Escritoras celebram Dia Nacional do Livro Infantil
Na terça-feira (18) foi comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil, criado pela Lei Nº 10.402, de 8 de janeiro de 2002. A data de celebração foi escolhida por ser a de nascimento do escritor Monteiro Lobato (1882-1948), considerado o pioneiro da literatura infantil brasileira.
Monteiro Lobato não escreveu apenas para o público infantil. Sua literatura para adultos está inserida no pré-modernismo, período literário que compreende os anos de 1902 a 1922. No entanto, escrever para crianças deu a ele projeção nacional. Principalmente após a sua morte, quando a série “Sítio do Pica-pau Amarelo” foi adaptada para a televisão.
Para celebrar a data, nesta semana o Periscópio conversou com a escritora Nani Mazurchi. Moradora da cidade de Itu, ela é criadora do projeto “Leitura é vida”, que tem como principal objetivo difundir o amor aos livros infantis para comunidades carentes e escolas públicas, mediar contação de história, clube de leitura e oficinas literárias, para que o livro torne-se uso essencial, e que as crianças possam ler diariamente e continuamente.
Ao JP, Nani comentou sobre a importância e as possibilidades proporcionadas. “Já parou para pensar em como o livro infantil é versátil? Ele consegue fazer com que um adulto se encante por ele, interprete suas histórias e demonstre para a criança, um mundo mágico e cheio de aventuras”, conta.
“De um livro infantil, tiramos tantos sentimentos e emoções, que ele acaba sendo um forte aliado do adulto que quer criar um vínculo com uma criança. São tantas possibilidades que podemos trabalhar, como contação de história, oficinas literárias, clubes de leitura, conversas com autores, peças de teatro”, explana Nani.
Autora de quatro livros infantis, Nani aconselha. “Um mundo inteiro dentro de um objeto simples, nada complexo, mas cheio de complexidades em suas páginas. Leia para uma criança”.
O JP também conversou com a pedagoga Claudia Maria Ceratti Capelli, autora de livros infantis e atualmente coordenadora da Educação Infantil de um colégio particular de Itu. “Como professora e pedagoga, descobri desde muito cedo a utilizar a leitura e contação de histórias como principal ferramenta para o desenvolvimento das aprendizagens de meus alunos. Porém, com estudos e observações feitas em sala de aula, compreendi, de fato, porque a leitura de livros é uma das principais linguagens da infância”, revela.
“As histórias contadas ou lidas por bons e criativos leitores, levam as crianças a vivenciarem e resolverem questões que vão além das aprendizagens cognitivas. Muitas vezes, quando chegava à sala de aula e começava a contar clássicos como ‘Chapeuzinho Vermelho’, percebia no rostinho de todos os alunos que eles vibravam com a ousadia da menina, temiam a figura do lobo e suspiravam aliviados com o final feliz onde o bem sempre vencia o mal”, comenta Claudia.
A professora, prossegue. “Sentia que muitos ali, que viviam em situação de risco, identificavam nas histórias um alento e uma esperança para sua situação: ‘Minha realidade pode ter um final feliz também’. Livros são chaves mágicas para grandes aventuras, são passaportes gratuitos para boas viagens e conhecimento de mundo, são inspirações e mudanças de uma sociedade. Quando pais e educadores entenderem de fato a dimensão que a leitura diária de bons livros traz aos pequenos, teremos uma mudança extraordinária nas famílias e escolas brasileiras”.
“A leitura e a contação de histórias agrega, ensina, modifica, proporciona momentos em família, proporciona reflexões e mudanças de comportamento individual e social”, conclui a educadora.