Com saúde não se brinca
Por André Roedel
Existe uma expressão popular que diz o seguinte: “com saúde não se brinca”. Você já deve ter ouvido muito isso, principalmente de seus pais, quando você está apresentando algum sintoma e teima em não procurar atendimento médico para ao menos saber do que se trata. Pois bem, parece que essa expressão não é seguida pelos nossas autoridades e políticos em geral.
A situação da saúde no Brasil é vergonhosa. São hospitais sucateados, escassez de profissionais médicos, filas gigantescas para atendimentos, falta de equipamentos para a realização de exames… Isso sem falar do surto de doenças como a dengue, a zika e a chikungunya, transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti. Enfim, coisas que estamos cansados de presenciar no dia a dia. Porém, por conta da situação conturbada que o país passa e a proximidade das eleições municipais, alguns políticos estão tripudiando ainda mais com a saúde do povo brasileiro.
Uma das pessoas que recentemente “brincou” com a saúde da população foi a presidente Dilma Rousseff (PT), que sancionou a lei que libera a fosfoetanolamina sintética, a chamada “pílula do câncer”. Passando por cima até da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) – que recomendou que o composto não fosse liberado –, a mandatária maior da nação fez o que qualquer político faria (ainda mais um que enfrenta um processo de impeachment): ficar bem na fita com a população. Afinal, a “pílula mágica” é a esperança final de muitos pacientes com câncer – mesmo não tendo comprovação científica alguma de que realmente cure essa doença tão ingrata.
Tendo isso em vista, é um absurdo que esse “não-medicamento” seja disponibilizado ao povo – ainda mais “de graça”, se utilizando dos impostos absurdos que são pagos dia após dia por todos nós. Essa atitude mostra que o governo não tem preocupação alguma com a saúde dessas pessoas com câncer, só se interessa pelos votos delas. Como escrevi no meu Facebook, só esse fato já seria suficiente para o impeachment de Dilma…
Quem também “brincou” com a saúde, dessa vez da população ituana, foram alguns políticos que estão visando as eleições municipais de outubro. Aproveitando toda a conturbada mudança do PAM (Pronto Atendimento Municipal) do Hospital São Camilo para o antigo posto de saúde do bairro Rancho Grande, muitos futuros candidatos a prefeito e vereador fizeram um desfavor à cidade.
Querendo votos, eles se utilizaram da desinformação e da insatisfação da população para se lançarem na corrida eleitoral. Através das redes sociais, essas pessoas criticaram a mudança e procuraram culpados para inflamar ainda mais a opinião popular, quando deveriam procurar soluções e levar informação correta ao povo – como este jornal sempre se preocupou em fazer.
Vi alguns políticos, deliberadamente, misturar as coisas, dizendo até que o Pronto Socorro – que, veja bem, não é Pronto Atendimento – deixaria de funcionar… Só pra esclarecer, esse texto não tem como objetivo isentar a atual administração de qualquer responsabilidade na questão, mas sim alertar a população que toda essa situação que a saúde do município passa foi tratada politicamente, sem preocupação real em se melhorar as coisas.
Por isso, deixo meu apelo aos futuros e atuais governantes dessa cidade e também desse país: relembrem aquela antiga expressão citada no início deste artigo e não brinquem com a saúde do povo. Esse talvez seja o maior – e único – bem que nós temos.