Fecomércio divulga números sobre comércio formal e informal no município

Daniel Nápoli

Na última quinta-feira (16), o Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Itu e Região), recebeu o encontro de sindicatos patronais de 26 cidades do sul paulista, que na oportunidade, apresentaram as dificuldades enfrentadas pelos comerciantes devido à concorrência de feiras itinerantes, que vem causando prejuízo nas arrecadações tributárias do comércio.

O evento, que serviu para a divulgação dos números influenciados pelo chamado “mercado ilegal”, contou com a presença do superintendente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomérico), Antonio Carlos Borges, que comentou sobre a importância do encontro e a necessidade de uma maior organização. “Nosso grande objetivo não é impedir ninguém de trabalhar. Essas pessoas que integram o comércio itinerante, podem ganhar o seu dinheiro, desde que dentro das normas, se legalizando e vendendo produtos que não sejam de procedência duvidosa”.

Borges, na ocasião, citou uma das dificuldades em se lidar com o caso. “É complicada a situação. O comerciante está legalizado, paga funcionários, impostos e muitas vezes acaba vendendo menos do que um indivíduo que não está dentro das regras e comercializa um produto de qualidade discutível por um preço baixo. Na verdade todos saem perdendo, pois o consumidor adquiri um produto não durável e a cidade tem sua arrecadação tributária reduzida”.

De acordo com os números divulgados pela Fecomércio, as feiras itinerantes são responsáveis pela perde de R$ 800 mil a R$ 2,4 milhões em arrecadação na cidade de Itu. Os dados apontam também que este comércio informal afeta o mercado de trabalho da região, uma vez que o valor retirado do trabalho formal, poderia gerar de 78 a 236 postos de trabalho no comércio legal, nos setores de vestuário, tecidos, calçados, eletrodomésticos, lojas de departamento, móveis e artigos de decoração.

Ainda sobre os dados da Federação, as feiras itinerantes chegam a movimentar cerca de R$ 1,7 milhão por dia de funcionamento no município de Itu, o equivalente ao faturamento de um dia do comércio formal. Se essas feiras funcionarem uma vez por mês, ao longo de um ano todo, o faturamento delas pode chegar a R$ 20 milhões, ou 3,3% do faturamento do comércio formal nos setores mais afetados pelas feiras. Já se elas ocorrerem três vezes por mês, ao longo de um ano todo, o faturamento pode chegar a R$ 60 milhões ou 10% do faturamento do comércio formal nos setores mais afetados pelas feiras.

O encontro serviu ainda para que os dados colhidos, possa ser estudado pelos participantes das eleições municipais e, a partir disso, considerem promover planos de governo para a melhoria do setor.