Espaço Acadil | Educação familiar: compromisso inadiável com o futuro do Brasil

A educação é, antes de tudo, uma responsabilidade que nasce no seio da família. No entanto, na sociedade brasileira contemporânea, essa missão essencial tem sido cada vez mais negligenciada. O que outrora era considerado inegociável — educar, orientar e acompanhar o desenvolvimento moral e emocional dos filhos — vem sendo abandonado por muitos pais e responsáveis. Tal omissão tem repercussões diretas e preocupantes, sobretudo no comportamento dos jovens em ambientes escolares.

As salas de aula, que deveriam ser espaços de aprendizado e respeito mútuo, tornaram-se palco de episódios de indisciplina e hostilidade. É cada vez mais comum vermos professores sendo desrespeitados por alunos que, muitas vezes, não foram ensinados, no ambiente doméstico, a cultivar valores como empatia, obediência e civilidade. A raiz desses conflitos está, em grande parte, na fragilização da educação familiar.

É preciso lembrar que os pais são os primeiros e principais educadores. A escola deve atuar como uma extensão desse processo formativo, jamais como um substituto. Educar não é apenas transmitir conhecimentos acadêmicos; é formar o caráter, oferecer referências éticas e preparar o indivíduo para o convívio em sociedade. Essa formação exige presença, escuta, limites e, sobretudo, exemplo.

Uma infância embasada em afeto e valores sólidos é o alicerce de um adulto consciente, responsável e comprometido com o bem coletivo. O cidadão que respeita o outro, que age com integridade e que contribui positivamente para sua comunidade é, quase sempre, o resultado de um ambiente familiar saudável, onde os princípios foram ensinados e vivenciados desde cedo.

Se almejamos um futuro digno e promissor para o Brasil, é urgente resgatar o protagonismo da família na formação das novas gerações. Não basta exigir da escola aquilo que deveria ser construído no lar. Investir tempo, diálogo e atenção na vida dos filhos não é apenas uma obrigação moral: é uma contribuição concreta para a transformação social que tanto desejamos.

É o mínimo que podemos fazer. E, talvez, o mais impactante.

Roberto Melo Mesquita 
Cadeira nº 33 I Patrono Capitão Bento Dias Pacheco

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