Alien: Covenant

Por André Roedel

SE A VOLTA de Ridley Scott à franquia Alien com Prometheus não agradou muito os fãs ardorosos, Alien: Covenant pode ajudar a melhorar as coisas. Longe da inventividade e até genialidade dos dois primeiros longas-metragens, lançados em 1979 e 1986 (o primeiro dirigido por Scott e o segundo por James Cameron, de Titanic), Alien: Covenant ao menos traz de volta o clima de terror claustrofóbico que levou a série ao status de hoje.

Mostrando a jornada da nave Covenant rumo a um planeta habitável, o filme se passa 10 anos após os acontecimentos de Prometheus. Ou seja, vemos aqui a origem de uma das criaturas mais aterradora do cinema. Após um acidente imprevisto, a tripulação tem que mudar o rumo da viagem para um estranho planeta que tem condições de receber vida humana, do qual um sinal misterioso é enviado.

E é neste planeta, já com um bocado de tempo de exibição, que o filme começa a ganhar peso e se aproximar das produções originais. Com um design de produção impecável, a terra desconhecida guarda segredos que colocarão a tripulação da Covenant em apuros. Além do capricho visual, a película conta com ótima sequências de ação e alguns momentos que fazem o espectador prender a respiração.

O elenco de Alien: Covenant também merece respeito. Michael Fassbander (Assassin’s Creed) , único remanescente de Prometheus fora o diretor, repete o papel do androide David com um plus: também faz um novo sintético, Walter – mais confiável que a primeira versão. Ele, juntamente com Danny McBride (É o Fim) e Billy Crudup (Watchmen), tem boa participação no longa.

Mas é Katherine Waterston (Animais Fantásticos e Onde Habitam) que se destaca. No papel da especialista em terraformação Daniels, ela é a terceira em comando na nave e faz um papel muito semelhante ao de Sigourney Weaver, a Ripley de Alien – O 8º Passageiro. Óbvio que é necessário destacar o trabalho fundamental de Scott, que revisita o horror de um de seus longas mais famosos, e dos roteiristas John Logan e Dante Harper, que, apesar de alguns problemas iniciais, conseguem amarrar bem Covenant Prometheus.

Se ainda não é o filme de Alien que o fã quer ver, ao menos esta nova produção respeita o material original, incrementa a mitologia e se mostra um ótimo terror espacial. Vale o ingresso. 3/5