DAN Sala São Pedro apresenta a exposição “Veredas”
Através da iniciativa DAN Acredita, artistas com produção consistente e que se dedicam exclusivamente às artes visuais, são incorporados, ganham visibilidade e passam a ser representados pela galeria Dan. Nesta jornada, Senk é um artista em ascensão, escolhido via projeto “Do Atelier Direto a Você” do Parque Global Cultural, idealizado por Dinda Bueno Netto e Katia D’Avillez.
“Veredas” tem curadoria de Carolina Splendore e reflete a natureza diversificada e dinâmica da arte contemporânea brasileira. Com cerca de 20 obras, entre pinturas, instalações e três esculturas, a exposição abre no dia 6 de julho, às 11h, com cerimônia especial e prolonga-se até 6 de outubro.
Ao longo da mostra, visitas guiadas, palestras com artistas e oficinas para os visitantes interagirem com as obras de arte e com o processo criativo do artista. “Nas obras de Senk, o terreno é fértil, mesmo que árido. Ele nos convida para seus caminhos: áreas úmidas e alongadas do sertão que, assim como seus personagens, são cheias de vida. Suas figuras arredondadas carregam o tempo, seja nos colares-relicário, nos porta-retratos ou nas garrafas de cachaça quase vazias; o tempo é um traço de memória e um precursor de um devir constante”, afirma Splendore.
As vistas oblíquas, por vezes fechadas para o exterior, são, na sua maioria, intercaladas por janelas com treliças de finas barras de madeira que formam vãos, impedindo quem está de fora de ver quem está dentro. É como se seus personagens pudessem ver sem serem vistos, mesmo que aqui exibidos. Nesses caminhos, Senk esclarece o que escreveu Guimarães Rosa: “O sertão tem o tamanho do mundo. Mas em certos lugares, à beira dos caminhos, crescem buritis”.
Fabiano Senk (1992) é um pintor figurativo urbano radicado em São Paulo. Utiliza paleta de cores sonhadoras de azuis, amarelos e rosas, cria obras de rua e pinturas em tela. Seu processo criativo está profundamente enraizado nas suas observações da vida cotidiana e suas memórias afetivas de um Brasil profundo, sua família é oriunda do Vale do Jequitinhonha.
As pinturas muitas vezes irrompem em paisagens misturadas com figuras, contando a história de onde veio, das pessoas que conheceu e da pessoa que costumava ser. Embora se aprofunde em emoções mais complexas em seu trabalho, ele afirma que muitas vezes incorpora o sentimento de melancolia, mas que ‘é diferente da tristeza porque é mais bonito’. As obras que divulga pelas ruas de São Paulo tendem a ter conotações políticas, pois tenta ampliar as perspectivas das pessoas de sua comunidade. Os murais de rua muitas vezes se relacionam com uma crítica política e social.
“A provocação presente na minha arte vem de uma indignação com alguns aspectos da sociedade. Temos muito a melhorar como cidade, como sociedade e como país. Pequenas provocações fazem um papel positivo na arte. O questionamento tem que estar ali”, afirma Senk.
A DAN Sala São Pedro fica na Padre Bartolomeu Tadei, 09, Bairro Alto, e funciona de quinta a domingo, das 14h às 19h. A entrada é gratuita e a classificação indicativa, livre. Mais informações pelo e-mail: info@dangaleria.com.br.