Após reprovações, “Nardy” não irá aderir ao PEI
No dia 15 de junho do ano passado, foi realizada a assembleia para decidir se a Escola Estadual “Francisco Nardy Filho” iria aderir ao Programa de Ensino Integral (PEI). A reunião deveria ter sido realizada no fim de maio, mas acabou adiada por questões de saúde do diretor da unidade escolar.
Na época, ao Periscópio, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) explicou que o Programa de Ensino Integral apresenta inovações no desenvolvimento do protagonismo juvenil, como tutoria, clubes juvenis, possuem disciplinas diferenciadas.
A reportagem não esteve presente na reunião, porém, de acordo com informações obtidas junto à professora Rita Diniz, diretora estadual do Sindicato dos Professores da Rede Estadual de Ensino (Apeoesp), o Conselho Escolar do “Nardy” foi contrário ao PEI.
Ainda ao JP, a Secretaria Estadual de Educação havia informado por meio de nota que o processo irá até o final de junho do ano passado, que era o prazo que as escolas possuíam para terminar as oitivas da comunidade e apresentar tudo para análise da Seduc. Mais de um ano depois, a Escola Estadual “Nardy” novamente foi palco de uma assembleia e, segundo informações obtidas pela reportagem do JP, mais uma vez o PEI foi reprovado.
“O PEI cria uma falsa aparência de melhoria no processo educativo e a precarização pela qual a categoria dos educadores passa, com uma defasagem salarial imensa, faz com que a bonificação salarial permitida nas PEIs seja considerada uma alternativa”, diz Anderson Silva, professor do “Nardy”.
“Na maioria das escolas que implementam o programa, há diminuição radical de alunos na escola e fechamento das turmas noturnas, fazendo com que muitos alunos que trabalham, tenham que se retirar da escola. Muitos alunos necessitam trabalhar para ajudar suas famílias e o governo não oferece nenhuma outra alternativa financeira a eles. Portanto, a escola não pode ser mais um espaço de exclusão dos nossos alunos que passam por dificuldades financeiras”, acrescenta Anderson.
A professora Rita Diniz complementa. “Muitos alunos têm que sair da escola porque precisam trabalhar, porque estuda em outros lugares, então na verdade a escola PEI acaba atrapalhando a vida deles ao invés de ajudar.”
“Quanto à Escola Nardy, que já teve o projeto reprovado há um ano e também neste ano, não é possível que o diretor da escola vai implantar um projeto que foi que já é a segunda vez que é reprovado seria um absurdo a escolar virar PEI, porque é uma escola que atende uma grande comunidade uma grande parcela da população”, acrescenta Rita.
A reportagem esteve em contato com a Seduc que, por meio de nota, informou que para que uma escola se torne PEI é fundamental destacar que a manifestação de interesse por parte das escolas não garante automaticamente a mudança para o modelo de ensino integral.
“A conversão somente ocorrerá caso todos os outros requisitos sejam atendidos, inclusive a existência de infraestrutura adequada para acomodar os alunos já matriculados na unidade escolar”, acrescenta a pasta.
Sobre o “Nardy”, de acordo com a secretaria, “não houve aprovação para que ela se torne PEI em 2024, o que não impede que a comunidade manifeste novamente a intenção para os próximos anos”, encerra nota.