A importância da vacinação das crianças

Vacina contra a poliomielite é aplicada em gotas, o que inspirou o personagem “Zé Gotinha”, do SUS (Sistema Único de Saúde) (Foto: Breno Esaki/Agência Saúde)

No último dia 17 de outubro foi comemorado o Dia Nacional da Vacinação, mas dados divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostram que a taxa de vacinação infantil no Brasil vem sofrendo uma queda brusca: a taxa caiu de 93,1% para 71,49%. De acordo com a pesquisa, realizada em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse número coloca o Brasil entre os dez países com menor cobertura vacinal do mundo.

A baixa cobertura vacinal no país deixa a população infantil exposta a doenças que antes não eram mais uma preocupação, como o sarampo, que foi erradicado no país em 2016 e em 2018 voltou para a lista de doenças no Brasil. Além do sarampo, outras doenças que correm o risco de voltar a acometer as crianças são a poliomielite, meningite, rubéola e a difteria.

 A pandemia de Covid-19 agravou as baixas coberturas, por conta das medidas de distanciamento impostas, que fizeram com que pais deixassem de levar os filhos aos postos de saúde. Outro fator que vem contribuindo com a queda da cobertura vacinal é o negacionismo, que se aprofundou durante a pandemia.

Embora as vacinas sejam aplicadas gratuitamente nos postos de saúde da rede pública, a imunização infantil vem caindo de forma vertiginosa no Brasil e hoje se encontra nos níveis mais baixos dos últimos 30 anos. A queda generalizada começou em 2015 e atingiu a pior marca em 2021.

Vacinação em Itu

 Atualmente, Itu conta com três campanhas de vacinação: Campanha de Multivacinação para crianças e adolescentes menores de 15 anos, que visa atualização da situação vacinal e segue até 30 de novembro; campanha contra a poliomielite para crianças menores de cinco anos de idade independente da situação vacinal, que segue até segunda-feira (31); e campanha de vacinação contra a meningite, para profissionais de saúde, que segue até 28 de fevereiro do ano que vem.

 A Secretaria Municipal de Saúde destaca que não há desabastecimento de nenhuma vacina no momento. A campanha contra a poliomielite, cuja meta nacional é de vacinar 95% das crianças menores de cinco anos, em Itu atingiu até o momento apenas 58,39%. O dado é preocupante, já que a campanha termina na segunda-feira e, no Estado do Pará, um caso suspeito foi notificado. Em Itu não há casos suspeitos de residentes.

A poliomielite (paralisia infantil) é uma doença contagiosa aguda causada por vírus que pode infectar crianças e adultos e em casos graves pode acarretar paralisia nos membros inferiores, sendo a vacinação a única forma de prevenção.

Já com relação à meningite, Itu até o momento está com 68,20% dos profissionais vacinados. Neste ano, a cidade teve cinco casos confirmados, 11 suspeitos, cinco descartados e um ainda em investigação. A doença é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A meningite pode ser causada por vírus ou por bactéria, que é mais grave.

 “A vacinação é uma das medidas mais importantes de prevenção contra doenças. Ela protege o corpo humano contra os vírus e bactérias que provocam vários tipos de doenças graves, que podem afetar seriamente a saúde das pessoas e inclusive levá-las à morte”, destaca a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Lúcia Helena Rubira Pacífico, que destaca que a vacina estimula o corpo a se defender contra os organismos (vírus e bactérias) que provocam doenças.

 “As vacinas podem ser produzidas a partir de organismos enfraquecidos, mortos ou alguns de seus derivados. As vacinas podem ser aplicadas por meio de injeção ou por via oral (pela boca). Quando a pessoa é vacinada, seu corpo detecta a substância da vacina e produz uma defesa, os anticorpos. Esses anticorpos permanecem no organismo e evitam que a doença ocorra no futuro. Isso se chama imunidade”, finaliza.

 Neste sábado (29), a vacinação será realizada das 8h às 14h em cinco UBS da cidade, sendo 01 (Jardim Convenção), 02 (Jardim União), 05 (Rancho Grande), 08 (Centro) e 10 (Vila Tonica). É fundamental que os pais ou responsáveis pela população-alvo procurem as UBS portando a caderneta de vacinação, para que os profissionais de saúde avaliem a situação vacinal da criança ou adolescente menor de 15 anos e completem o esquema preconizado caso necessário.

Covid-19

Com a diminuição de mortes e casos de Covid-19, a procura pela vacina foi ficando de lado – especialmente no público infantil. Até o momento, 13.442 crianças com menos de 12 anos receberam a primeira dose do imunizante, o que representa 65,93% do público-alvo. Na segunda dose esse número é menor: apenas 9.192, o que representa 45,08% do total.

 Vale destacar que as vacinas são seguras, aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e nenhum evento adverso pós-imunização foi relatado em itu, apenas reações vacinais que são eventos esperados e não adversos. A vacinação desse público é importante porque as crianças também estão sujeitas à infecção pelo coronavírus e ao desenvolvimento de formas mais graves da Covid-19, especialmente com o surgimento de novas variantes.

 De acordo com dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ligada ao Ministério da Saúde (MS), o número de óbitos nesta faixa etária chegou a 1.439 nos dois primeiros anos da pandemia. Em 2022, em Itu tivemos até o momento 713 casos notificados de Covid-19 em menores de 12 anos, mas, felizmente, nenhum óbito nessa faixa etária ocorreu. Entre todas as idades, o último óbito por conta da doença na cidade foi registrado em 4 de setembro.