Manifestantes ituanos marcham reivindicando a prisão de Lula

Ato realizado antes do julgamento do habeas corpus do ex-presidente reuniu cerca de 400 pessoas no Centro da cidade.

 

Em diversas cidades do Brasil, foram realizadas manifestações em prol da prisão do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e contra a corrupção no país, na noite da última terça-feira (03).

Em Itu, o ato contou com a participação de pouco mais de 400 pessoas, com sua concentração e saída da Praça da Independência (Largo do Carmo), passando pela Rua Barão do Itaim, Praça da Matriz e Rua Paula Souza, até chegar na Alameda Barão do Rio Branco, local em que os manifestantes se concentraram em frente à Câmara Municipal.

Durante o trajeto, os participantes gritaram por justiça, além de pedir a prisão de Lula, bem como de outros políticos suspeitos de corrupção. Ao chegar em frente à Casa de Leis, ocorreram discursos sobre a importância da manifestação, bem como foram entoados o Hino Nacional e o Hino à Bandeira.

Um dos manifestantes presentes, José Roberto Rebello comentou a respeito do ato. “A manifestação de hoje não é de um partido, é do povo, é da maioria da população brasileira que está indignada com a situação vivida no Brasil hoje”, disse para a reportagem. Nenhum incidente foi registrado no ato, que foi acompanhado pela Guarda Civil e Polícia Militar.

O ato se deu um dia antes do julgamento no Superior Tribunal Federal (STF) que determinaria se o ex-presidente deveria começar a cumprir em breve a pena de 12 anos e um mês de prisão estabelecida em segunda instância no processo do triplex do Guarujá/SP ou se poderia esgotar seus recursos judiciários em liberdade.

No julgamento, realizado na última quarta-feira (04), foi negado por 6×5 o pedido de habeas corpus do ex-presidente. Com isso, na tarde de quinta-feira (05), o juiz Sérgio Moro determinou a prisão do ex-presidente da República.

Pinga-fogo

Coordenador do Partido Novo em Itu, Marco Lourencini comentou sobre a manifestação e também sobre a decisão judicial. “A manifestação foi um ato muito bonito. A sociedade está se mexendo e começando a ver que a lei tem de funcionar para todos. Esperamos que isso seja só o começo. A sociedade não tem político bandido de estimação. Tem que se punir a corrupção, independente de quem quer que seja”, relata.

Já o presidente do Partido dos Trabalhadores na cidade de Itu, professor Anderson Silva, lamentou a decisão política. “A Constituição foi rasgada por quem deveria defendê-la. Essa triste constatação não deveria alegrar nem mesmo a direita, pois um Estado que não reconhece as garantias constitucionais de um cidadão, seja ele quem for, é um Estado que se deve temer”.

Anderson prossegue afirmando que o que ocorreu foi uma decisão política. “Lula foi condenado num processo em que as ‘provas’ fariam rir qualquer operador de Justiça imparcial. O direito de recorrer em liberdade até que se esgotem os recursos cabíveis foi negado à Lula. É um ato claramente político”.

O presidente do diretório ituano encerra dizendo: “Mesmo diante desse duro golpe, o PT defenderá esta candidatura (de Lula à Presidência da República) nas ruas e em todas as instâncias, até as últimas consequências”. (Daniel Nápoli)