Deputados de Itu afirmam que repasses da JBS foram legais e aprovados pelo TRE

José Olímpio e Rodrigo Moraes ressaltam que recursos foram obtidos através das contas nacionais dos partidos que integravam na época

O deputado federal José Olímpio (DEM) e o deputado estadual Rodrigo Moraes (DEM) esclareceram as doações feitas pela JBS durante a campanha das eleições de 2014. Segundo os parlamentares ituanos, os recursos foram recebidos através das contas dos partidos políticos que integravam na ocasião, de forma legal e aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

O diretor da JBS Ricardo Saud contou, durante delação premiada, que a J&F (holding controladora do grupo JBS), destinou mais de R$ 500 milhões para ajudar a eleger governadores, deputados estaduais, federais e senadores de todo o país durante as eleições de 2014, apostando em um futuro bom relacionamento com os prováveis eleitos. Em depoimento prestado ao Ministério Público Federal (MPF), com quem firmou acordo de delação premiada já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Saud revelou que os repasses alimentaram as campanhas de 1.829 candidatos. Destes, 179 se elegeram deputados estaduais em 23 unidades da federação e 167, deputados federais por 19 partidos.

Segundo o documento entregue ao STF, José Olimpio recebeu R$ 700 mil em repasses da JBS, enquanto Rodrigo Moraes foi beneficiado com R$ 232.500. Na ocasião os deputados federal e estadual integravam, respectivamente, o PP (Partido Progressista) e o PSC (Partido Social Cristão).

Questionados pelo “Periscópio”, os deputados enfatizaram que “é necessário deixar bem claro” que os respectivos nomes não foram citados em nenhuma delação. Em nota, os parlamentares explicaram que os recursos são de fonte partidária e foram repassados conforme a lei vigente, declarados nas prestações de contas e aprovados pelo Tribunal Regional Eleitoral.