Após 9 anos, Distrito Industrial de Itu não saiu da estaca zero!

Periscópio conversou com o Secretário do Planejamento, que mostrou em que pé está o projeto.

Em 2008, o ex-governador José Serra (PSDB) sancionou uma lei que doava uma área de aproximadamente 1 milhão de metros quadrados para a criação de um distrito industrial na região do Pirapitingui. O local fica vizinho ao Hospital “Dr. Francisco Ribeiro Arantes”, na entrada do bairro Cidade Nova. A notícia foi celebrada por muitos ituanos. Porém, já se passaram nove anos e a ideia não saiu do papel.

Para explicar a situação atual do projeto, o “Periscópio” conversou com o economista e secretário de Planejamento de Itu, Plínio Bernardi Jr. Segundo ele, havia uma PPP (Parceria Público-Privada) com um certo encaminhamento para a execução do Distrito Industrial realizada pelas administrações anteriores.

“Nós nos debruçamos sobre o edital, os contratos, e achamos duas situações. Uma que era economicamente prejudicial para o município o modelo que havia sido desenhado. Ia causar um impacto negativo aos cofres públicos. Havia cláusulas que o município teria que arcar com alguns valores, e nós julgamos que eram absurdos. De outro lado, o nosso jurídico julgou que havia algumas irregularidades que não tinham como ser corrigidas”, declara.

Agora, a nova administração quer rever o que foi feito. “O atual momento é tentar rever o processo, provavelmente com o cancelamento definitivo dessa PPP, e solicitar novamente que esse terreno fique disponível para o município aí sim fazer um projeto que seja viável econômico e juridicamente”, prossegue o secretário, que se diz muito certo do caminho que está tomando.

Plínio declarou que ainda será estudado se o próximo passo será desenvolver uma nova PPP ou outro formato. “O terreno já é nosso. Falta a Prefeitura lotear aquele terreno para poder ceder. Se houver uma outra forma de fazer isso, via financiamento ou via emenda parlamentar, eu acho que seria melhor para o município. A PPP é quando a gente não tem dinheiro ou quando a gente não sabe fazer”, comenta, dizendo que o município deve ter mais controle.

O secretário também declarou que é preciso ter um meio-termo caso seja adotada a PPP, para que as empresas não ganhem muito em cima da municipalidade, mas que também gere interesse de parceiros. “É uma linha muito tênue de manobra”. Apesar disso, Plínio vê como estratégico ter um estoque de terrenos para poder negociar via leis de incentivos para empresas. “Ter um distrito industrial organizado, como as cidades vizinhas têm, é uma coisa muito forte para o município atrair novas empresas”

Mas o secretário vai além: “O Distrito Industrial é uma peça de todo esse quebra-cabeças. Sem dúvidas uma peça muito importante, mas não adianta nada ter um distrito e não ter um marco regulatório bem feito, não ter um ambiente de negócios que possa dar garantias para a empresa e sem ter capacitação das pessoas”.

 

Novas empresas

O secretário também informou que muitas empresas já consultaram a administração neste primeiro semestre para uma possível instalação na cidade, mas que não pode adiantar nada no momento. Ele também disse que o fato de não ter um distrito industrial até o momento não prejudicou a cidade. “Pode ser que isso aconteça se a economia vier a retomar, se mais empresas quiserem vir com certeza a gente vai ter problema de atender a demanda”.