Vacinação avança, mas Itu tem pior mês em mortes durante a pandemia
Na última quinta-feira (29/04), o Brasil ultrapassou a marca de mais de 400 mil óbitos por Covid-19. Somente em abril, foram mais de 71 mil mortes, sendo o mês mais letal da doença no país desde o início da pandemia, em março do ano passado. O grau de gravidade aumenta se for levado em conta que somente nos quatro meses de 2021 morreram mais pessoas por Covid-19 do que de março a dezembro de 2020.
Acompanhando o cenário nacional, Itu também vem registrando um aumento no números de mortes pela doença. Se março deste ano havia sido o mês mais letal, com 53 óbitos, o mês de abril de 2021 ultrapassou a triste marca. Contabilizando com o boletim divulgado na tarde de sexta-feira (30/04) pela Prefeitura de Itu, o município registrava somente no referido mês 80 mortes por Covid.
Ao todo, a cidade já ultrapassou a marca das 300 mortes pela doença (310 até última sexta-feira). Para entender como a Covid-19 teve um crescimento em Itu nos últimos meses, vamos comparar mais números. Itu registrou sua primeira morte por Covid-19 em março do ano passado e somente em novembro ocorreu o 100º óbito. Ou seja, um intervalo de oito meses.
A outra marca centenária, porém, levou menos tempo, com a 200ª morte por Covid-19 em Itu ocorrendo no mês passado e um intervalo ainda menor ocorreu para se atingir o 300º óbito. Mas, ao compararmos os números de novos casos, abril deu uma recuada em relação a março deste ano, que é o mês com o maior número e novos casos registrados (1.995). Abril registrava, até sexta-feira, 1.734 novos casos da doença.
Ao jornal “O Estado de S. Paulo”, cientistas especializados em epidemiologia e virologia ouvidos dizem que a situação no país pode se agravar com reabertura das atividades econômicas antes de uma queda sustentada de casos, internações e mortes.
Isso poderá favorecer um novo crescimento nas taxas de transmissão e um risco maior do surgimento de novas variantes. Com isso, o intervalo entre a segunda e uma eventual terceira onda seria menor do que o observado entre o primeiro e o segundo picos.
“Nos níveis em que o vírus circula hoje, esse período entre picos pode ser abreviado, sim. Já vimos esse efeito em algumas localidades na virada do ano. A circulação em níveis altos favorece isso”, diz o virologista Fernando Spilki, coordenador da Rede CoronaÔmica, força-tarefa de laboratórios que faz o monitoramento genético de novas cepas.
Já de acordo com o estatístico e pesquisador em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Leonardo Bastos, o momento é de “segurar mais, fazer uma reabertura mais lenta e planejada”.
Para o epidemiologista Paulo Lotufo, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), mesmo com a queda de casos e mortes nas últimas três semanas, o Brasil está longe de vislumbrar um controle da pandemia.
“Houve arrefecimento do número de casos e mortes pelas medidas de distanciamento social realizadas às duras custas. No momento, o retorno às outras fases de distanciamento é preocupante, principalmente na próxima semana, com aumento da procura de lojas pelo Dia das Mães e, também pela frequência maior de encontros sem a proteção necessária, como já aconteceu no Natal”, alerta.
Vacinação
Em Itu, a vacinação contra a Covid-19 vem transcorrendo normalmente e de forma organizada, sendo respeitado o intervalo recomendado da 1ª para a 2ª dose tanto na CoronaVac quanto a da Oxford/Aztrazeneca.
O município registra mais pessoas que tomaram a segunda dose da vacina do que quantidade de casos já confirmados da doença. Pouco mais de 14% de sua população tomou a primeira dose do imunizante e pouco mais de 8%, a segunda dose.
De acordo com o boletim divulgado pela Prefeitura de Itu na última quinta-feira, 25.669 pessoas tomaram a 1ª dose e 15.010 a segunda. Ou seja, mais da metade da população que tomou a primeira dose já recebeu a segunda no município.
Proporcionalmente, até o boletim acima, Itu era a cidade da região com o maior número de imunizados, superando até a mesma a média nacional. Até então 6,2% da população de todo o país recebeu a segunda dose do imunizante.
Variantes
O Instituto Adolfo Lutz da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo concluiu na terça-feira (27/04) um estudo que identifica o panorama das variantes do novo coronavírus em todas as regiões do Estado. Em Itu, nenhuma das novas cepas foram encontradas. Porém, cidades da região tiveram confirmações da variante P.1: Sorocaba, Porto Feliz e Salto, todas com uma confirmação. Sorocaba também teve duas confirmações da variante B.1.351.
Esses números do mês de Março e Abril de 2021 não batem.
Em Março de 2021 foram 47 óbitos e Abril 70 óbitos (CRN).
O que vemos é que o lockdown foi ineficaz porque desde o início do mês de Março/21 até Abril/21 o aumento de óbitos foi de 160% e se inserirmos desde Janeiro/21 a Abril/21 passa dos 288%.
A pergunta que se deve fazer é porque com essa insistência dos lockdown os números de infectados e/ou mortes não caem?