no local, em razão de ruídos excessivos vindos da manifestação. A Promotoria informou que tanto Prefeitura quanto Polícia Militar foram oficiadas.
Manifestantes
Na manhã da última quarta-feira (30/11), a reportagem do Periscópio esteve na Praça Duque de Caxias e conversou com manifestantes, que também são críticos ao sistema eleitoral. O professor de matemática Elvis, da cidade de Cabreúva, disse que está indo diariamente ao ponto do ato desde o dia 1º de novembro.
Ele fala em “fraudes que a mídia está escondendo”. “Todo mundo leu o relatório das Forças Armadas. A expectativa é que alguma coisa aconteça. A gente acredita que as Forças Armadas prezem pela justiça nesse país”, comenta o educador.
“Cada um vem aqui a hora que pode. Todo mundo está aqui com recurso próprio. Representamos o povo brasileiro”, acrescenta Elvis, que destaca ainda que, aos finais de semana e durante a semana no período noturno, o número de manifestantes “aumenta de maneira considerável”, pois “durante o dia muitas pessoas trabalham e após o expediente vêm até aqui lutar pelo país”.
Morador de Itu, o produtor rural Cláudio diz estar confiante. “O patriotismo apareceu no Brasil finalmente. Não só aqui [em Itu], mas no Brasil têm milhões de pessoas se manifestando e acreditamos que teremos sucesso. Ficaremos [em frente ao Quartel] até a hora de atingirmos o objetivo e estamos seguindo isso”.
Na praça é possível ver diversas barracas no local. Entre as muitas pessoas que estão ali acampadas desde o início do ato, em 31 de outubro, está um morador de Itu que preferiu não se identificar. Ao JP, ele destacou que desde o início as manifestações estão ocorrendo de maneira pacífica. “Não há nenhuma irregularidade, as pessoas estão respeitando e sempre, estamos mantendo um ambiente limpo e ordeiro. Não se vê lixo espalhado, nada vandalizado ou algo do tipo”.
Moradores
Uma vez que a operação deflagrada pela Prefeitura foi motivada por denúncias de irregularidades apontadas por moradores, a reportagem também esteve em contato com os residentes nas imediações da Praça Duque de Caxias para saber como está a atual situação.
Um dos moradores, que não quis se identificar, disse que até o dia 15 de novembro havia muito “buzinaço” e som alto, não respeitando o horário. “Às vezes o barulho ia até 2h30 da manhã”. Porém, após a data, “não tivemos mais problemas neste sentido quanto ao barulho”.
Outros moradores que também não quiseram se identificar também disseram que após a primeira ida da GCM ao local não tiveram mais problemas quanto ao barulho e carros estacionados da maneira irregular.
Um bando de desocupados, incomodando as pessoas, perturbando a ordem pública, usurpando energia elétrica e fazendo papel de patetas.
Dá nem pra chamar de golpistas, são ridículos mesmo.
Só fico imaginando como seria se toda a população se decidisse por acampar em praça pública. Afinal, se alguns parecem poder, como esses manifestantes, é de se supor que o direito esteja reservado a todos.
Certamente esse “movimento” está sendo financiado por algum grupo. Tais pessoas não trabalham? Não têm compromissos a cumprir? Família para amparar? Outro dia vi uma senhora humilde, com 3 crianças (uma de colo) empunhando a bandeira sob um sol escaldante. O cúmulo da falta de responsabilidade e bom senso. Agia gratuitamente? Duvido!
Moradores de rua enfrentam toda a sorte de dissabores. Já os que “protestam” (diga-se que contra o resultado legítimo das urnas), têm banheiros químicos, uma caixa d’agua e até churrasqueira. Em resumo um tremendo disparate.